ATIVIDADES EDUCATIVAS EM TEMPOS DE PANDEMIA

  • Autor
  • ISMÉRIE SALLES DE SOUZA FIGUEIREDO
  • Co-autores
  • FRANCISMAR DOMINGUES FIGUEIREDO , SILVIA ELENA DA COSTA LINHARES , THALLES AZEVEDO LADEIRA , AUNER PEREIRA CARNEIRO
  • Resumo
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    ATIVIDADES EDUCATIVAS EM TEMPOS DE PANDEMIA

     

    INTRODUÇÃO

                Em 2020, o mundo passa por uma crise de saúde global sem precedentes. A Covid-19 trouxe ao mundo mudanças em todas as áreas. Essas mudanças provocaram uma verdadeira reorganização em nossa forma de ser e estarno mundo.

                E como fica a Educação? Com esse cenário de instabilidades total, é preciso se adaptar e inovar rapidamente. Para superar, mesmo que parcialmente, os problemas  faz-se necessário novas atividades educativas. É preciso ser rápido e criativo para manter o vínculo dos estudantes com a escola, mesmo a distância. Surgem então uma nova ferramenta e metodologiapara a continuidade do processo pedagógicodos professores: as aulas em lives, por meio de plataformas e também as páginas criadas por professores no YouTube. De maneira relâmpago os docentes se tornaram peritos no uso de ferramentas de produção e edição de vídeos.

                Antes de dar início a essas novas atividades, mesmo que de maneira não tão precisa, foi preciso entender a realidade dos estudantes. Foi fundamental saber quais as plataformas são mais usadas pelos discentes. É importante usar redes que são comuns no cotidiano deles como Instagram, Facebook  e Whatsapp.

                Mas e os estudantes que não tem acesso a internet? Foi preciso que pensar atividades educativas que também atingissem a esse público, os excluídos digitais. Então ressurge as já conhecidas apostilas com a finalidade de transmitir os conteúdos e as atividades pedagógicas e promover a interação entre a família, uma vez que será necessário o apoio da família na realização desse tipo de trabalho.

                Porém a escola não é apenas um lugar para transmissão de conteúdos e faz-se necessário considerar isso também na educação a distância, assim foi preciso pensar não só em dar suporte nas disciplinas e conteúdos, mas permitir um mínimo de interação e contato humanizado desse estudante que está isolado. É comum que eles queiram desabafar, visto que estão vivendo uma grande pressão psicológica. Além disso, muitos têm família em situação de vulnerabilidade social e precisam de auxílio financeiro, inclusive para alimentação.


    MATERIAL E MÉTODOS

    O trabalho é baseado em revisões bibliográficas, utilizando procedimentos de leitura e fichamento bibliográficos, documental, como também buscas em diversos sites.

     

    DESENVOLVIMENTO

    O isolamento social provocado pela COVID-19 convidou todos nós a fazer uma grande reflexão sobre questões essenciais a condição humana. A existência humana. Nossa existência deve ser pensada não apenas como indivíduo mas também como parte de algo maior, afinal nossas atitudes influenciam diretamente a vida do outro. Diz Paulo Freire:

    (...) Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar. Assumir-se como sujeito porque é capaz de reconhecer-se como objeto. A assunção de nós mesmos não significa a exclusão dos outros. (2001, p.46).

     

              É preciso mudança. Até então grande parte da humanidade estava alheia aos gravez problemas sociais e ambientais de nosso planeta. No mundo capitalista onde o TER é sempre mais importante que o SER, não havia tempo para pensar nessas questões, todo nosso tempo e energia deveria estar dedicado a ganhar dinheiro. Mas e agora?

    As velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, fazendo surgir novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como um sujeito unificado. A assim chamada “crise de identidade” é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processo centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social. (HALL, 2006, pp. 7).

    E como fica a educação nesse momento em um Brasil de grandes abismos sociais? Onde nem todos tem acesso a internet e muitos professores também não tem o conhecimento tecnológico suficiente para desenvolver seu trabalho.
     


    Bem não houve tempo para grandes planejamentos e é inquestionável que nossa estratégia emergencial mais eficiente tem sido realmente apelar para os cliques nas telas onde estão sendo desenvolvidas as aulas remotas. Nesse momento estudantes, professores e famílias estão encarando essa nova realidade, que deixou de ser real e tornou-se virtual. Para muitos, um território ainda desconhecido e angustiante. Mas, hoje nossa melhor opção é o universo online, onde é permitido conviver e transitar pelas relações virtuais, com mais segurança e proteção.

     

    No quadro a seguir é apresentado de maneira bem didática alguns instrumentos que vem sendo usados na educação emergencial.  Esses são alguns exemplos de  programas e aplicativos muito pertinentes para o momento, visto serem, de certa forma, de fácil  utilização e, além disso, grande parte deles está disponível gratuitamente na internet.

    NOME

    PRINCIPAL UTILIZAÇÃO

    ALGUMAS FUNCIONALIDADES

     

     

    Sistema Moodle

    Organização da disciplina e de Cursos e aulas On-Line

    O programa permite a criação de cursos "on-line", páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem, estando disponível em 75 línguas diferentes. A plataforma é gratuita e riquíssima, aceitando vídeos, arquivos diversos. Já está sendo

    amplamente utilizada na UFSM.

     

    Google Classroom

    Organização da disciplina e de Cursos e aulas On-Line

    O Google Sala de aula (Google Classroom) é um serviço grátis para professores e alunos. A turma, depois de conectada, passa a organizar as tarefas online. O programa permite a criação de cursos "on-line", páginas de disciplinas, grupos de trabalho e comunidades de

    aprendizagem.

     

    YouTube

    Transmissão de aulas e repositório de vídeos

    Plataforma de compartilhamento de vídeos e de transmissão de conteúdo (ao vivo – “Lives” ou gravados). O docente pode criar o “seu canal” e ser acompanhado pelos discentes, já acostumados com

    a plataforma.

     

     

    Facebook

     

    Transmissão de aulas e informações em grupos fechados

    Mais destinado ao Ensino Médio e à Educação Superior, o docente pode criar um “Grupo Fechado”, onde ele realiza perguntas iniciais de identificação dos usuários. Nessa plataforma, o docente pode

    incluir conteúdos e realizar “lives” (aulas on-line), que já ficam automaticamente gravadas.

     

    StreamYard

     

    Transmissão on-line e videoconferência

    Estúdio on-line gratuito para lives com um ou mais profissionais. Ele pode ser relacionado ao YouTube ou ao Facebook. Possui uma versão paga, com maiores aplicações, mas a gratuita auxilia nas atividades

    docentes.

     

     

    OBS Estúdio

     

     

    Transmissão on-line e videoconferência

    O Open Broadcaster Software, que pode ser traduzido como Software de Transmissão Aberta realiza a mesma atividade que o Stream Yard, mas pode realizar gravação ou transmissão on-line. Ou seja, diferentemente do StreamYard, o docente baixará um aplicativo no

    seu computador, onde poderá realizar as atividades de transmissão ou gravação.

     

     

    Google Drive

     

     

    Armazenamento de arquivos nas nuvens

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    Além de economizar o espaço do equipamento tecnológico, o Google Drive permite o compartilhamento de arquivos pela internet para os alunos. Por exemplo, após carregar o arquivo para a “nuvem” da internet, o docente pode criar um link compartilhável. Até 15 Gb de

     

    memória o Google Drive é gratuito. Excelente ferramenta de criação de arquivos de recuperação.

     

    Google Meet

     

    Videoconferências

    Aplicativo para fazer videoconferências on-line, com diversos participantes, até 100 na versão gratuita, tendo o tempo máximo de 60

    minutos por reunião, nessa versão. Existe uma versão paga, quando o tempo é livre e a quantidade de participantes aumenta para 250.

     

    Jitsi Meet

     

    Videoconferências

    Aplicativo para fazer videoconferências on-line, gratuito, que funciona dentro do Moodle. Possui as mesmas funcionalidades do

    Google Meet.

    Fonte:(https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/820/2020/06/Textos-para-Discussao-09-Educacao-Hibrida-em-Tempos-de-Pandemia.pdf).

     

    Ao reportar-se ao tema, percebe-se que o uso da tecnologia na educação não é uma assunto tão novo assim. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) publicada em 22 de dezembro de 2017, em duas de suas dez competências gerais, trata diretamente do tema. Observe:

     

    • Competência 4: Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

     

    • Competência 5: Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

           

                            Então é razoável dizer que a pandemia apenas acelerou um processo que já estava em andamento. Segundo a autora Gabriela Kiryakova:

          

    Os alunos de hoje são nativos digitais. Eles cresceram com tecnologias digitais. Os professores precisam resolver questões importantes relacionadas à adaptação do processo de aprendizagem a estudantes que têm diferentes estilos de aprendizagem e novos requisitos para o ensino e a aprendizagem.  (KIRYAKOVA, 2014).

     

                O papel do educador é ajustar o ensino-aprendiazagem a realidade vivida pelo estudante, buscando sempre motivá-lo. Afim de trabalhar realmente todo seu potencial.

    RESULTADOS E DISCUSSÃO

                Mais do que nunca a educação deve ser contemporânea e usar de todos os recursos, tecnológicos ou não, presentes em nosso cotidiano e de nossos estudantes com a finalidade de superar obstáculos. A Covid vai passar, mas novos desafios virão, por isso é preciso ser progressista, contemporâneo e manter o pensamento sempre positivo para enfrentar as futuras demandas. Como resultado do estudo foi possível observar e valorizar ainda mais as relações humanas, as TICs – tecnologias da informação e comunicação e a Internet que foram instrumentos essenciais para essa travessia, portanto é importante universalizá-las. É preciso lembrar que a existênciahumana como um todo depende da colaboração de cada um, sendo assim aprende quem ensina e ensina quem aprende.

     

    CONSIDERAÇÕES  FINAIS

                Esse estudo deseja demonstrar que mesmo nos momentos mais adverso é possível frutificar. A educação não é estática, deve sempre ser contemporânea e se adaptar as necessidades de seu tempo, assim é fundamental que o professor seja um profissional capaz de se apropriar e interagir sempre com as mudanças quer tecnológicas, quer comportamentais, para atender as diversidades da sociedade contemporânea. Atualmente, a utilização da tecnologia nas unidades escolares têm se mostrado uma ferramenta fundamental no processo ensino-aprendizagem. Essa ferramenta tem uso ilimitado, considerando sua interatividade e a ampla quantidade de material disponível. Várias questões ainda estão pendentes de solução, como a falta de acesso a internet por grande parte dos discentese até mesmo por docentes, de certo esse desafio demandaprioridade einvestimento público,não pode ser vencido apenas com o amparo em apostilas. Porém, mesmo com tantos desafios, a escola não ficou alheia as necessidades de nossa sociedade, pois o momento demanda uma profunda reflexão e mudança para que se oferte uma educação capaz de atender todos e a cada um.

     


    REFERÊNCIAS

     BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Versão Final. 2017.

    FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa.São Paulo: Paz e Terra, 2001.

    HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade.11.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

    KIRYAKOVA, G.; ANGELOVA, N.; YORDANOVA, L. Gamification in education. Proceedings of 9th International Balkan Education and Science Conference. 2014. Disponível       em:             https://www.sun.ac.za/english/learning- teaching/ctl/Documents/Gamification%20in%20education.pdf. Acesso em: 18 set. 2020.

     

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA. Textos para Discussão. Disponível        em:  https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/820/2020/06/Textos-para-Discussao-09-Educacao-Hibrida-em-Tempos-de-Pandemia.pdf . Acesso em 15 set. 2020.

     

     

     

     

     

  • Palavras-chave
  • Educação, Tecnologia e Pandemia
  • Modalidade
  • Vídeos
  • Área Temática
  • Outras
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Essa publicação reúne as produções científicas de discentes, docentes e pesquisadores dos cursos de graduação da Faculdade Metropolitana São Carlos – FAMESC, unidade de Bom Jesus do Itabapoana-RJ, participantes da V Expociência Universitária do Noroeste Fluminense, com a temática: Os impactos da pandemia nas relações sociais, jurídicas e de saúde, realizada entre 21 e 23 de outubro de 2020.

Em sua 5º edição, o evento se destina, fundamentalmente, o propósito de se criar, na Instituição, um lugar de intercâmbio científico e cultural entre os pares, privilegiando-se uma discussão sobre as teorias interdisciplinares que ganham expressão no debate acadêmico contemporâneo.

Nessa edição os trabalhos apresentados envolvem àreas das Ciências Humanas e Sociais, Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Exatas e Estudos Interdisciplinares. Tal fator resultou na apresentação de 204 (duzentos e quatro) trabalhos de pesquisa apresentados a seguir. Acreditamos que a discussão ampliada, que inclua os diversos atores envolvidos nas diversas áreas, e, entendendo que existe uma abordagem interdisciplinar, esperamos contribuir para o fomento do saber acadêmico científico, viabilizando um espaço à divulgação de resultados de pesquisas relevantes para a formação do licenciando, bacharel, e do pesquisador da área e de áreas afins.

Por outro lado, queremos destacar que foi imprescindível a atuação coletiva na organização deste evento, que contou com a participação do corpo diretivo, das coordenações de curso, docentes e discentes. Sem o interesse de todos, a dedicação e a responsabilidade principalmente dos funcionários técnicos administrativos envolvidos, não seriam atingidas a forma e a qualidade necessárias ao sucesso da atividade. 

A Expociência representa um espaço significativo e verdadeiro de troca de experiências e de oportunidade de conhecer a produção científica de forma interdisciplinar e coletiva.

Boa leitura a todos!

 

 

Profª. Mª. Neuza Maria da Siqueira Nunes

Coordenadora da Extensão Universitária da Faculdade Metropolitana São Carlos

COMISSÃO ORGANIZADORA E CIENTÍFICA 

Direção Geral
Dr. Carlos Oliveira Abreu

Direção Acadêmica
Dra. Fernanda Castro Manhães

Direção Administrativa
Sr. Carlos Luciano Bieli Henriques

Assessoria Acadêmica
Me. Edyala de Oliveira Brandão Veiga

Coordenação de Extensão Universitária
Ma. Neuza Maria de Siqueira Nunes

Coordenação de Monitoria, Pesquisa e TCC
Dr. Tauã Lima Verdan Rangel

Coordenação do Curso de Administração
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Coordenação do Curso de Direito
Ma. Geovana Santana da Silva

Coordenação do Curso de Enfermagem
Me. Roberta Silva Nascimento

Coordenação do Curso Medicina
Dr. Antônio Neres Norberg
Dra. Bianca M. Mangiavacchi (Ciclo Básico)
Dra. Lígia C. Matos Faial (Ciclo Clínico)

Coordenação do Curso de Gestão em Recurso Humanos
Me. Fernando Xavier de Almeida

Coordenação do Curso de Gestão Hospitalar
Me. Sérgio Elias Istoé

Secretaria Acadêmica
Espa. Danila Ferreira Cardoso

Setor Financeiro
Sra. Bruna de Souza Vieira

Núcleo de Apoio Psicopedagógico
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Setor de Recursos Humanos
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ORGANIZAÇÃO E EDITORAÇÃO
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Ma. Neuza Maria de Siqueira Nunes
Srta. Amanda Passalini de Almeida

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