O impacto da pandemia no setor de transportes
CRISOSTOMO, Octávio Cesar Alves
Graduando
Faculdade Metropolitana São Carlos - FAMESC
E-mail: xoctaviox2009@hotmail.com
MARIA, Tamirys de Souza
Graduanda
Faculdade Metropolitana São Carlos - FAMESC
E-mail: tamirys.de.souza.m@gmail.com
MEDEIROS, Guilherme da Silva
Graduando
Faculdade Metropolitana São Carlos - FAMESC
E-mail: guilhermemedeiros68@gmail.com
ALMEIDA, Fernando Xavier de
Professor orientador. Mestre em Cognição e Linguagem no Programa de Pós Graduação da Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF, Especialista em Gestão Educacional e Práticas Pedagógicas, Bacharel em Ciências Contábeis e Administração.
E-mail:fxalmeida@gmail.com
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo evidenciar como a pandemia do covid-19 tem influenciado no transporte de cargas no Brasil, do que ela se trata e como os custos tem se comportado diante desse vírus.
Com a chegada do covid-19 ao Brasil, muitos setores foram drasticamente afetados, mudando a rotina de todos os colaboradores e envolvidos. O setor de transporte de cargas apesar de ainda estar funcionando normalmente sofreu algumas alterações, desde o momento do transporte da carga até o descarregamento no local necessário.
Segundo Silva (2014), embora hoje as distâncias sejam cada vez maiores estas deixam de ser impedimentos entre produtor, o consumidor e a indústria para a realização de negócios. Este novo cenário de ter cada vez mais necessidade de transporte para escoar os produtos tem produzido mudanças substanciais tanto na demanda como na oferta por transportes. (SILVA, 2014, pág. 24)
Muitas empresas sejam elas grandes, médias ou pequenas sofreram muito com as mudanças repentinas trazidas pelo covid-19, desde a falta de um funcionário infectado com a doença à falta de mercadorias devido ao transtorno sofrido no setor de transportes. Apesar de serem ofertados vários meios de transportes de cargas, como: por meio de caminhões, aviões, cargueiros, dutos, entre outros, o setor que ainda prevalece é o rodoviário, muitas vezes por ser mais prático e barato, ocupa a maior porcentagem dos produtos que são transportados pelo Brasil todo. Porém, nem sempre é assim, pois para grandes distancias os custos logísticos são maiores.
De acordo com Paura (2012), uma operação logística satisfatória, as empresas dependem de um sistema de transporte eficiente para transportar matéria-prima do fornecedor até a fábrica e desta para o cliente. Sem um sistema de transporte eficiente a cadeia logística de uma empresa estará completamente comprometida por conta dos altos custos que terão para o escoamento da produção. (PAURA, 2012, pág. 69)
MATERIAL E MÉTODOS
O método utilizado para a elaboração deste trabalho foi a revisão bibliográfica com base em leituras de alguns sites selecionados da internet que discorriam sobre o tema abordado.
DESENVOLVIMENTO
Originado na China, mais exatamente na cidade de Wuhan, onde se confirmara o primeiro caso do novo coronavírus em 31 de dezembro de 2019, se deu ao início do surgimento da nova pandemia, onde o vírus se espalhou rapidamente por diversos países e continentes assolando toda uma humanidade, chegando primeiro ao continente asiático e logo depois se espalhando por outros países. SARS-CoV2 nome científico dado a pandemia do covid-19, deixou muitos médicos e pesquisadores assustados devido ao surgimento acelerado de novos casos e mortes, fazendo com que o Ministério da Saúde mudasse a definição de caso suspeito para abranger também pacientes que estiveram visitando outros países. (BARRETO, 2020)
Surgido de um zoonoses, formalmente falando, de um morcego, o covid-19 não é o único vírus ou micróbio que conseguiu se adaptar e mudar de uma espécie de hospedeiro para outra. Desta maneira, existindo diversos zoonoses que acabaram virando doenças humanas, umas mais ou menos devastadoras. Contudo, vários cientistas, agentes de saúde e epidemiológicos afirmam que as pandemias originárias de zoonoses nada mais são que um reflexo das intervenções do homem no meio ambiente. Sendo isso, um reflexo da expansão exagerada e desenfreada da humanidade sobre o meio ambiente, invadindo o espaço dos animais e trazendo problemas de onde passam. (SPONCHIATO, 2020)
Conforme Ricci (2020), a transmissão dos covid-19 costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos. A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a covid-19. (RICCI, 2020)
Fonte: ROCHA, 2020)
Com o aparecimento do novo corona vírus (covid-19) muitas empresas responsáveis por transportar as mercadorias pelo Brasil e mundo todo tiveram que mudar suas estruturas de forma significativa para poderem oferecer mais segurança aos seus colaboradores e clientes, investindo pesado em segunda a e higiene. Os transportes são meios essenciais para todos os habitantes do planeta Terra, eles podem transportar alimentos, produtos higiênicos, matéria prima, materiais de trabalho, água, carros, pessoas, etc. Existem vários meios de transportes que são utilizados constantemente pelas pessoas, seja para transportar produtos em grande quantidade como os caminhões, trens, aviões ou cargueiros ou pessoas, como carros, ônibus, aviões ou navios.
Segundo Santos (2007), o sistema de transporte é a base fundamental para o desenvolvimento econômico e social de um país. Atividade básica que trata da movimentação tanto de matérias primas quanto do produto final. É considerada por muitos como a atividade mais notória e conhecida no meio empresarial, devido a sua importância nos custos logísticos (SANTOS, 2007, pág. 3).
Transportar produtos não é algo tão fácil como se imagina, existe toda uma burocracia por trás de um transporte para saber se ele será adequado para carregar determinada “coisa” com devida segurança, mantendo o prazo correto para carregamento e entrega.
De acordo com Paura (2012), o item transporte é fundamental para o funcionamento de qualquer empresa em qualquer parte de mundo. Sendo assim, o transporte é considerado um fator de desenvolvimento econômico para qualquer país, estado ou cidade em qualquer ponto do planeta. (PAURA, 2012, pág. 35 e 36)
Quando se trata de transportar cargas no Brasil, o transporte mais utilizado é o rodoviário, que fica responsável por mais de 60% das cargas transportadas de um lugar para o outro. Por ser mais prático e barato, é o mais procurado para pequenas, médias e até mesmo longas distâncias, dependendo da quantidade de produtos transportados e para onde vai.
O modal rodoviário apesar de ser o mais procurado e utilizado pela maioria das empresas e transportadoras de todo Brasil, demanda todo um investimento para que o produto chegue ao seu destinatário em perfeito estado, da mesma forma que saiu para o envio. Para isso é imprescindível fazer diversos investimentos desde as condições das estradas até às manutenções essenciais a serem feitas nos caminhões que irão transportar as mercadorias, no tempo e exigências necessárias.
Para Paura (2012), quanto mais moderno e bem desenvolvido for o sistema de transporte de uma região, melhor economicamente será aquela região. Isso prova que o sistema de transporte é fator preponderante no desenvolvimento econômico, pois faz com que a produção circule gerando um natural desenvolvimento econômico que, consequentemente, desenvolve o social, o político, o cultural, etc. (PAURA, 2012, pág. 68)
Segundo Valente e outros (2016),
O transporte de cargas pelo sistema rodoviário no Brasil tem uma estrutura respeitável e e? responsável pelo escoamento, que vai desde safras inteiras da agricultura ate? simples encomendas, mas também, o transporte rodoviário de cargas no Brasil opera em regime de livre mercado e para o exercício dessa atividade econômica, em regime de livre concorrência, o transportador depende de prévia inscrição no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), nas seguintes categorias: autônomos, empresas e cooperativas. Além disso, a ANTT assume a regulamentação e fiscalização dos serviços prestados pelos transportadores, objetivando expandir e qualificar o setor. (VALENTE E OUTROS, 2016, pág 2)
Existem inúmeras exigências que devem ser cumpridas para se transportar mercadorias, como, para se transportar alimentos refrigerados necessita-se de um bom caminhão refrigerador, para se transportar objetos frágeis precisa-se de um excelente manuseio para que o produto não quebre ou danifique, entre outras necessidades primordiais exigidas para se transportar outros objetos com cuidado e precaução. Há tão almejada eficiência e racionalização dos processos de gestão do setor de transportes, tem se encaminhado de pouco a pouco no território brasileiro, com isso, aparecem inúmeras dificuldades que vem para se alcançar devido sucesso, entre elas estão o surgimento de novos meios tecnológicos, insegurança, falta de ferramentas necessárias para determinadas atividades, carência de pessoal qualificado, gestores travados, etc.
Possuir uma empresa que desfruta de uma excelente gestão e um bom equilíbrio em suas contas no final do mês, é o sonho de todo gestor. Porém, não é uma tarefa fácil fazer com que tudo funcione conforme o calculado e esperado. Muitas vezes, um investimento em tecnologia para aprimorar o setor de transportes é altamente necessário, entretanto, os avanços surgidos até aqui, não são aceitos tão rapidamente pelos donos das empresas.
O setor de transportes, com toda a certeza, é uma ação essencial para todas as organizações. Desta maneira, escolher o transportador é uma missão nada fácil, uma vez que esta decisão definirá o sucesso ou fracasso da operação. (EVERLOG, 2020)
Além das mudanças feitas no padrão de vida da população, o covid-19 trouxe também consigo mudanças que hoje se fazem necessárias também para o transporte rodoviário de cargas, que para transportar mercadorias de seus fornecedores até o ponto de entrega, foi obrigado a fazer modificações em toda a sua trajetória.
Segundo Serini (2020), de forma geral, a ameaça do Covid-19 traz reflexos no mercado global, inclusive para o setor de transporte rodoviário de cargas. E, nesse contexto, os empresários vem enfrentando diferentes cenários: oscilações na demanda, queda de faturamento, mudanças nas relações de trabalho, além das incertezas de recuperação. Acredita-se que com esses desafios as empresas precisarão inovar, utilizar ferramentas alternativas, ganhar eficiência no processo e recompor o caixa, o que é essencial. Mas está certo de que a economia como um todo vai se encaixar em um novo conceito de mercado, alguns setores se consolidarão, outros infelizmente, não. Também irão surgir novos modelos de parceria e de compartilhamento, mudando os parâmetros que conhecemos hoje. (SERINI, 2020)
Diante desse senário pandêmico, as cargas transportadas vem reduzindo cada vez mais, sofrendo reduções significativas tantos para quem transporta, quem compra e quem vende. Devido ao aumento do número de casos confirmados, os cuidados tiveram que ser ainda mais intensificados, gerando um custo a mais para todos os envolvidos nesta operação.
De acordo com a Agência CNT de Transporte Atual (2020), a Confederação Nacional do Transporte segue monitorando as repercussões e os impactos do coronavírus sobre o setor, trabalhando para garantir o abastecimento das cidades e as operações essenciais de transporte e para que a atuação do setor ocorra de forma segura para empresas, trabalhadores e todo o Brasil, contribuindo, ativamente, para que possamos superar este momento de crise mundial. (AGÊNCIA CNT DE TRANSPORTE ATUAL, 2020)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Devido ao surgimento da pandemia do covid-19, muitos transportadores foram obrigados a fazer mudanças drásticas em toda a sua trajetória para que aquele produto transportado chegue até o seu cliente, no tempo certo ou com o mínimo de atraso possível, gerando um gasto a mais, que não havia sido calculado no começo do ano, para todos os gestores.
Apesar de ser extremamente ameaçador e ter deixado inúmeras mortes e prejuízos por onde passa, o covid-19 mesmo sendo um vírus silencioso, tem-se manifestado nas pessoas de maneiras diferentes, algumas não sentem seu efeito, outras precisam ficar internadas, respirando até mesmo com a ajuda de aparelhos e infelizmente, algumas perderam suas vidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O transporte rodoviário de cargas no Brasil, vem sofrendo graves alterações e convivendo com inúmeros problemas com o passar dos anos, com o aparecimento do covid-19, muitos desses problemas se intensificaram, se tornando ainda mais preocupante para os gestores como oferecer serviços de qualidade de forma limitada. Entretanto, ainda é um setor classificado como essencial para todos os demais, sendo necessário em todas as fases de mercado consumidor.
Infelizmente, apesar de muitas empresas estarem sobrevivendo a esse momento caótico, muitas outras vieram a fechar suas portas, por não conseguirem fazer a gestão de custos corretamente, já que eles aumentaram de forma significativa. Contudo, mesmo diante de todas as dificuldades que apareceram, o consumo dos brasileiros continua aumento, fazendo com que os transportes continuem circulando a todo vapor.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA CNT DE TRANSPORTE ATUAL. CNT atua para minimizar impactos da crise do novo coronavírus sobre o transporte. CNT, 24 de Março de 2020. Disponível em: https://cnt.org.br/agencia-cnt/cnt-atua-minimizar-impactos-crise-causada-pandemia-coronavirus-setor-de-transporte Acesso em: 01 de Jul. de 2020
BARRETO, Clara. Coronavírus: tudo o que você precisa saber sobre a nova pandemia. PEBMED, 26 de Março de 2020. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://pebmed.com.br/coronavirus Oi-tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-nova-pandemia/amp/ Acesso em: 20 de Jun. de 2020
EVERLOG. Coronavírus na Logística: Prejuízos no Setor de Transportes. Everlog, 2020. Disponível em: https://everlogbrasil.com.br/coronavirus-na-logistica-prejuizos-no-setor-de-transportes/ Acesso em: 01 de Jul. de 2020
PAURA, Glávio Leal. Fundamentos da logística. Rede e – Tec Brasil, 2012. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Paraná – Educação a Distância, Curitiba – PR. Acesso em: 26 de Jun. de 2020
ROCHA, Luiza. Saiba quanto tempo o coronavírus sobrevive em superfícies. Estado de Minas, 19 de Março de 2020. Disponível em: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2020/03/19/interna_gerais,1130456/saiba-quanto-tempo-o-coronavirus-sobrevive-em-superficies.shtml Acesso em: 28 de Jun. de 2020
SANTOS, Roberto Vatan dos. Custos operacionais e formação de preço de frete no transporte rodoviário de cargas – Um estudo de caso. Guia do TRC, 2007. Disponível em: https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.guiadotrc.com.br/arquivos/download.php%3Farquivo%3DCustosoperacionais_formacao.pdf&ved Acesso em: 25 de Jun. de 2020
SERINI, Raquel. O impacto do covid-19 no mercado de transportes. Sindicado das empresas de transportes de carga de São Paulo e Região – SETCESP, 2020. Disponível em: https://setcesp.org.br/noticias/o-impacto-do-covid-19-no-mercado-de-transportes/ Acesso em: 30 de Jun. de 2020
SILVA, Bruna Daiane da. Análise gerencial de custos em uma empresa de transporte rodoviário de cargas. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Departamento de Ciências Contábeis, Curso de Ciências Contábeis – UTFP, Paraná. Acesso em: 24 de Jun. de 2020
SPONCHIATO, Diogo. Coronavírus: como a pandemia nasceu de uma zoonose. Veja saúde, 20 de Março de 2020. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/coronavirus-pandemia-zoonose/amp/ Acesso em: 20 de Jun. de 2020
VALENTE, A. M.; NOVAES, A. G.; PASSAGLIA, E.; VIEIRA, H. Gerenciamento de Transportes e Frotas. Ed. Cengage Learning. São Paulo, 3° ed. 2017. Acesso em: 26 de Jun. de 2020.
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