A IMPORTANCIA DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DO COLO UTERINO NA ATENÇÃO BÁSICA
PRUCOLI, Monique Bessa de Oliveira
Mestranda em Cognição e Linguagem- UENF
Especialista em Saúde da Família- UERJ
moniquebessauff@yahoo.com.br
NASCIMENTO, Roberta da Silva
Especialista em Saúde da Família (UERJ-UNASUS)
Especialista em Saúde do Idoso (UERJ-UNASUS)
Mestre em cognição e Linguagem (UENF)
robertasnascimento@gmail.com
ALMEIDA, Daniela de Souza
Acadêmica de Enfermagem - FAMESC
danisalmeida05@gmail.com
INTRODUÇÃO
O câncer do colo do útero (CCU) é a terceira neoplasia maligna que mais acomete as mulheres do Brasil. É causado pelo vírus papiloma vírus humano- humanpapilloma vírus (HPV), que se divide em alguns subtipos. (OS SUBTIPOS 6 e 11 causam verrugas genitais, (E OS SUBTIPOS) 16 e 18 (SÃO) responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. É um vírus que vive na pele e nas mucosas dos seres humanos, tais como vulva, vagina, colo de útero e pênis.
A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo papilomavírus humano (HPV). A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, presumidamente através de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer através do contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal (INCA, 2018).
Outra forma de prevenção é a vacina contra o HPV. O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas e em 2017, para meninos. Esta vacina protege contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. O grupo etário alvo da vacina é de 9 a 14 anos pois esta vacina é mais eficaz se usada antes do início da vida sexual. Devem ser tomadas duas doses, com intervalo de seis meses. Grupos especiais, como pessoas com imunodeficiência causada pelo HIV, devem seguir orientações específicas (INCA, 2018).
O câncer do colo do útero é considerado um problema de Saúde Pública mundial, principalmente nos países em desenvolvimento, com maior incidência ocorrer em classes economicamente desfavorecidas. (SILVA et al., , 2017).
Esse tema vem cada vez mais sendo inserido no âmbito da saúde da mulher. A concentração de esforços governamentais aliada à produção acadêmica e à atuação dos profissionais trouxe melhorias no acesso à prevenção e promoção do câncer do colo do útero em todo o país (MELO et al., 2012).
Os enfermeiros juntamente com a equipe multiprofissional, promovem atividades técnicas específicas de sua competência, administrativas e educativas. A atenção básica estabelece o vínculo com suas pacientes, estimulando o sexo seguro, correção na nutrição e redução na exposição ao tabaco.
O presente estudo tem como objetivo apontar a importância da atenção básica, pois ajuda na detecção precoce, incentivando as mulheres a realização do exame Papanicolaou, ressaltando os seus benefícios. E do mesmo modo focalizar em campanhas de vacinação contra o HPV, que são de grande importância na prevenção.
MATERIAL E MÉTODOS
Trata- se de uma pesquisa bibliográfica, de cunho exploratório, realizada através de análise de artigos disponibilizados em base de dados científicos como: SciELO e Biblioteca Virtual em saúde (BVS). Para a busca foram utilizados os seguintes descritores: câncer do colo uterino, papel do enfermeiro na prevenção do câncer do colo uterino.
Os critérios de inclusão definidos foram artigos disponíveis na íntegra para leitura, de forma gratuita, publicados no período de 2010 a 2020, no idioma português. Foram excluídas as publicações que não abordavam o tema proposto.
Após passarem pelo critério de inclusão, foram selecionados 12 artigos.
DESENVOLVIMENTO
No Brasil, o câncer do colo do útero é a terceira neoplasia maligna que acomete as mulheres, apenas superado pelos cânceres de pele não melanoma e da mama (INCA, 2011, p. 118).
De acordo com a fonte INCA (2020) com aproximadamente 570 mil casos novos por ano no mundo, o câncer do colo do útero é responsável por 311 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres.
O CCU é uma doença caracterizada pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do útero, que compromete o tecido conjuntivo subjacente e pode invadir estruturas e órgãos contíguos ou à distância, associada em quase 100% dos casos ao HPV. (INCA,2016)
A efetividade da detecção precoce do CCU é por meio do exame Papanicolau, associado ao tratamento da lesão intraepitelial, pode reduzir em 90,0% a incidência desse tipo de câncer, impactando significativamente na diminuição das taxas de morbimortalidade (FARIAS, 2010).
Entretanto, essa redução depende do padrão de qualidade e cobertura de rastreamento de, no mínimo, 80,0% da população alvo (25 a 59 anos), segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Programas de rastreamento eficazes podem auxiliar na redução das taxas de incidência e, consequentemente, de mortalidade por CCU (BRITO-SILVA, 2013).
O CCU está associado à infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV, especificamente o HPV-16 e o HPV-18, e estima-se que por volta de 80% das mulheres sexualmente ativas irão contrair a infecção por HPV no decorrer de sua vida (SOARES et al., 2010).
O tumor de colo uterino se apresenta na sua fase inicial, de uma forma assintomática ou pouco sintomática, fazendo com que muitas pacientes não procurem ajuda no início da doença. Por esta razão é muito importante a vigilância contínua, através de medidas de prevenção e rastreamento. A prevenção do câncer invasivo do colo do útero é feita por medidas educativas, vacinação, rastreamento, diagnóstico e tratamento das lesões subclínicas. No Brasil as vacinas para prevenção do HPV já fazem parte do calendário vacinal desde 2013, totalmente gratuito, para meninas de 9 a 13 anos (SOARES et al., 2010).
A prevenção do CCU obedece a dois níveis: a prevenção primária que pode ser realizada pelo uso de preservativos durante a relação sexual, sendo uma das formas de evitar o contágio pelo vírus, o qual tem importante papel no desenvolvimento do CCU e suas lesões precursoras. E a prevenção secundária que é realizada por meio do exame preventivo do câncer do útero (SOARES et al., 2010)
A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde no âmbito individual e coletivo que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades (BRASIL, 2013).
Dentre as atividades de prevenção da atenção básica, destacam-se as ações programadas a saúde da mulher, por meio do rastreamento, acompanhamento e tratamento dos casos de câncer do colo do útero que se concretizam com a realização do exame citopatológico. Essa medida é de suma importância para detecção precoce da doença nas mulheres (INCA, 2011).
O enfermeiro deve ser peça fundamental na busca por uma prevenção de alta qualidade, pois é ele que está diretamente em contato com as mulheres ao realizar o preventivo (o exame citopatológico cérvico-vaginal), assim como os agentes de saúde e os profissionais de categorias superiores (BRASIL, 2013).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A escolha do presente tema tem por finalidade apresentar a importância da atenção básica diante da prevenção do câncer do colo uterino. Concordamos que prevenir significa atuar antecipadamente, impedindo determinados agravos, como o adoecimento, a invalidez, o a morte (THUM, Magali et., al, 2008).
No caso da prevenção do câncer do colo do útero, os fatos comprovam que a atuação do enfermeiro na equipe UBS é fundamental. Suas atividades abrangem diversas vertentes, entre elas: realização de consultas de enfermagem e exame de Papanicolaou, diversas atividades educativas com equipes de saúde e comunidade, prestação de gerenciamento e contato de recursos materiais e técnicos, controle de qualidade dos exames, verificação, comunicação dos resultados e encaminhamentos para os devidos procedimentos quando necessário. (CARDOSO DE MELO, M. C et.,al, 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que é fundamental contribuir sobre a importância do enfermeiro na atenção básica de saúde e transmitir com clareza o objetivo proposto para as demais pessoas que se interessam pelo assunto, mostrando os fatores que possibilitam o diagnóstico precoce do câncer do colo do útero e, evidenciando que a enfermagem deve criar um vínculo com a paciente, mostrando o melhor caminho para cuidados. O enfermeiro deve se manter atualizado, realizando educação em saúde, orientando adequadamente as mulheres com relação aos meios de prevenção contra o CCU e seus fatores de risco e fazendo com que as mesmas se sintam confortáveis com exames e na realização da consulta. Promovendo então, maneiras de chamar atenção do público alvo sobre os benefícios da prevenção, incentivando a realização do exame Papanicolau, no intuito de diminuir a prevalência desta neoplasia.
REFERÊNCIAS
PORTAL EDUCAÇÃO, 2013. CÂNCER DE COLO UTERINO: A Importância do Enfermeiro na Prevenção. Disponível em:https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/cancer-de-colo-uterino-a-importancia-do-enfermeiro-na-prevencao/59805. Acesso em: 24 de setembro de 2020.
BRITO-SILVA, 2013. Integralidade no cuidado ao câncer do colo do útero: avaliação do acesso. Revista Saúde Pública 2014. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rsp/v48n2/0034-8910-rsp-48-2-0240.pdf . Acesso em: 24 de setembro de 2020.
FARIAS, A. e colaboradores, 2010. Plano de ação para redução da incidência e mortalidade por câncer do colo do útero. Disponível em:http://www1.inca.gov.br/inca/Arquivos/Livro_DARAO_utero.pdf . Acesso em: 25 de setembro de 2020.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2011. Incidência de câncer no Brasil. Disponível em:https://www.inca.gov.br/ Acesso em: 25 de setembro de 2020.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2016. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Estimativa 2016: Incidência
de Câncer no Brasil. Instituto Nacional de Câncer Rio de Janeiro: INCA, 1016. Disponível em :http://www.inca.gov.br/estimativa/2016/ Acesso em: 25 de setembro de 2020.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2018. Prevenção do câncer do colo do útero. Disponível em:https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/acoes-de-controle/prevencao . Acesso em: 24 de setembro de 2020.
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2020. Conceito e magnitude. Disponível em:< https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude>. Acesso em: 25 de setembro de 2020.
MELO MCSC; ET AL, 2012. O Enfermeiro na Prevenção do Câncer do Colo do Útero: o Cotidiano da Atenção Primária. Disponível em: http://www1.inca.gov.br/rbc/n_58/v03/pdf/08_artigo_enfermeiro_prevencao_cancer_colo_utero_cotidiano_atencao_primaria.pdf . Acesso em: 24 de setembro de 2020.
SILVA LR;ET AL, 2017. Educação em saúde como estratégia de prevenção do câncer do colo do útero: Revisão integrativa. Disponível em:www.ojs.ufpi.br . Acesso em: 25 de setembro de 2020.
SIMÕES CARDOSO DE MELO, M. C.; VILELA, F.; DE OLIVEIRA SALIMENA, A. M.; DE OLIVEIRA SOUZA, I. E. O Enfermeiro na Prevenção do Câncer do Colo do Útero: o Cotidiano da Atenção Primária. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 58, n. 3, p. 389-398, 28 set. 2012. Acesso em: 25 de setembro de 2020.
SOARES; ET AL, 2010. Câncer do colo uterino: caracterização das mulheres em um município do sul do Brasil. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/ean/v14n1/v14n1a14 . Acesso em: 24 de setembro de 2020.
THUM, MAGALI ET AL. Câncer de colo uterino: percepção das mulheres sobre prevenção. Ciência, Cuidado e Saúde, v. 7, n. 4, p. 509-516, 2008.Acesso em: 26 de setembro de 2020.
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