DIABETES MELITO TIPO II: O QUE É, COMO TRATAR

  • Autor
  • Fernanda França Luquetti
  • Co-autores
  • Pedro Henrique Pinheiro Medeiros , Frederico Marçal Seródio , Claúdia Caixeta Andrade , Carolina Crespo Istoe
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO

     

    O diabetes é uma desordem do metabolismo energético com dois componentes principais: a hiperglicemia e as complicações vasculares. Sua incidência na população vem crescendo assustadoramente. De um total de 30 milhões de portadores em 1985, a OMS prevê que o mundo chegará em 2025 com 300 milhões de portadores. Existem quatro formas principais de diabetes melito: tipo 1, tipo 2, secundária e gestacional. O tipo II é o mais comum, com cerca de 90% dos casos, seguido pelo tipo I com algo entre 5 e 10% dos casos. Os dois outros tipos são, comparativamente, considerados raros (BAYNES; DOMINICZAK, 2011).

                O diabetes tipo I é uma doença autoimune causado pela destruição das células ? pancreáticas. Normalmente se desenvolve até aos 35 anos de idade sendo mais comum surgir por volta dos 12 anos. Acredita-se que pode ser iniciado pela resposta de citocina a alguma infecção. O diabetes tipo II normalmente se desenvolve em pessoas obesas com mais de 40 anos de idade. Ele é provocado por uma combinação de resistência à insulina com diminuição de sua secreção (BAYNES; DOMINICZAK, 2011).

     

     

    MATERIAL E MÉTODOS

     

                Com abordagem sobre Diabetes Melittus tipo II, através do método dedutivo, por meio da leitura de revisão de artigos científicos e livros médicos. Os artigos foram encontrados na plataforma do Google Acadêmico, utilizando as palavras chaves "DIABETES MELITO II" e "DIABETES MELLITUS II" que direcionou os resultados da pesquisa e para identificar os artigos acerca do assunto, realizou-se busca nas bases de dados eletrônicas PUBMED, SCIELO, entre outras revistas digitais, durante os meses de agosto e setembro de 2020. Como método de pesquisa, os artigos foram selecionados de acordo com a questão direcional: as causas, consequências e tratamento do Diabetes Melito tipo II. Após isso, os artigos foram lidos e, no total, foram utilizados 5 para elaboração do trabalho.

     

    FISIOPATOLOGIA

     

    O diabetes tipo II é uma doença ligada ao excesso de ingestão de calorias e se caracteriza pelo desenvolvimento da resistência à insulina nas células dependentes do transportador de glicose GLUT4, principalmente as células do músculo, do tecido liposo e do fígado. Para compensar, as células ? do pâncreas produzem cada vez mais insulina a fim de manter a regulação da glicose, até que finalmente chegam a exaustão e falham (NELSON; COX, 2010).

    O surgimento da resistência à insulina é explicada pela teoria da toxicidade lipídica. Em condições normais os adipócitos estão preparados para sintetizar e armazenar triglicerídeos. Contudo o excesso de ingestão de calórica nos obesos ultrapassa a capacidade dos adipócitos de acumularem triglicerídeos. Assim o tecido adiposo repleto de triglicerídeos libera fatores proteicos que atraem macrófagos que desencadeiam uma resposta inflamatória que prejudica a deposição de ácido graxo nos adipócitos e ainda os liberam para o sangue. Este excesso de triglicerídeos no sangue entra nas células hepáticas e musculares formando gotículas lipídicas. Esta deposição ectópica de triglicerídeos estimula nestas células a resistência à insulina. (NELSON; COX, 2010).

     

     

    ALTERAÇÃO NO METABOLISMO ENERGÉTICO

     

    No diabetes, a glicólise, glicogênese e a lipogênese estão inibidas pela falta ou resistência à insulina. Enquanto, a glicogenólise, a gliconeogênese, a lipólise e a cetogênese estão estimuladas pelo glucagon. O fígado se torna um órgão produtor de glicose. Como as células não conseguem absorver esta glicose em excesso gerada pelo fígado ocorre a hiperglicemia, mesmo em jejum. Parte desta glicose consegue ser excretada pelos rins. Devido à osmolaridade da glicose, uma grande quantidade de água é excretada junto com ela, o que explica a poliúrica dos diabéticos (BAYNES; DOMINICZAK, 2011).

    O excesso de ácido graxo promovido pela lipólise e a incapacidade do Ciclo do Krebs de processar todo o acetil-CoA gerado pela  oxidação dos ácidos graxos, uma vez que ele está modulado negativamente pela gliconeogênese (ambos concorrem pelo oxaloacetato), estimula a conversão do acetil-CoA em corpos cetônicos. O excesso de corpos cetônicos no plasma diminui o PH do sangue, a chamada cetoacidose diabética, além de gerar o hálito cetônico relatado nos diabéticos. A cetoacidose é mais comum no Diabetes Melito tipo I e RARAMENTE ocorre na Diabetes Melito tipo II (BAYNES; DOMINICZAK, 2011).

    DISFUNÇÕES VASCULARES DO DIABETES MELITO TIPO II

     

    A exposição prolongada dos tecidos vasculares à hiperglicemia provoca anormalidades estruturais e funcionais das artérias pequenas (microangiopatia) e grandes (macroangiopatia). O aumento de radicais livres (estresse oxidativo), a glicação não-enzimática das proteínas com a geração de produtos finais da glicação avançada (AGE) e o aumento da atividade da via poliol são os principais mecanismos causadores das disfunções endoteliais e na aterogênese, que precedem as complicações vasculares dos diabéticos (SILVA; COSTA, 2008).

    O corpo se encontra sob estresse oxidativo quando ocorre um desequilíbrio entre os sistemas pró-oxidante e anti-oxidante, o que acarreta a formação de produtos tóxicos ou danosos aos tecidos, chamados radicais livres ou espécie reativa do oxigênio (ERO). Para se proteger dos radicais livres o organismo dispõe de moléculas com propriedades antioxidantes consumidas na dieta e enzimas presentes intra e extracelular como a superóxido dismutase, a catalase e a glutationa peroxidase. Estes mecanismos compensatórios porém estão alterados pelo excesso de radicais livres gerados pelos produtos finais de glicosilação avançado (AGE) (BAYNES; DOMINICZAK, 2011).

    O aumento da glicose no sangue favorece a glicação não enzimática das proteínas, que é a fixação da glicose nas proteínas através da sua ligação com o grupo amino terminal das proteínas, sendo a valina e a lisina os sítios primários desta ligação. Lipídeos também sofrem glicação. Normalmente as glicações são reversíveis, e na sua produção são geradas espécies reativas do oxigênio (ERO) que levam ao estresse oxidativo. Produtos glicados podem sofrer rearranjos moleculares produzindo produtos finais da glicação avançada (AGEs), que são irreversíveis. A glicação no colágeno e em outras proteínas da parede dos vasos evolui para rearranjos químicos que formam AGE. A formação de AGE no colágeno das paredes vasculares causa ligações cruzadas na membrana dos mesmos e aprisionam as proteínas plasmáticas ou intersticiais não glicadas. O aprisionamento do LDL nos vasos calibrosos retarda seu efluxo a partir da parede vascular e acelera a deposição de colesterol levando a aterogênese. A membrana basal glicada dos capilares causa a fixação da albumina aumentando sua espessura, característica da microangiopatia diabética (SILVA; COSTA, 2008).

    Com o excesso de glicose no plasma, uma parte pode sofrer uma redução enzimática se transformando em sorbitol e depois em frutose. Acontece que estes produtos aumentam a osmolaridade do meio em que se encontram. Problema maior acontece em células insulina-independentes (neurônio, cristalino, retina, célula de Schwann do nervo periférico, rim e endotélio do vaso sanguíneo) que estão repletas de glicose. A formação de frutose e sorbitol no seu interior aumentam significantemente a osmolaridade causando o influxo de água com conseqüências funcionais gravíssimas para a homeostase destas células. No cristalino o influxo de água provoca tumefação e opacidade. Este mecanismo pode também causar a lesão nos pericitos dos capilares retinianos que junto da diminuição da produção prostaciclina leva a retinopatia diabética que pode evoluir para a cegueira. Nos neurônios a acumulo de sorbitol pode levar a diminuição do potencial elétrico na membrana neuronal com diminuição da transmissão de impulsos nervosos (SILVA; COSTA, 2008).

     

     

    TRATAMENTO FARMACOLÓGICO

               Na atualidade, é comum o uso da metformina, que possui a capacidade de diminuir a glicemia e também é o principal fármaco no tratamento da Diabetes Melito tipo II (HASAN et al., 2014). Essa droga diminuí a liberação hepática da glicose e consegue ampliar o seu alcance aos tecidos periféricos (FAIN et al., 2006; CHAI et al., 2012). O seu mecanismo de ação começa no adipócito, ela interrompe a lipólise e a disponibilidade dos ácidos graxos livres. Depois, amplia a quantidade e aperfeiçoa a afinidade dos receptores de insulina no adipócito e músculos. Além disso, a metformina amplifica o funcionamento da tirosinaquinase do receptor de insulina, assim incita a translocação do GLUT4 e o mecanismo glicogênio-sintetase (SANTOS et al., 1995).

               Já, os inibidores da Alfa-glicosidase, são responsáveis pela redução da absorção intestinal de glicose, pelo fato de impossibilitarem a decomposição dos carboidratos mais complexos no aparelho gastrointestinal (KAHN et al., 2014). O seu mecanismo de ação se inicia através de uma desagregação hidrolítica de ligações ? ou ?-glicosídicas realizadas pelas glicosidases, assim ocorre a junção de dois açúcares em um átomo de O2, que dá origem à partículas monossacarídicas de carboidratos oriundos dos oligossarídeos e polissacarídeos da alimentação (MELO et al., 2006; FERREIRA et al., 2010). O tratamento com esse medicamento é uma ótima opção para indivíduos com diabetes tipo II em estado grave, pelo fato dele não depender da secreção da insulina pelo pâncreas.

            Enquanto as tiazolidinedionas detêm o papel de atuar na sensibilização da ação da insulina no fígado, músculos e adipócitos, assim contribuindo para a redução da resistência periférica. O seu mecanismo de ação consiste na ativação dos receptores nucleares intracelulares (PPAR-g), os quais participam da expressão dos genes envolvidos no comprometimento do metabolismo glicídico e lipídico, adipogênese e no mecanismo inflamatório. Na região promotora, as proteínas PPAR?, PPAR e PPAR

Essa publicação reúne as produções científicas de discentes, docentes e pesquisadores dos cursos de graduação da Faculdade Metropolitana São Carlos – FAMESC, unidade de Bom Jesus do Itabapoana-RJ, participantes da V Expociência Universitária do Noroeste Fluminense, com a temática: Os impactos da pandemia nas relações sociais, jurídicas e de saúde, realizada entre 21 e 23 de outubro de 2020.

Em sua 5º edição, o evento se destina, fundamentalmente, o propósito de se criar, na Instituição, um lugar de intercâmbio científico e cultural entre os pares, privilegiando-se uma discussão sobre as teorias interdisciplinares que ganham expressão no debate acadêmico contemporâneo.

Nessa edição os trabalhos apresentados envolvem àreas das Ciências Humanas e Sociais, Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Exatas e Estudos Interdisciplinares. Tal fator resultou na apresentação de 204 (duzentos e quatro) trabalhos de pesquisa apresentados a seguir. Acreditamos que a discussão ampliada, que inclua os diversos atores envolvidos nas diversas áreas, e, entendendo que existe uma abordagem interdisciplinar, esperamos contribuir para o fomento do saber acadêmico científico, viabilizando um espaço à divulgação de resultados de pesquisas relevantes para a formação do licenciando, bacharel, e do pesquisador da área e de áreas afins.

Por outro lado, queremos destacar que foi imprescindível a atuação coletiva na organização deste evento, que contou com a participação do corpo diretivo, das coordenações de curso, docentes e discentes. Sem o interesse de todos, a dedicação e a responsabilidade principalmente dos funcionários técnicos administrativos envolvidos, não seriam atingidas a forma e a qualidade necessárias ao sucesso da atividade. 

A Expociência representa um espaço significativo e verdadeiro de troca de experiências e de oportunidade de conhecer a produção científica de forma interdisciplinar e coletiva.

Boa leitura a todos!

 

 

Profª. Mª. Neuza Maria da Siqueira Nunes

Coordenadora da Extensão Universitária da Faculdade Metropolitana São Carlos

COMISSÃO ORGANIZADORA E CIENTÍFICA 

Direção Geral
Dr. Carlos Oliveira Abreu

Direção Acadêmica
Dra. Fernanda Castro Manhães

Direção Administrativa
Sr. Carlos Luciano Bieli Henriques

Assessoria Acadêmica
Me. Edyala de Oliveira Brandão Veiga

Coordenação de Extensão Universitária
Ma. Neuza Maria de Siqueira Nunes

Coordenação de Monitoria, Pesquisa e TCC
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Coordenação do Curso de Administração
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Coordenação do Curso de Direito
Ma. Geovana Santana da Silva

Coordenação do Curso de Enfermagem
Me. Roberta Silva Nascimento

Coordenação do Curso Medicina
Dr. Antônio Neres Norberg
Dra. Bianca M. Mangiavacchi (Ciclo Básico)
Dra. Lígia C. Matos Faial (Ciclo Clínico)

Coordenação do Curso de Gestão em Recurso Humanos
Me. Fernando Xavier de Almeida

Coordenação do Curso de Gestão Hospitalar
Me. Sérgio Elias Istoé

Secretaria Acadêmica
Espa. Danila Ferreira Cardoso

Setor Financeiro
Sra. Bruna de Souza Vieira

Núcleo de Apoio Psicopedagógico
Ma. Vânia Márcia Silva do Carmo Brito

Setor de Recursos Humanos
Espa. Edimara Bizerra da Silva

 

ORGANIZAÇÃO E EDITORAÇÃO
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Ma. Neuza Maria de Siqueira Nunes
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