AS CONSEQUÊNCIAS DO USOINDISCRIMINADO DE PARACETAMOL
ISTOE, Carolina
(Doutoranda em ciências aplicadas a produtos para a saúde)
carolcistoe@yahoo.com.br
MARTINS, Livia Mattos
(Doutora em biociências e biotecnologia)
liviammartins@gmail.com
SANTOS, Carina Rangel
(Estudante de Medicina na Faculdade Metropolitana São Carlos)
carina.rgel@gmail.com
SCHMITZ, Iamê Leal Barroso
(Estudante de Medicina na Faculdade Metropolitana São Carlos)
iamelbs2@gmail.com
RANGEL, Maria Eduarda de Almeida
(Estudante de Medicina na Faculdade Metropolitana São Carlos)
INTRODUÇÃO
Este estudo se trata de uma abordagem descritiva e explicativa sobre o fármaco paracetamol ou acetaminofeno, que é um analgésico e antitérmico, com pouca ação anti-inflamatória, muitas vezes indicado para o alívio da dor. É muito utilizado por ser de venda livre e sem devida prescrição médica, além de possuir baixo custo.
O paracetamol age de forma benéfica, porém seu uso indiscriminado causa diversos efeitos nocivos ao organismo. Dentre os efeitos, pode ocorrer umahepatotoxicidade, e causar malefícios a saúde como encefalopatia hepática, falência hepática e até mesmo a morte do indivíduo.
O objetivo deste trabalho é abordar propriedades deste fármaco, como mecanismo de analgesia, farmacocinética, toxicidade; além dos danos causados pelo seu uso indiscriminado, correlacionando com automedicação e suas consequências.
Este estudo amplia o conhecimento tanto da população quanto dos profissionais e estudantes da área de saúde, acerca das contraindicações e sua importância para a população. Como também, auxilia pesquisadores no desenvolvimento de futuros trabalhos acadêmicos nesta área.
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa científica, na qual foi realizada uma revisão da literatura especializada, com base em consultas à livros, periódicos e artigos científicos indexados no banco de dados do “Google acadêmico” e “Pubmed” publicados entre os anos de 2015 a 2020. As palavras chaves utilizadas foram: uso indiscriminado, uso racional, intoxicação, toxicidade, efeitos adversos.
DESENVOLVIMENTO
O paracetamol, passou a ser um dos medicamentos mais populares e amplamente utilizados para o tratamento da dor e febre. Ele possui efeito analgésico e antipirético, e um efeito anti-inflamatório menos potente comparando com os membros dos outros grupos. (FRANÇA et al.2015, VIEIRA et al.2015).
O mecanismo de analgesia do paracetamol, pode ser descrito através da inibição da síntese de prostaglandinas, ao nível do Sistema Nervoso Central, e em menor grau bloqueando a geração do impulso doloroso ao nível periférico. A ação antipirética é devido ao paracetamol atuar ao nível central sobre o centro hipotalâmico regulador da temperatura, produzindo uma vasodilatação periférica que dá lugar a um aumento do fluxo de sangue na pele, de sudorese e da perda de calor e ação central provavelmente relacionada com a inibição da síntese de prostaglandinas no hipotálamo. (FRANÇA et al.2015, VIEIRA et al.2015).
A farmacocinética do paracetamol se dá pela ingestão por via oral em formato de comprimido ou líquido em gotas, tem-se uma rápida e absoluta absorção do mesmo no trato gastrointestinal principalmente no intestino delgado, atravessando assim a barreira hematoencefálica e placentária, sua metabolização acontece no fígado o qual é sensível a ação do fármaco em questão. As concentrações terapêuticas variam e caso seja tomado acompanhado por alimentos a absorção é menor. (FRANÇA et al.2015, VIEIRA et al.2015).
A ação do fármaco se inicia em cerca de 30 minutos após a ingesta por via oral, seu pico de concentração máxima plasmática varia de 0,5 a 2 horas, após ingesta por via oral, tem duração de 4 a 6 horas. Sua excreção ocorre devidamente através da urina. (FRANÇA et al.2015, VIEIRA et al.2015).
No fígado ao ser metabolizado sofre conjugação com ácido glucurônico, ácido sulfúrico e cisteína, que são intermediários reativos, que com uma alta dosagem podem gerar uma necrose hepática. (MEZAROBBA et al.2018, BITENCOURT et al.2018).
O fígado é a maior glândula do corpo e o segundo maior órgão. É um órgão versátil, responsável pelo metabolismo de lipídeos, proteínas, carboidratos e armazenamento de glicogênio, ferro e vitaminas. As células do fígado (hepatócitos) são responsáveis pelas funções exócrinas e endócrinas do fígado, elas também são ricas em citocromo P450 (família de enzimas) que possuem capacidade de metabolizar, inativar e facilitar a eliminação de diversas substâncias. Devido à sua ação metabólica esse órgão se torna sensível a ação de fármacos, como o paracetamol. (DOS REIS et al.2017,PAVANELLI et al.2017, DE SOUZA BRAGA et al.2017).
A hepatotoxicidade é decorrente de três formas, podendo ser juntas ou isoladas. A mais comum é a sobredose (ingestão de doses elevadas); segundo, a extensa ativação do sistema citocromo P450 (CYP) resultante da ingestão de determinados medicamentos provedores da formação de radicais livres de oxigênio responsáveis pela lesão hepatocelular; e por último, a depleção dos níveis de glutationa do hepatócito por ingestão alcoólica, sobredose e desnutrição responsável pela inativação da NAPQI (N-acetil-p-benzo-quinonaimina). (DOS REIS et al.2017, PAVANELLI et al.2017, DE SOUZA BRAGA et al.2017).
Quando o fármaco é administrado em doses normais, prescrito por um médico, tendo sua vendasupervisionada pelo farmacêutico, e não ultrapassando as doses diárias estimadas em 4g, o paracetamol não causa nenhum dano ao organismo. (MEZAROBBA et al.2018, DE BITENCOURT et al.2018).
Entre as diversas vantagens do fármaco, destacam-se os fatos dele ser da classe dos AINEs (Anti-inflamatórios não esteroides), não causar problemas de dependência, tolerância e síndrome de abstinência, incluindo também o fato de ser facilmente disponibilizado em farmácias e ter um baixo custo comparado a outros medicamentos da mesma classe. (MEZAROBBA et al.2018, BITENCOURT et al.2018).
Porém, há um grande perigo por trás deste fármaco, quando consumido <
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