A AÇÃO FARMACOLÓGICA EM INDIVÍDUOS QUE APRESENTAM TRANSTORNO DEPRESSIVO
MEDEIROS, Pedro Henrique Pinheiro
Graduando do Curso de Medicina da Faculdade Metropolitana São Carlos (FAMESC) – Unidade Bom Jesus do Itabapoana - RJ
phpm45@gmail.com
ISTOE, Carolina Crespo
Professora orientadora: Ma., Faculdade Metropolitana São Carlos (FAMESC) – Unidade Bom Jesus do Itabapoana - RJ
carolcistoe@yahoo.com.br
MANGIAVACCHI, Bianca Magnelli
Professora orientadora: Dra., Faculdade Metropolitana São Carlos (FAMESC) – Unidade Bom Jesus do Itabapoana - RJ
bmagnelli@yahoo.com.br
INTRODUÇÃO
De acordo com Soares (2019), o transtorno depressivo é um problema de saúde pública, podendo afetar indivíduos de diferentes faixas etárias. A depressão grave é o estágio mais extremo, sendo o principal influenciador nos comportamentos suicidas ou idealização suicida. Sendo assim, são diversos os fatores que contribuem para o desencadear dessa doença, como, por exemplo, doenças mentais (SOARES, 2019).
Segundo o Ministério da Saúde (2019), a depressão é uma doença psiquiátrica que afeta o emocional das pessoas, como sintomas, o paciente apresenta uma tristeza profunda, falta de apetite, falta de ânimo, pessimismo e baixa autoestima, dentre outros, que surgem de forma frequente e podem combinar-se entre si. Ela provoca, ainda, a ausência de prazer em coisas que antes faziam bem ao portador e grande oscilação de humor e pensamento, que podem culminar em comportamentos e atos suicidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019).
A exaustão emocional, dimensão individual da síndrome, é caracterizada pelo sentimento de falta de energia e de recursos emocionais para lidar com situações cotidianas do trabalho. Segundo Baptista, a redução da realização pessoal no trabalho ou no desapontamento no trabalho caracterizam-se pela tendência de os trabalhadores avaliarem-se de forma negativa, como incapazes, insuficientes, desmotivados e com baixa autoestima (BAPTISTA, 2019).
MATERIAL E MÉTODOS
Com abordagem obre O uso farmacológico em indivÍduos que apresentam transtorno depressivo, através do método dedutivo, por meio da leitura de revisão de artigos científicos. Desta feita, por meio de análises e estudos de artigos, é de grande valor a discurssão sobre a temática adentrando as arestas familiares, introduzindo um novo conceito de alimentação e a necessidade de uma adequada nutricão na infância.
Os artigos foram encontrados na plataforma do Google Acadêmico, que direcionou os resultados da pesquisa e para identificar os artigos acerca do assunto, realizou-se busca nas bases de dados eletrônicas PUBMED, SCIELO, entre outras revistas digitais, durante os mêses de agosto e setembro de 2020. As palavras-chave para realizar a pesquisa foram: Depressão; ansiedade; e tratamentos.
DESENVOLVIMENTO
ETIOLOGIA DO TRANSTORNO DEPRESSIVO
A depressão é uma característica marcante do século XXI, tal patologia chega a ser nomeada como “mal do século” (PERES, 2006). Em estudos mentais sobre a depressão, angústia e dor, verifica-se que os indivíduos, não por raras vezes, estabelecem uma conexão entre a depressão e outras doenças, o que produz uma interrogação patológica. Ao realizar um elo de ligação do estado depressivo com a inteligibilidade do campo analítico, permite abrir um leque de opções. Assim, emergem algumas hipóteses, tais como: se a depressão é de fato um fenômeno quase banal do viver humano e justifica, portanto, a inclusão em outros casos clínicos; ou, se assim como a dor e a angústia, manifesta-se de diferentes modos e maneiras; ou, ainda, se em todos os casos clínicos, são de responsabilidade da psicanálise, como as neuroses, as psicoses e as perversões (DELOUYA, 2008).
Caracterizada como uma doença com presença de alterações do humor persistentes e suficientemente graves, a depressão é considerada uma perturbação mental. O humor depressivo está interligado em uma forte conexão com outros sintomas, como a incapacidade de sentir prazer, a culpa inapropriada, a baixa autoestima, a desesperança, o cansaço, a diminuição de concentração ou da capacidade de pensar, a agitação psicomotora, as alterações de sono e apetite, os pensamentos mórbidos ou de suicídio (CRUJO; MARQUES, 2009).
De acordo com Beck (2011), a depressão, atualmente, é um paradoxo social no qual um ator de cinema amplamente reconhecido se humilha por uma cirurgia plástica por acreditar ser feio, ou no caso de uma mulher extremamente rica e que necessita de auxílios para alimentar seus filhos. Nesse contexto, é possível refletir que nem tudo que é mostrado externamente é concretizado no interior do indivíduo, cada ser possui sua maneira de ser e de agir. Seguindo essa mesma lógica, pacientes com frequentes práticas autodepreciativas demonstram aumentar o seu sofrimento, deixando-se vencer pelos seus tormentosos pensamentos (BECK, 2011).
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) (2014) classifica o transtorno depressivo em transtorno disruptivo da regulação do humor, transtorno maior, transtorno depressivo persistente, transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo induzido por substancia/ medicamentos, transtorno depressivo devido a outra condição médica, transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não especificado. O transtorno é nomeado quando apresenta características marcantes, como humor triste, vazio ou irritável, acompanhamento de alterações somáticas e cognitivas que afetam significativamente a capacidade funcional do indivíduo e o que os diferem são os aspectos de duração, momento e etiologia presumida (AMERICAN PSICHIATRIC ASSOCIATION, 2014).
O EMPREGO FARMACOLÓGICO E SUA AÇÃO NO COMBATE AO TRANSTORNO DEPRESSIVO
De acordo com Andrade (2003), o sistema nervoso juntamente com o sistema endócrino são os principais responsáveis pela maioria das funções de controle do organismo. Assim, como por exemplo, uma pessoa que se encontra em situação de perigo, o sistema endócrino irá liberar adrenalina e, a partir desse hormônio, o sistema nervoso irá enviar seus impulsos nervosos (através dos axônios), como relaxamento da bexiga, vasoconstricção das extremidades, vasodilatação dos músculos, entre outros fatores (ANDRADE, 2003).
Segundo Moruma (2010), a farmacologia é introduzida em tratamentos em que a psicoterapia não resulta em resultados positivos para o tratamento da depressão. Ainda como uma base farmacológica, os medicamentos mais utilizados são os que envolvem a inibição seletiva da recaptação de serotonina (ISRS) e, entre essa classe, os mais prescritos são: a sertralina, a venlafaxina, a fluoxetina, a paroxetina, o citalopram e a fluvoxamina (MORUMA, 2010).
Assim, como exemplo dessas emoções, é possível citar o prazer, a alegria, o medo, a raiva, a tristeza, a reação luta-fuga, fato é, as estruturas neurais agem de maneira diferente em cada uma delas, acionando ou desativando alguma área específica desse sistema (BARRETO, 2010). Desta feita, conquanto não se tenha plena certeza entre as relações das estruturas neurais aos controles motivacionais e as emoções, acredita-se que, ao se tratar de diferentes estímulos aferentes, os estímulos atingirão diferentes áreas no sistema nervoso (BARRETO, 2010).
No decorrer da existência humana, o avanço tecnológico e farmacológico encontrou o surgimento e gerou diversas revoluções nos meios sociais. Desde os chás medicinais utilizado pelos índios até os atuais comprimidos, são fatores que estão diretamente relacionados aos avanços da expectativa de vida humana. No final da década de 1950, o mundo já estava habituado com a utilização de fármacos como forma preventiva e curativa. Nessa mesma época, drogas antidepressivas começaram a desempenhar destaque nos meios clínicos a fim de combater um mal, que até então era mal visto pela sociedade da época e que acabara de ganhar visibilidade. A depressão é uma patologia passível a tratamento (MORENO, 1999).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atualmente, a depressão é caracterizada por uma tristeza sem fim, constante e de grande impacto para a vida do indivíduo, acarretando em um desgaste emocional muito maior do que a tristeza corriqueira causada pela melancolia. Além disso, esse trabalho tem como finalidade apresentar a relação farmacológica, através da inibição seletiva da recaptação de serotonina (ISRS), fármaco atual mais utilizado em tratamentos de depressão.
Com base em Andrade (2003), a 5-hydroxytyptamine (5HT), ou também conhecida como serotonina, é um hormônio e o neurotransmissor envolvido na excitação de alguns órgãos e na constrição de vasos sanguíneos. Além disso, este hormônio possui algumas funções fisiológicas importantes para o funcionamento de um metabolismo ideal, como os batimentos cardíacos e o início do sono, já que também são precursoras de um outro hormônio chamado melatonina, que é o regulador do sono (ANDRADE, 2003).
A serotonina apresenta um precursor único, um aminoácido chamado L-triptofano, essa conversão é dada por duas etapas, como é mostrado na imagem abaixo. Além disso, a concentração plasmática do L-triptofano é dada pelo balanceamento entre a ingestão de alimentos ricos nesse aminoácido e sua remoção do plasma para síntese proteica (TOKER et all, 2010).
Visto que o L-triptofano é um elemento essencial para a síntese da serotonina, e a enzima triptofano-hidroxilase na conversão do triptofano, é de extrema importância uma biodisponibilidade de ambos elementos (TOKER et all, 2010). Assim, a ingestão adequada desse aminoácido e de nutrientes envolvidos na composição dessa enzima é fundamental em um tratamento depressivo. Alimentos como arroz integral, feijão, carne bovina, peixe, aves, abóbora, banana e manga, são ricos em triptofano (TOKER et all, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acerca do crescimento nas taxas de alguns transtornos, sofrimento e desordem psicológica, verifica-se que o argumento da mudança da sociedade, ainda, é responsável em relação ao comportamento epidemiológico. O crescimento da prevalência da depressão exemplifica uma situação em que os domínios de ações meramente ensaiadas são desenvolvidos até certo ponto para cobrir o diagnóstico desta patologia. Contudo, é muito comum o isolamento individual.
Além disso, ao comparar métodos cronológicos, as emoções passaram por muito tempo excluídas dos tópicos de estudo, acreditava-se que eram fenômenos indignos e impróprios. Além disso, elas também não eram compreendidas, pois a sociedade da época acreditava que cada indivíduo possuía capacidade própria de controlas suas emoções, sentimentos e sensações.
Conclui-se que o tratamento farmacológico agregado a uma boa alimentação, rica em alimentos ricos em trptofano resultará em um sucesso maior. Isso se dá pelo fato do elemento farmacológico conservar o aminoácido necessário na regulação do neurológica que resulta em uma crscente melhora nos sintomas que são relacionados a depressão/ansiedade.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Rosângela Vieira de, et all. Atuação dos neurotransmissores na depressão. Rev. Bras. Ciênc. Farm. [periódico na Internet]. 2003 jan./mar. [acessado 2011 dez. 19]; 1(1):[cerca de 4p.]. Acesso em: 10 de ago de 2019. Disponível em: <http://www.saudeemmovimento.com.br/revista/artigos/cienciasfarmaceuticas/v1n1a6.pdf>. Acesso em 02 jun. 2020
ASSOCIATION, AMERICAN PSYCHIATRIC. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. 5 ed. Porto Alegere: Artmed, 2014. Disponível em: <http://www.tdahmente.com/wp-content/uploads/2018/08/Manual-Diagn%C3%B3stico-e-Estat%C3%ADstico-de-Transtornos-Mentais-DSM-5.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2020.
BAPTISTA, Makilim Nunes; et all. Burnout, estresse, depressão e suporte laboral em professores universitários. In: Rev. Psico., Brasilia, 2019. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpot/v19n1/v19n1a08.pdf>. Acesso em 27 jun. 2020.
BARRETO, João Erivan Façanha; SILVA, Luciane Pontes e. Sistema límbico e as emoções – Uma revisão anatômica. In: Rev. Neurocienc., Ceará, 2010. Acesso em 08 ago. 2020.
BECK, Aaron T.; ALFORD, Brad A.. Depressão: Causa e tratamento. 2 ed. São Paulo: ARTMED Edtora, 2011. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=cTY9DQAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA1&dq=Exemplos+de+depress%C3%A3o&ots=Fbi-W9wz60&sig=iATnrbCh0egy6Ja1AQ5zyvRgvFo#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 01 set. 2020.
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CRUJO, Margarida; MARQUES, Cristina. As perturbações emocionar: Ansiedade e depressão na criança e no adolescente. In: Rev. Port. Clin. Geral, Lisboa, 2008. Disponível em: <http://www.rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10675/10411>. Acesso em 09 set. 2020.
DELOUYA, Daniel. Depressão. 5 ed. São Paulo: Casa do Psicólogo Livraria e Editora LTDA, 2008. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=2qpahi1esjoC&oi=fnd&pg=PA9&dq=Exemplos+de+depress%C3%A3o&ots=i8JklqUv5k&sig=KH6D_BBqN2IZjT82ZoDZjLlirwc#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 08 set.. 2020.
MORENO, Ricardo Alberto; MORENO, Doris Hupfeld; SOARES, Márcia Britto de Macedo. Psicofarmacologia de antidepressivos. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 21, supl. 1, p. 24-40, May 1999 . Acesso em: 10 de ago de 2019. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000500006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 25 ago. 2020.
MORUMA, Marcelo Luiz; SILVA, João Luís Carvalho Pinto e. Risco e benefícios do uso dos inibidores seletivos da receptação de serotonina para a depressão durante a gravidez e a lactação. Revista Brasileira de Ginecologia e obstetra. Campinas, 2010. Acesso em: 11 de ago. 2019. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/29834/1/S0100-72032007000700001.pdf>. Acesso em 08 ago. 2020
PERES, U. T. Depressão e Melancolia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006.
SOARES, Maria Cecília de Freitas. Uma Análise Sobre Depressão, Melancolia e Suicídio. In: Psicologado: portal eletrônico de informações, mai. 2019. Disponível em: < https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/uma-analise-sobre-depressao-melancolia-e-suicidio>. Acesso em 27 ago. 2020.
TOKER, L.; AMAR, S.; BERSUDSKY, Y.; BENJAMIN, J.; KLEIN, E.; AGAM, G. The biology of tryptophan depletion and mood disorders. Isr. J. Psychiatry Relat. Sci., v.47, n.1, p.46-55, jan. 2010. Acesso em 08 ago. 2020.
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