INTRODUÇÃO
A liderança em enfermagem (LE) é um conjunto de condutas e abordagens heterógenas que buscam otimizar a produtividade da equipe de enfermagem, e por consequência, melhorar a qualidade do serviço prestado ao paciente. As práticas da LE não se limitam ao conhecimento teórico e a pratica técnica, elas exigem criatividade, inovação e capacidade de reciclagem, para que a equipe possa atingir os desfechos ideais para a saúde do paciente. A LE eficaz está relacionada principalmente a boa relação entre gestores e funcionários, e ao envolvimento no trabalho com aperfeiçoamento do ambiente.
Bons líderes de enfermagem são responsáveis tanto pela implementação, quanto pelo desenvolvimento eficaz e eficiente, das ações de gerenciamento de serviços. O foco do trabalho é a melhoria do desempenho da equipe e consequentemente o aprimoramento da assistência prestada aos pacientes. O ambiente de melhoria continua impulsiona a competitividade e a produtividade dos profissionais de enfermagem, concentrando efetivamente seus esforços para otimização do atendimento ao paciente.
A questão norteadora desta pesquisa foi: O que a liderança da enfermagem precisa priorizar para atingir a excelência no atendimento ao cliente?
O objetivo geral deste estudo foi revisar a literatura e identificar quais as principais condutas de liderança de enfermagem devem ser priorizadas. Os objetivos específicos foram: i. Conceituar a liderança; ii. Discutir o papel do enfermeiro líder; iii. Conceituar qualidade e excelência ao atendimento ao paciente; iv. Constatar os principais efeitos esperados no atendimento de excelência ao paciente; v. Identificar as principais condutas de LE relatadas na literatura.
Esse estudo justifica-se, pois, busca agregar informações a atual demanda por inovação e melhoria continua dos profissionais de enfermagem, buscando atender as demandas vigentes da modernização da prestação de serviços de saúde e também a otimização da assistência prestada ao paciente. A qualidade da prestação de serviços em saúde tem sido fortemente discutida desde a implementação da Direção Geral de Saúde e, como tal, foi consagrada no Plano Nacional de Saúde de 2011/2016.
MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo adotou o método de revisão narrativa. As revisões narrativas tem por intenção abordar um tema o descrevendo, discutindo, desenvolvendo ou apresentando seu “estado da arte” (DA COSTA et al., 2015). Para isso foi realizada a seleção de uma bibliografia, de forma livre e não sistemática, seguida de uma etapa de leitura minuciosa e por fim uma síntese textual. As revisões narrativas buscam atuar como material educativo e informacional, sendo utilizadas como fonte de informações atualizadas para o processo de melhoria continua e educação continuada, permitindo que seu público-alvo, geralmente profissionais inseridos no mercado de trabalho, atualize seus conhecimentos em relação à um tema especifico (SPERONI; VIZZOTTO, 2015).
DESENVOLVIMENTO
O conceito de liderança
A ideia de liderança é um conhecimento universal, todavia, a complexidade conceitual impede seu reducionismo em um único significado. Simões e Fávero (2003), definem a liderança como: “o fator humano que ajuda um grupo a identificar para onde ele está indo e assim motivar-se aos objetivos". A liderança pressupõe a relação interpessoal, em um cenário onde o papel da comunicação se faz indispensável. Na enfermagem, o enfermeiro transfere e recebe conhecimentos, organiza seu serviço e traça objetivos a serem atingidos juntamente com sua equipe.
Assim, é imperativo a constante atualização desse profissional, tanto do conhecimento técnico quanto das técnicas de comunicação e motivação, objetivando oferecer a maior qualidade possível na assistência em um estado de bem-estar entre os profissionais, além de buscar a melhoria continua através do combate ao comodismo limitam o processo de liderar (SIMÕES; FÁVERO, 2003).
Enfermeiro líder
O enfermeiro deve ser entendido também como um líder na organização hospitalar, isso porque suas tarefas diárias quase sempre envolvem o trabalho com e através de pessoas, em uma relação trabalhista que envolve constantemente a capacidade de influenciar e motivar os outros (LOURENÇO; TREVIZAN, 2002). Todavia, nota-se que na formação superior brasileira existem lacunas acerca do tema, i.e., pouca ou nenhuma instrução teórica sobre liderança é passada ao aluno para que esse possa chegar munido de técnicas e condutas eficazes no ambiente de trabalho. Na literatura a ideia de enfermeiro líder vem sendo amplamente discutida.
De acordo com Maxwell (2008):
A enfermagem tem evoluído e não se limita apenas a técnicas e procedimentos. Atualmente, com seu avanço técnico-científico, o enfermeiro assume papel de liderança, gerenciando sua equipe em várias dimensões.
Faria e colaboradores (2017), postularam que para uma boa atuação dos enfermeiros lideres, se faz necessária uma mudança estrutural no ambiente hospitalar, buscando alterar o status quo vigente que preza a comunicação predominantemente hierárquica, unidirecional, com pouca abertura ao diálogo, voltada, sobretudo, para manutenção do modelo vigente, conservando os pressupostos da administração clássica que se pauta na divisão técnica e social da profissão.
Excelência no atendimento ao paciente
Entende-se por excelência da assistência o ato de oferecer a melhor assistência disponível de forma eficiente, transparente e humanizada, levando em consideração todo o processo assistencial, e não apenas um olhar pragmático sobre o resultado final. Neste cenário, além do diagnóstico da enfermidade, da indicação e realização da medicação e/ou da intervenção, deve-se atentar a resposta afetiva, e ao nível de satisfação dos pacientes em relação ao tratamento recebido na instituição de saúde. Desta forma, pode-se entender que a excelência do atendimento tem caráter dinâmico e mutável, dada a constante evolução dos anseios e das necessidades humanas. Vem ganhando destaque a realização de um processo de logística reversa, onde a avaliação do nível de satisfação dos pacientes, através de métodos validados, produz informações valiosas que podem ser adaptadas e implementada na assistência futura (BARBOSA; MELO, 2008).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi observado que a liderança em enfermagem vem ganhando destaque como objeto de estudo em revistas cientificas brasileiras e latinas. O conceito é bem difundido e bem sustentado em relação a sua importância como conduta inovadora na pratica da enfermagem. Silva e colaboradores (2017), apontam que nas instituições de saúde grande parte do corpo técnico é constituído de enfermeiros e profissionais de enfermagem, em um cenário onde a aplicação de novas tecnologias exige enfermeiros cada vez mais preparados e qualificados, versados não apenas no conhecimento técnico, mas também em comunicação, inovação, criatividade, trabalho em equipe e tomada de decisão, o que constitui um desafio até mesmo para os melhores líderes de enfermagem.
Para Amestoy e colaboradores (2010), há o entendimento por partes dos profissionais da importância de se atuar em um ambiente liderado por figuras preparadas, sobretudo, as autoras puderam notar que apesar deste reconhecimento acerca da importância da LE muitos profissionais acreditam que a formação superior deixa a desejar e que para formar enfermeiros lideres, o ensino da liderança durante a graduação deveria adotar uma abordagem do tipo transversal, assim como estratégias que permitam a educação permanente do profissional já formado, potencializando o exercício da liderança no ambiente hospitalar.
O conceito de LE surge na enfermagem a partir do Modelo Nightingaleano, que introduzia a ideia de liderança rígida, inflexível, autoritária e centralizada na figura do líder, que muitas vezes era determinado de acordo com a hierarquia institucional a qual estava inserido. O panorama contemporâneo preconiza boa comunicação, liderança horizontal e descentralizada, baseada em um sistema de troca e compartilhamento. em um ambiente propicio a formação de alianças, parcerias, equipes, negociação e exploração da motivação humana, que exige uma nova abordagem da liderança na Enfermagem (SANTOS et al., 2009).
Prochnow e colaboradores (2003), acreditam que o enfermeiro líder deve ser aquele capaz de transmitir e compartilhar informações inovadoras frente ao status quo vigente da instituição, sem causar perturbação excessiva na equipe. Apontando a intersecção entre o avanço tecnológico e as percepções humanas através do diálogo e da construção de saberes plurais, desenvolvendo instrumentos e posturas teóricas na perspectiva de reconstituir ideias práticas, transformando os desafios cotidianos em superação de forma dinâmica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para uma boa implementação da LE, deve ser levado em consideração que este processo se destina ao bem-estar coletivo em detrimento do individual, onde as decisões devem ser tomadas em prol da equipe e não do líder em si, objetivando sempre a melhoria continua da assistência prestada ao paciente, e a satisfação da equipe profissional que a fornece. Os enfermeiros lideres devem estimular o estabelecimento de diálogos e ações efetivas para melhorar os cuidados com os seus pacientes.
REFERÊNCIAS
COMISSÃO ORGANIZADORA E CIENTÍFICA
FACULDADE METROPOLITANA SÃO CARLOS
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