A ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTEJOVEM COM O VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HOSPITALIZADO
INTRODUÇÃO
Desde o início da epidemia de HIV, os enfermeiros estão na vanguarda da equipe de resposta para ajudar as pessoas a administrar os efeitos gerados no organismo através dessa infecção letal. As equipes de enfermagem estão envolvidas em todas as etapas da trajetória de uma pessoa que é portadora do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV). Os profissionais de enfermagem estão afrenteda educação em saúde para as pessoas recém-diagnosticada, e essa assistência se prolonga atéos últimos momentos de vida. Estima-se que existam aproximadamente 35 milhões de pessoas com HIV em todo o mundo, (SOUZA e FARIAS 2014).
Sendo que medida que o HIV deixa de ser uma doença fatal para uma doença administrável, os cuidados com a pessoa com HIV se tornarão um elemento de rotina dos cuidados primários de saúde. Os enfermeiros estarão na linha de frente no esforço expandido para testar os jovens, e educá-los sobre os fatores de risco e motivá-los a permanecer em tratamento se o teste for positivo, Diante disso é um grande desafio para o profissional de saúde desenvolver um elo de comunicação com o paciente, (DANTA et al. 2017).
O objetivo deste trabalho é destacar de que forma é realizado a prestação da assistência de enfermagem durante o período de hospitalização de um paciente jovem portador do HIVe das sequelas oriundas do ataque do vírus ao sistema imunológico.Para os jovens com HIV, a doença muitas vezes é um ajuste para aumentar o contato com o sistema de saúde, gerenciar as demandas de tratamento e aumentar a sua dependência de outras pessoas, incluindo profissionais de saúde. Esta mudança de papéis e relacionamentos quase sempre ocorre no curso do avanço da doença por HIV e pode ser bastante ameaçadora. A infecção pelo HIV abarca umapreocupação para a saúde pública. Pessoas mais velhas seguem com mais rigor o tratamento, comparado com jovens, (DANTA et al. 2017).
Aceitar é enfrentar as circunstâncias da vida, para ser aceito, é necessário que a pessoa admita a realidade dos fatos, avalie a situação e promova as mudanças necessárias, pois é a única forma de atingir seus objetivos pessoais. Conclui-se que é necessário estimular suas habilidades de adaptação a um novo estilo de vida e fazer com que esses jovens se envolvam com as práticas de autocuidado que essa condição de saúde exige, para que possam assumir o controle total de seu tratamento por mais tempo. A partir do momento em que o enfermeiro incorpora essa ideia nas práticas de cuidado, principalmente no ambiente hospitalar, esse profissional estará contribuindo para a melhoria da qualidade de vida desses jovens, (CARRARA et al. 2015).
MATERIAIS E MÉTODOS
Realizou se uma pesquisa bibliográfica com materiais já publicados onde foram utilizadosmateriais como: artigos, livros revistas e sites que relatam sobre o tema. Como referenciais buscamos o trabalho de DANTAS et al. 2017, com intuito de abordar, “A assistência de enfermagem ao paciente jovem com o vírus da imunodeficiência hospitalizado”. Os artigos abordados a partir de 2014, tendo como exclusão postagens anteriores e publicações que não condizem devidamente com o tema corretamente abordados. A Pesquisa realizada no período de setembro de 2020.
DESENVOLVIMENTO
DIAGNÓSTICO
A revelação de um diagnóstico de HIV no meio familiar e social também é vista como discriminatória, uma vez que se supõe que tanto a família quanto o meio social não entendem o HIV como uma doença crônica que permite uma coexistência destemida. Na verdade, é o contrário, por causa de sua história, o HIV ainda gera símbolos de preconceito, como vergonha e isolamento social, que se estendem à rede familiar quando um dos membros é portador do HIV. A assistência de enfermagem ao jovem que convive com HIVé muito importante, e também deve atuar no sentido de ajudar esses pacientes a superar seus medos, dúvidas e preocupações futuras,(SOUZA e FARIA 2014).
No que se refere ao HIV, a vergonha sempre é relatada como outro sentimento por parte dos portadores que, por meio de seus comportamentos, demonstraram um aspecto frágil no enfrentamento da doença e suas imposições. Na maioria das vezes o medo do preconceito, o ocultamento da doença pelos jovens é motivado pela vergonha de ser portador do HIV. O silêncio, mesmo sendo repleto de dilemas, é entendido por esses jovens como uma necessidade de proteção, criando uma aura de normalidade ao seu redor, (FERNANDES et al., 2015).
Destaca-se também a importância da equipe multiprofissional de enfermagem no que se refere a promover a autoaceitação do jovem soropositivo, principalmente do enfermeiro que atua na identificação das limitações e, junto com o jovem, busca formas de realizar práticas de autocuidado e estratégias de adaptação a uma condição crônica de saúde. As práticas de autocuidado exigem mais do que a apreensão de uma compreensão técnica e normativa, (DANTAS et al., 2017).
Essa compreensão de toda a dimensão do autocuidado abrange questões mais complexas e precisa construir competências relacionadas aos profissionais envolvidos. Portanto, aprender coisas novas e adquirir mais compreensão e vivência faz com que o indivíduo enfrente os aspectos negativos da mudança de estilo de vida e passe a se adaptar melhor e mais seguro a uma nova rotina, valorizando os limites para atuar, por si mesmo, todos os procedimentos de autocuidado necessários à sua sobrevivência. Para tanto, o enfermeiro deve propor um conjunto de estratégias de promoção da saúde que possam ser utilizadas nesse ambiente, sendo a educação em saúde apenas uma dessas estratégias, (CARRARA et al., 2015).
PREOCUPAÇÕES PSICOSSOCIAIS / ENFRENTAMENTO INEFICAZ
A hospitalização pode trazer, pela primeira vez, a plena compreensão de ser soropositivo para o HIV, ser diagnosticado com uma condição definidora de AIDS, reconhecer um estágio progressivo ou incapacitante da doença, ou enfrentar uma fase terminal da doença. Essas percepções são prováveis a ser agravada por muitas preocupações psicossociais. A comunicação é essencial para o tratamento do portador do vírus HIV, pois o paciente, na maioria das vezes, não aceita ser portador do vírus podendo adotar comportamento depressivo (isolamento) ou agressivo (transmitir de forma consciente para outra pessoa), (DANTAS et al., 2017).
Dados os curtos períodos de permanência, o papel dos enfermeiros em ambientes de cuidados intensivos de pacientes internados concentra-se mais frequentemente na intervenção em crises. Embora se possa esperar que a maioria dos pacientes e seus cuidadores gerenciem com eficácia as preocupações que acabamos de descrever, os pacientes com diagnósticos duplos e triplos (infecção por HIV e uso de substâncias e doença psiquiátrica). Exigirão intervenções mais intensivas, (CARRARA et al., 2015).
A depressão clínica em pessoas com HIV e outros problemas médicos é frequentemente subestimada em termos de prevalência e é negligenciada e não tratada na prática. O gerenciamento de enfermagem de preocupações psicossociais inclui o seguinte, a avaliação e monitoramento contínuo das preocupações, determinar estratégias anteriores de enfrentamento, crenças e preocupações em relação à doença, experiências hospitalares anteriores e capacidade de comunicar necessidades e pedir ajuda.
Determinar o acesso aos serviços básicos, criar um ambiente de aceitação e respeito pela dignidade humana, determinar o conhecimento do paciente sobre a doença e o tratamento, ao mesmo tempo em que fornece informações precisas e apropriadas para a compreensão do paciente, encorajar a comunicação honesta e consistente entre a equipe do hospital e o paciente e o sistema de apoio identificado pelo paciente. Encaminhar o paciente a um assistente social para assistência com serviços básicos (por exemplo, moradia, alimentação) e recursos da comunidade (por exemplo, entrega de refeições, serviços voluntários para tarefas domésticas ou apoio), (SOUZA e FARIA 2014).
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EM CASOS DE DOR AGUDA OU CRÔNICA
Segundo Dantas et al., (2017), a dor crônica na doença HIV pode durar indefinidamente e, portanto, requer um tratamento diferente daquele da dor aguda. A dor crônica pode afetar o humor, o estado funcional, os relacionamentos e a qualidade de vida e, às vezes, é um prenúncio da progressão da doença pelo HIV. Como resultado, uma variedade de intervenções não farmacológicas pode ser indicada. A maioria dessas intervenções é implementada no ambiente ambulatorial e ocorre ao longo do tempo (por exemplo, técnicas de fisioterapia, modificações nas atividades diárias, (ROCHA et al., 2015).
TRATAMENTO DA DOR / EDUCANDO O PACIENTE
O manejo da dor em enfermagem inclui o seguinte, avaliação contínua da presença e características da dor (localização, qualidade e intensidade em uma escala de 0 a 10 e seus fatores agravantes e atenuantes), administração de analgésicos e agentes adjuvantes e avaliação de sua eficácia, advogar por uma dosagem ininterrupta (versus dosagem conforme a necessidade) de analgésicos para dor crônica, de preferência por via oral. A medicação não é destinada a destruir o HIV, e sim impedir a replicação viral, evitando a depressão do sistema imunológico, (ROCHA et al., 2015).
Avaliação e prevenção de efeitos colaterais indesejáveis ??(por exemplo, constipação devido ao uso crônico de opiáceos ou antidepressivos tricíclicos), usando técnicas não farmacológicas conforme apropriado, tais como garantir períodos adequados de descanso imperturbável. Posicionamento, aplicações de calor e frio, banhos quentes, massagem e outras técnicas de relaxamento, (CARRARA et al., 2015).
Os enfermeiros desempenham um papel vital na educação do paciente. Pacientes informados sobre sua doença e seu tratamento são provavelmente mais eficazes para lidar com suas demandas, menos propensos a sofrer de ansiedade e mais propensos a aderir às necessidades do tratamento. Uma comunicação eficiente pode ser obtida através de um profissional capacitado a orientar, informar, apoiar e atender as necessidades dos portadores através da prática da assistência humanizada de enfermagem, com qualidade e competência (SOUZA e FARIA 2014).
RESULTADO E DISCUSSÃO
O cuidado realizado por profissionais de enfermagem aos jovens que vivem com HIV é imprescindível, sendo à luz da percepção aos cuidados à pacientes hospitalizados. Foram discutidas questões acerca da humanização do cuidado em saúde e como este deve ser realizado por profissionais de enfermagem aos indivíduos soropositivos. Pôde-se observar que a prestação de serviços por meio de profissionais qualificados e capacitados, quando realizado do modo integral, considerando toda a subjetividade do paciente como os aspectos emocionais, sociais e culturais, possam proporcionar a melhoria da qualidade de vida, adesão ao tratamento e longevidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O cuidado de enfermagem ao pacientes jovens com HIV requer toda a experiência de enfermagem fisiológica, psicossocial e espiritual, bem como sua base ética e moral. No ambiente de internação, a pressão de períodos de internação encurtados, acuidade dos pacientes no momento da admissão, e frequentemente no momento da alta também, priorização do mandato das necessidades de cuidado do paciente, habilidades de intervenção em crise e um plano para continuar o cuidado após a hospitalização.
O trabalho de enfermagem estar presente no cuidado aos seres humanos que estão enfrentando essa patologia e suas consequências e até mesmo a morte. O desafio para os enfermeiros que lidam com os pacientes doentes ou internados com sequelas do HIV é reconhecer que em seu trabalho prevalece à ética do cuidado no centro da prática de enfermagem em um momento de mudanças dramáticas tanto na vida do paciente quanto no sistema de saúde.
REFERÊNCIAS:
CARRARA G.I. R; SILVA A.C; NEVES N. M; PEREIRA R. S. AIDS em mulheres e o cuidado da enfermagem: uma revisão da literatura. Revista Fafibe On-Line, Bebedouro. São Paulo. 2015. http://unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/36/30102015183529.pdf. Acesso em: 18 de set. 22020.
DANTAS V. R; MARTINS M. S; RAMALHO L. F. A importância do enfermeiro frente ao tratamento do hiv: aumento da sobrevida em uso de antiretrovirais. ICESP PROMOVE. São Paulo. 2017. Disponível em: http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/artigos/da4172eaedb890e941f011bc7be2ee82.pdf. Acesso em: 19 de set. 2020.
FERNANDES I. A; BARBAGLIA J; SOUZA K. C; MELLO S.S.P. Orientação a pessoa vivendo com HIV: o papel do enfermeiro na adesão ao tratamento e no desenvolvimento da prática do autocuidado. Revista Fafibe On- Line. Bebedouro. São Paulo. 2015. Disponível em: http://unifafibe.com.br/revistasonline/arquivos/revistafafibeonline/sumario/36/30102015183529.pdf. Acesso em: 18 de set. 2020.
SOUZA C. R; FARIAS J.M. Fatores intervenientes na adesão dos portadores de hiv/aids ao exercício físico. Criciúma, Santa Catarina. 2014. Disponível em: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/27. Acesso em: 18 set. 2020.
ROCHA G.S.A; ANGELIN R.C.M; ANDRADE R, L; AQUINO J.M; ABRÂO F.M. S; COSTA A, M. cuidados de enfermagem aos indivíduos soropositivos: reflexão à luz da fenomologia. Revista mineira de enfermagem. Minas gerais, 2015. Disponível em: https://www.reme.org.br/artigo/detalhes/1020. Acesso em: 19 de set. 2020.
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