INTRODUÇÃO
As Infecções Hospitalares (IH) constituem um sério problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A IH é definida como aquela adquirida após a admissão do paciente, podendo este apresentar sintomas durante a internação ou após a alta. Quando associada a procedimentos, considera-se infecção hospitalar aquelas situações que apresentam sintomas sugestivos de infecção após 72 horas da realização do procedimento (ROCHA et al., 2019).
Segundo Rocha et al. (2019), o maior numero de casos estão nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Vírus respiratórios, por exemplo, são facilmente disseminados em ambientes fechados, principalmente em unidades como as UTIs, e podem causar surtos que contribuem para a morbidade de pacientes e profissionais de saúde. Funcionários e pacientes com doenças respiratórias podem transmitir o vírus por meio da propagação de gotículas, sendo estas espalhadas pelo ar ao espirrar, falar e tossir, podendo também se estabelecer em superfícies (ALMEIDA et al., 2018).
Portanto, a higienização das mãos deve ocorrer antes e após o contato com o paciente, mesmo com o uso de luvas, abrangendo toda a superfície das mãos e punhos, utilizando-se de sabão/detergente e/ou antisséptico, dependendo da sujidade (ALMEIDA et al., 2018).
Sendo assim, o objetivo deste trabalho é apresentar os meios de transmissão das infecções hospitalares bem como as precauções para prevenir a disseminação de microrganismos, como a higienização das mãos.
MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada no intuito de levantar o conhecimento já publicado sobre a temática em foco. A busca foi realizada através do Google Scholar e em bases de dados como Biblioteca Virtual em Saúde e SciELO. Pesquisaram-se por artigos publicados no idioma português, que estivessem disponíveis na íntegra para leitura completa e gratuitamente, além da consulta em sites de agências reguladoras como o Ministério da Saúde e o Conselho Federal de Enfermagem.
DESENVOLVIMENTO
Meios de transmissão das Infecções Hospitalares
Pacientes, enfermeiros e outros profissionais de saúde que estão internados ou trabalham em setores fechados como as UTIs, podem disseminar microrganismos para outras pessoas por meio de algumas rotas de transmissão como: por contato direto e indireto, por gotículas respiratórias, disseminação aérea e veiculação comum. Porém, a transmissão de infecções pode ocorrer, principalmente, pelas mãos da equipe que assiste ao paciente internado ou por artigos contaminados pelo contato (ALMEIDA et al. 2018).
Esses meios de transmissão, segundo Sousa et al. (2018), podem ser minimizados através da implementação de medidas de biossegurança, por programas de controle de materiais críticos, superfícies e equipamentos, e através da instituição das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) como setor regulador e supervisor de toda a unidade de saúde.
Existem, também, alguns fatores de risco que podem favorecer a disseminação de infecções, sendo estes divididos em fatores intrínsecos e extrínsecos. Os fatores intrínsecos estão associados a variáveis individuais do paciente, como peso, idade, aspecto nutricional, doenças de base, prognóstico clínico, etc. Já os fatores extrínsecos estão relacionados com a assistência de saúde prestada aos pacientes, os procedimentos diagnósticos e terapêuticos realizados, a vigilância epidemiológica a execução de técnicas invasivas, técnicas de higiene e rigorosidade técnica da equipe durante a sua atuação (ROCHA et al., 2019).
Sendo assim, Almeida et al. (2018) enfatiza como é imprescindível a sensibilização dos profissionais de saúde a respeito da importância, por exemplo, da higienização das mãos no contexto hospitalar quando se aborda a temática do controle de infecção.
Para o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN, 2017), as principais preocupações com os profissionais de enfermagem envolvem o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a capacitação contínua dos mesmos de acordo com os protocolos determinados pelo Ministério da Saúde, visando garantir que estes estejam preparados.
O uso adequado de EPI, por exemplo, luvas, máscaras, aventais, óculos, bem como o emprego de técnicas assépticas, higienização das mãos e medidas de controle de infecção são métodos primários para proteger o paciente da transmissão de microrganismos de outro paciente e do profissional de saúde (BRASIL, 2018).
Medidas de prevenção e controle da disseminação de microrganismos
Os profissionais de saúde são a linha de frente da defesa para a aplicação de práticas diárias de prevenção e controle de infecção. Sendo assim, enfermeiros e outros profissionais de saúde devem receber treinamento adicional de controle de infecção e avaliações periódicas de cuidados assépticos como uma atividade planejada visando a segurança do paciente (BRASIL, 2017).
Os enfermeiros têm a oportunidade única de reduzir diretamente as infecções associadas aos cuidados de saúde, reconhecendo e aplicando procedimentos baseados em evidências para prevenir Infecções Relacionadas à Assistência de Saúde (IRAS) entre os pacientes e proteger a saúde da equipe. Os enfermeiros, em sua atuação, previnem diretamente as infecções realizando, monitorando e garantindo o cumprimento das práticas de trabalho asséptico e fornecendo supervisão colaborativa com conhecimento sobre a descontaminação ambiental para prevenir a transmissão de microorganismos de paciente para paciente.
A higienização das mãos, por exemplo, é uma prática simples que auxilia efetivamente na redução das infecções decorrentes do trabalho em saúde. Estudos epidemiológicos demonstram uma relação custo-benefício favorável e efeitos positivos com essa prática (BRASIL, 2018).
Além da higienização das mãos, o uso de EPIs é fundamental para a prevenção e controle de infecções. Contudo, o uso adequado dos EPIs por ainda não é realizado de modo eficaz pelos trabalhadores da saúde. Isso ocorre devido à falta de adesão as medidas de precaução padrão sejam pela falta de conhecimento ou pela descrença com relação aos riscos (SOUSA et al., 2018).
Portanto, segundo Sousa et al. (2018), a adoção de medidas de precaução padrão, como a higienização das mãos, o uso de EPIs, o manuseio e descarte adequados dos resíduos de saúde e a imunização dos profissionais de saúde, podem reduzir os casos de infecção hospitalar.
Mas um dos fatores que dificultam a adesão às medidas de prevenção e controle é a falta de pessoal. Hospitais com baixos níveis de pessoal de enfermagem e superlotação de pacientes levam à baixa adesão à higiene das mãos e são, consequentemente, associados a taxas mais altas de infecções. Portanto, há uma expressiva associação entre a carga de trabalho da equipe e o quantitativo de infecções devido à baixa adesão às políticas de higienização das mãos (BRASIL, 2017).
Outro fator contribuinte é o déficit na capacitação do profissional. A educação continuada e o treinamento dos profissionais é uma ferramenta valiosa para o alcance das metas da instituição de saúde com relação ao controle de infecção hospitalar (BARROS et al., 2016).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Vários artigos foram analisados ??individualmente e de forma sistemática, considerando o tema abordado e dividido em varias categorias, onde foi possível destacar pontos importantes sobre “A prática da enfermagem na prevenção e controle de infecções hospitalares”. Sendo que a higienização dos profissionais de enfermagem pode contribuir gradativamente para a prevenção e contaminações decorrentes no meio hospitalar evitando doenças e agravações da mesma. O profissional de enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética, (COFEN, 2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que os enfermeiros podem reduzir os riscos de infecção hospitalar usando práticas assépticas de trabalho, adotando medidas de biossegurança, higienizando corretamente as mãos, usando adequadamente os EPIs, descartando os resíduos de saúde com consciência e mantendo em dia sua imunização. Tais práticas são fundamentais para minimizar os riscos individuais e também a disseminação de infecções entre os pacientes.
É evidente a responsabilidade do trabalhador de saúde na prevenção e controle das infecções. Porém, ressalta-se, também, a responsabilidade das instituições de saúde na supervisão e na oferta de condições adequadas de trabalho, bem como a oferta de EPIs, em quantidade e qualidade, e a promoção da capacitação em serviço de forma rotineira, visando estimular a adoção de medidas de precaução.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, W.B.; MACHADO, N.C.B.; RODRIGUES, A.P.; ALVES, I.A.; FONTANA, R.T.; MONTEIRO, R.F.F.; et al. Infecção hospitalar: controle e disseminação nas mãos dos profissionais de saúde de uma Unidade de Terapia Intensiva. Revista eletrônica acervo e saúde. 2018; 11(2): e130. Disponível em: <https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/130/93>. Acesso em: 07 Out. 2020.
BARROS, M.M.A.; PEREIRA, E.D.; CARDOSO, F.N.; SILVA, R.A. O enfermeiro na prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde. Universitas: Ciências da Saúde. 2016; 14(1): 15-21. Disponível em: <https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/view/3411>. Acesso em: 07 Out. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Higienização das mãos na assistência à saúde. 2017. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2374-higienizacao-das-maos-na-assistencia-a-saude>. Acesso em: 01 Out. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundo Nacional de Saúde. Higienização das mãos: nota orienta profissionais. 2018. Disponível em: <https://portalfns.saude.gov.br/ultimas-noticias/2194-higienizacao-das-maos-nota-orienta-profissionais>. Acesso em: 06 Out. 2020.
COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN 543/2017. Brasília, 2017. Disponível em: <http://www.cofen.gov.br/enfermeiras-na-linha-de-frente-contra-o-coronavirus_78016.html>. Acesso em: 01 Out. 2020.
ROCHA, A.M.; LIMA, C.C.F.; CASTILLO, L.A.C. Atuação da equipe de enfermagem na prevenção e controle da infecção hospitalar na Unidade de Terapia intensiva: um levantamento bibliográfico. Revista Científica Educandi & Civitas. 2019; 1(2): 21-36. Disponível em: <http://fabic.edu.br/revistacientifica/wp-content/uploads/2019/05/document-1.pdf>. Acesso em: 07 Out. 2020.
SOUSA, F.F.; SOUSA, I.A.; OLIVEIRA, L.M.N. A utilização de equipamentos de proteção individual e coletiva por profissionais de saúde: revisão integrativa. Rev. Aten. Saúde. 2018; 16(58): 102-8. Disponível em: <https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/view/5667/pdf>. Acesso em: 07 Out. 2020.
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