INFECÇÃO CHAGÁSTICA POR VIA ORAL E VETORIAL

  • Autor
  • Brenda da Silva Cavalheiro Eredia
  • Co-autores
  • Brunedito Lázaro da Rosa Pereira , Livia Mattos Martins , Mauricio do Carmo Lorete
  • Resumo
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    INFECÇÃO CHAGÁSTICA POR VIA ORAL E VETORIAL.

     

    INTRODUÇÃO

     

    A infecção chagástica é uma doença transmitida pelo protozoário Trypanosoma crusy entre as formas de transmissão ressaltam a vetorial e a infecção via oral (LOBATO; PEDROSO, 2013). A forma de contaminação oral tem se destacado por envolver alimentos. Essa via de transmissão representa a principal via de infecção (SOUZA, POVOA, 2016).

    As formas de transmissão dessa patologia até hoje detectadassão as mais diversas. Dentre as existentes, se observa a vetorial, éconsiderada a maior forma epidemiológica, caracterizadapela transmissão do Trypanosoma Cruzi pelas fezes do barbeiro durante seu repasto, está via corresponde a 70% das formas de transmissão(MALTA, 1996).

    Já transmissãopor via oral é considerada ummecanismo primário, sendo as formas de contágio a ingestão de leite materno de mãe infectada; ingestão de carne malcozida de mamíferos infectados e, especialmente, de reservatórios silvestres;ingestão de suspensão pelo protozoário em pipetas e ingestão de alimentos oubebidas contaminadas com urina ou secreção para-anal de marsupiaisinfectados por Trypanosoma Cruzi (RASSI, RASSI, MARCONDES, 2012).

     

    MATERIAL E MÉTODOS

     

    Foi realizado uma revisão sistemática de literatura, utilizando as bases de dados; Google Acadêmico (Google scholar), foram utilizados exatamente todos os descritores: “infecção chagástica”; “vetorial”; “via oral”;“Brasil” para a busca nas bases de dados. Após a exploração dos artigos,foram selecionados 6 artigos, para a elaboração do trabalho.A estratégia de busca constituiu na avaliação de artigos nas bases dedados citadas, sem restrição quanto ao idioma, ano e mês da publicação. O levantamento de dados foi feito pelos pesquisadores contendo os tópicos:autor; objetivo do artigo. Para avaliar a qualidade dos artigos, empregou-se a técnica qualitativa de análise temática, formulada em duas etapas:1(exploração do material; 2(interpretação dos resultados obtidos.

     

     

    DESENVOLVIMENTO                          

     

    A contaminação alimentar é uma forma de transmissão da doença que se destaca, pois quando o parasito entra pela boca, ele se torna muito mais grave e a taxa de mortalidade também é maior em comparação à outras vias de infecção (BRASIL, 2015).

    A transmissão por via oral ocorre por meio de alimentos contaminados como parasito. Essa via de transmissão tem mostrado maior prevalência em alguns estado do Brasil, como: Amazonas, Para, Bahia e em países da América Latina (SANTOS, 2016). Entre os alimentos contaminados por meio de dejetos de barbeiros infectados, se ressalta o açaí, que por sua forma de colheita e armazenamento serem inadequados, o fruto entra em contato com agentes físicos e químicos, aumentam a chances de serem contaminados pelo Trypanosoma Cruzi(FERREIRA, LEITE, 2014).

    Ressalta-se também a atenção para contaminação da doença pela água contaminada, que pode expandir os limites da multiplicação dos microorganismos patogênicos (LIMA et al., 2014).

    Já na transmissão vetorial, é preciso que ocorra a interação entre vetor e hospedeiro, sendo o vetor o principal elo na cadeia desse tipo de transmissão (SILVEIRA, DIAS, 2011). Os insetos vetores são considerados os mais importantes da doença, é transmitido pelo inseto vetor, conhecido como, barbeiro, que após o hematofagismo, o vetor defeca, e através de suas fezes causam a infecção (TARTAROTTI et al, 2004).No Brasil a transmissão vetorial foi substancialmente reduzida frente aos avanços tecnológicos utilizados no controle das atividades de vigilância epidemiológica, juntamente com estratégias  para a identificação da presença do vetor, (FERREIRA, SILVA, 2006; SOBREIRA et al, 2001), porém ainda existem áreas mais propicias a transmissão da doença, na figura 1 abaixo, mostra as áreas de maior contaminação por via vetorial.

    Nos últimos anos, o país registrou surtos da infecção chagasticaem muitos estados,mas principalmente na região amazônica. Estas ocorrências mostraram a importância da infecção oral, onde destacou o consumo de sucos como de açaí e caldo de cana, em que durante o seu processamento os triatomíneos são triturados acidentalmente nas bebidas. Destacam-se ainda frutos populares na Amazônia onde além de animais silvestres apresentarem a infecção, pessoas que consomem a carne de caça destes animais também apresentam positividade para a doença (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2008).

    Figura 1 - Distribuição dos municípios brasileiros conforme estratificação de risco de transmissão vetorial domiciliar da doença de chagas ou de seu restabelecimento. 2006.

     

     

    Fonte: (SILVEIRA, DIAS, 2011).

    .

              No contexto epidemiológico dos eventos relatados de Doença deChagas no Brasil portransmissão oral, uma parte considerável dos casos tem sido evidenciada na região extraamazônica, e a maioria esteve relacionada àingestão do caldo de cana de açúcar eprincipalmente pelo suco do açaíprocessado artesanalmente. Desta forma, a transmissão oral da doença temsido observada em diferentes estados brasileiros como a Bahia, Ceará, Piauí,Santa Catarina e São Paulo e com maior frequência de casos e surtos registrados nos Estados da Amazônia Legal: Amazonas, Maranhão, MatoGrosso, Amapá, Pará e Tocantins (OPAS, 2009).Os estudos mostram que a maior prevalência de contaminação por viaoral em comparação com a vetorial, como mostra abaixo na figura 2.

     

     

     

    Figura 2 222.

     

     

     

     

     

     

    Fonte: SINAN/SESPA/PA/Ministério da Saúde, WHO, 2015

     

     

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

     

                A prevenção da doença está relaciona à sua forma de transmissão. A falta de higiene e cuidado com a manipulação de alimentos, contribuem para que o número de casos se eleve entre todas as classes sociais. Uma importante forma de controle, é entender os mecanismos de transmissão que se da através de melhorias de condições habitacionais, conhecimento sobre as formas de prevenção e principalmente, saneamento básico (RIBEIRO; et al, 2014).

                Para que seja possível combater a transmissão vetorial, é necessário que a dedetização seja feita com mais frequência nos locais onde existe a prevalência do inseto vetor.

    Sendo assim, o papel do enfermeiro é de suma importância, na realização de consultas e avaliação dos casos da doença, podendo assim, levar conhecimento a população (PANAFTOSA-VP/OPAS/OMS, 2009).

     

     

     

    REFERÊNCIAS

     

    AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Gerenciamento de Risco sanitário na transmissão da Doença de Chagas Aguda por Alimentos, informe técnico no 35.

    2008.

     

    CARVALHO, Gabriela Loyane Batista et al. Doença e Chagas: Sua transmissão através do consumo de açaí. Acta de Ciências e Saúde, v. 1, n. 1, p. 1-13, 2018.

     

    COSTA, Milce et al. Doença de chagas: uma revisão bibliográfica. Revista Eletrônica da Faculdade de Ceres, v. 2, n. 1, 2013.

     

    FERREIRA, R. T. B.; BRANQUINHO, M. R.; LEITE, P. C. Transmissão oral da doença de chagas pelo consumo de açaí: um desafio para a vigilância sanitária

     

    FERREIRA, I.L.M.; SILVA, T.P.T. Eliminação da transmissão da doença de Chagas pelo Triatoma infestans no Brasil: um fato histórico. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. v. 39, n° 5, p. 507-509. 2006.

     

    Guia para vigilância, prevenção, controle e manejo clínico da doença de Chagas

    Aguda transmitida por alimentos. – Rio de Janeiro: PANAFTOSA-VP/OPAS/OMS, 2009.92 p.: il. (Serie de Manuais Técnicos, 12). Cap. 05, p. 52,53. Cap. 06, p. 62,63

     

    LIMA, M. F. et al. Situação higiênico - sanitária dos manipuladores de açaí no bairro no

    coroado em Manaus, Amazonas. 2014. Programa ciências na escola, Escola Estadual Maria Arminda Guimarães de Andrade – Manaus, AM. BRASIL, v. 2, p. 134-140. 2014.

     

    DOS SANTOS, Fabiolla da Silva et al. Doença de chagas e sua transmissão pelo açaí: Uma revisão bibliográfica/Chagas disease and its transmission by açaí: a bibliographic review. Brazilian Journal of Health Review, v. 2, n. 3, p. 2128-2144, 2019.

    MAGALHÃES-SANTOS, Ísis Fernandes. Transmissão oral da Doença de Chagas: breve revisão. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, v. 13, n. 2, p. 226-235, 2014.

     

    MALTA, J. Doença de Chagas. São Paulo: Sarvier, 1996. cap. IV.

     

    RASSI, Anis; DE REZENDE, Joffre Marcondes. American trypanosomiasis (Chagas disease). Infectious Disease Clinics, v. 26, n. 2, p. 275-291, 2012.

     

    RIBEIRO, A. R. et al. Trypanosoma cruzistrainsfromtriatominecollected in Bahia and Rio Grande do Sul, Brazil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 48, n. 2, p. 295-302, abr. 2014.

     

    ROSSI, Caroline Tazinafo; SAMPAIO, Viviane Rodrigues Esperandim. Artigo original Cinética da infecção chagásica experimental pela via oral. Tese de Doutorado. UNIVERSIDADE DE FRANCA.

     

    SILVEIRA, Antônio Carlos; DIAS, João Carlos Pinto. O controle da transmissão vetorial. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 44, p. 52-63, 2011.

     

    SANTOS, D. S. Órgãos alvo do Trypanosoma cruzi em modelo experimental de fase aguda da doença de Chagas por transmissão oral. 2016. 66 f. Tese (Doutorado) – Instituto Oswaldo Cruz, Pós-Graduação em biologia celular e molecular, 2016..

     

    SOUZA, D. S. M.; POVOA, R. M. S. Aspectos epidemiológicos e clínicos da doença de chagasaguda no Brasil e na América Latina. 2016. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estadode São Paulo, 2016.

     

     

  • Palavras-chave
  • Doença de Chagas; oral
  • Modalidade
  • Vídeos
  • Área Temática
  • Ciências da Saúde
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Essa publicação reúne as produções científicas de discentes, docentes e pesquisadores dos cursos de graduação da Faculdade Metropolitana São Carlos – FAMESC, unidade de Bom Jesus do Itabapoana-RJ, participantes da V Expociência Universitária do Noroeste Fluminense, com a temática: Os impactos da pandemia nas relações sociais, jurídicas e de saúde, realizada entre 21 e 23 de outubro de 2020.

Em sua 5º edição, o evento se destina, fundamentalmente, o propósito de se criar, na Instituição, um lugar de intercâmbio científico e cultural entre os pares, privilegiando-se uma discussão sobre as teorias interdisciplinares que ganham expressão no debate acadêmico contemporâneo.

Nessa edição os trabalhos apresentados envolvem àreas das Ciências Humanas e Sociais, Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Exatas e Estudos Interdisciplinares. Tal fator resultou na apresentação de 204 (duzentos e quatro) trabalhos de pesquisa apresentados a seguir. Acreditamos que a discussão ampliada, que inclua os diversos atores envolvidos nas diversas áreas, e, entendendo que existe uma abordagem interdisciplinar, esperamos contribuir para o fomento do saber acadêmico científico, viabilizando um espaço à divulgação de resultados de pesquisas relevantes para a formação do licenciando, bacharel, e do pesquisador da área e de áreas afins.

Por outro lado, queremos destacar que foi imprescindível a atuação coletiva na organização deste evento, que contou com a participação do corpo diretivo, das coordenações de curso, docentes e discentes. Sem o interesse de todos, a dedicação e a responsabilidade principalmente dos funcionários técnicos administrativos envolvidos, não seriam atingidas a forma e a qualidade necessárias ao sucesso da atividade. 

A Expociência representa um espaço significativo e verdadeiro de troca de experiências e de oportunidade de conhecer a produção científica de forma interdisciplinar e coletiva.

Boa leitura a todos!

 

 

Profª. Mª. Neuza Maria da Siqueira Nunes

Coordenadora da Extensão Universitária da Faculdade Metropolitana São Carlos

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