A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO AUXÍLIO PROCESSO DE ENVELHECIMENTO SAUDÁVEL
INTRODUÇÃO
Este trabalho intitulado a atuação do enfermeiro no auxílio processo de envelhecimento saudável tem como objetivo geral colaborar para a saúde da pessoa idosa. Contribuirá, com alguns subsídios técnicos específicos relativos ao melhoramento da prática diária dos profissionais da enfermagem que atuam especialmente junto aos grupos mais vulneráveis, como é a população idosa, para que as pessoas tenham um envelhecimento mais ativo e saudável. Tem como finalidades específicas, conscientizar a população de que a longevidade é um triunfo; esclarecer a todos sobre a realidade do envelhecimento: antes considerado um fenômeno, hoje já constitui efetivamente a maior parte das sociedades; considerar a necessidade de acompanhamento constante aos idosos, principalmente aqueles que estão acometidos por doenças crônicas não transmissíveis; demonstrar que tais estados do idoso podem gerar um processo de incapacidade, que afeta os seus movimentos, dificultando ou impedindo a realização de suas atividades de vida diária de modo independente, mesmo que não sejam fatais, tais dificuldades, comprometem bastante a qualidade de vida dos idosos; e apresentar sugestões para a melhoria do trabalho profissional de enfermagem em prol do idoso.
A taxa de envelhecimento da população brasileira é grande. De acordo com as pesquisas, em 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística publicou que a população brasileira era de 190.755.799 habitantes. E desse número, 20.590.599 eram idosos (idade ? 60 anos), equivalente a 10,8% do povo brasileiro.
Assim, o Brasil chegará depressa a uma densidade populacional mais envelhecida, assinalada por uma transição epidemiológica, em que as doenças crônico-degenerativas ocupam lugar evidente. E essas doenças crônicas exigirão maiores investimentos políticos e sociais, para que seja possível o bom atendimento às crescentes demandas nas áreas da saúde (MENDES, 2011).
Considerando a saúde de forma mais abrangente, verifica-se que é preciso acontecer mudança no cenário atual. É urgente a estruturação de uma sociedade e de uma cultura mais voltada para os idosos.
Portanto o grande objetivo desse resumo, no presente contexto, como já foi dito, é verificar o quanto a atuação da enfermagem pode contribuir para que a população idosa seja mais ativa e saudável.
MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa adotada neste trabalho é de natureza básica, com característica exploratória, tendo como procedimento aplicado a pesquisa bibliográfica. Foram utilizados artigos científicos e trabalhos monográficos, buscando definir os principais conceitos para a melhor compreensão do assunto.
DESENVOLVIMENTO
O envelhecimento pode ser entendido como um processo dinâmico e progressivo, caracterizado tanto por alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas, quanto por modificações psicológicas. Essas modificações determinam a progressiva perda da capacidade de adaptação ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos, que podem levar o indivíduo à morte (CARVALHO, 2006).
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o envelhecimento é um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte.
Hoje, o Brasil atinge os mais elevados níveis de população idosa. No entanto, conseguir viver por mais tempo nem sempre é sinônimo de viver melhor. A velhice pode estar associada ao sofrimento, aumento da dependência física, declínio funcional, isolamento social, depressão e improdutividade, entre outros fatores que não representam significados positivos. Porém, é possível viver mais com uma qualidade de vida melhor, através da busca do envelhecimento com independência e autonomia, com boa saúde física e mental, enfim, com um envelhecimento saudável e ativo (VILELA, 2006).
É de grande importância estimular e acolher os idosos. Valorizá-los como sujeitos que trazem em seus cabelos brancos e em suas rugas, a marca da experiência da vida e da sabedoria como nos diz o livro dos Provérbios (20, 29): O esplendor dos jovens está na sua força; e a glória dos idosos nos seus cabelos brancos.
Para que esse apreço flua normalmente, no dia a dia do profissional da saúde, é indispensável que a equipe de trabalho compartilhe possibilidades, saberes, determinação, apoio, solidariedade, alegrias, necessidades e sofrimentos. É preciso planejar, pois esse é um fator fundamental para que se efetive o acolhimento da pessoa idosa. Os profissionais da enfermagem precisam inteirar-se das especificidades da população idosa e da própria responsabilidade de sua vocação de proteger a saúde e a vida dos idosos. Devem, pois, se preparar para lidar bem com as dificuldades inerentes ao desgaste do envelhecimento e ter especialmente conhecimento das individualidades da pessoa idosa.
A equipe de enfermagem, ao acolher as pessoas idosas, deve ficar atenta, para que se estabeleça uma relação de respeito e atenção; levem em consideração a sua experiência de vida e sabedoria; sua dignidade e prudência. Elas precisam desse reconhecimento. Pressuponham que o idoso entende o que se lhe perguntam e as orientações que lhe são dadas. Deve-se tratar o idoso por seu próprio nome e manter com ele o contato da visão; dar preferência a falar de frente para ele e em local bem claro, devido a uma possível dificuldade de visão ou auditiva. É indispensável usar a linguagem clara, pois o vocabulário técnico pode dificultar a compreensão. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006)
A Longitudinalidade ou Atenção Continuada do profissional garante o bom êxito do seu trabalho ao fluir do tempo; oferece vantagens, particularmente, no acompanhamento à pessoa idosa como: não deixar esvair o repertório dos assuntos num só encontro; negociar trocas de maus hábitos gradativa e constantemente, e que cada progresso seja comemorado. É facilitada também a percepção de reações adversas com o uso de algum medicamento, ou a observação de condutas prejudiciais à vida do idoso, com a probabilidade de conseguir a sua correção. Especial atenção deve-se ter às atividades físicas mais comuns envolvendo: caminhada, natação, hidroginástica, ciclismo ou o simples pedalar da bicicleta, dança, ioga e outras. Porque é mais acessível a todos e não exige habilidade específica ou aprendizagem, merece a caminhada um maior destaque.
A visita domiciliar da equipe de enfermagem é um momento muito importante para a família, para o idoso, para a comunidade adscrita e para todos os profissionais da saúde. Porém precisa ser sempre planejada pela equipe multidisciplinar, a fim de que se possa atender à necessidade de cada família visitada. Na oportunidade a equipe poderá providenciar, com os familiares, um melhor suporte às necessidades próprias da pessoa idosa. Poderá, inclusive, negociar com os familiares e/ou cuidadores cada fase do cuidado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006)
O enfermeiro precisa ter permanente contato com as famílias. Deve considerar probabilidades de risco de quedas observadas no lar do idoso. Ao Médico compete a total atenção aos idosos; atender consultas, inclusive usar avaliação pluridimensional de emergência e instrumentos adicionais, se for preciso; avaliação do quadro clínico, com descrição de sintomas da doença (emissão de diagnóstico); Preceituar tratamento com uso de medicamentos, se for preciso; requisição de exames necessários; fazer assistência ao lar, se for preciso; fazer encaminhamento do idoso, se necessário, aos serviços referenciais de média e alta complexidade, e manter o acompanhamento sob sua responsabilidade; dar orientação juntamente a equipe de enfermagem, à pessoa idosa, à família e/ou cuidador acerca do correto tratamento medicamentoso; promover atividades educacionais permanentes e interdisciplinar inerentes à atenção ao idoso.
São competências do Enfermeiro: dispensar integral atenção aos idosos; assistência domiciliar se for necessário; atender consulta de enfermagem, com avaliação pluridimensional rápida e instrumentos complementares, se for preciso; pedir exames que possam auxiliar o tratamento; prescrever medicamentos, segundo protocolos e atribuições legais da sua profissão; orientar o idoso, e familiares e/ou cuidador a respeito do uso correto dos medicamentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A longevidade é um dom que Deus concede não a muitos. A Sagrada Escritura relatando sobre o assunto, afirma – embora não se saiba como eram contados os anos – que o ser humano de maior longevidade sobre a terra foi o patriarca Matusalém, que morreu com 969 anos (Gênesis, 5, 21-27).
Ao considerar o fenômeno da vida humana, quase em sua totalidade não passar dos 100 anos, paira uma interrogação sobre a razão dessa realidade.
Grande impulso para prolongar a vida humana saudável são as descobertas dos medicamentos para combater certas doenças letais; das vacinas para prevenção; dos hábitos alimentares adequados; da fisioterapia e demais tratamentos modernos; dos diversos exames em que a ciência e a tecnologia tiveram enormes avanços. Com tudo que a humanidade possui hoje, com a ajuda de Deus, é possível uma longevidade sadia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A restrição das faculdades sensório-perceptivas, que acontece na fase de envelhecimento, às vezes complica a comunicação dos idosos. Essas alterações são reveladas pela minimização da capacidade receptiva e do tratamento vindo do meio ambiente. O fato pode causar o isolamento do idoso, se não receber adequado tratamento, onde a equipe de enfermagem tem um papel extremamente importante. Muitas vezes, os idosos custam perceber, aceitar e cuidar de seus problemas, se afastam da convivência da família e do contato social para evitar cenas angustiantes. Mesmo sem dizer qualquer coisa, a pessoa idosa mostra o que sente através das expressões do rosto. Em geral, não fala muito sobre o que pensa e sente, seja por medo de ser depreciado, ou por julgar que não será compreendido.
Os profissionais enfermeiros podem criar estratégias para prevenir as doenças e promover a saúde, visando conseguir um envelhecimento saudável e ativo, como também a melhor qualidade de vida, especialmente para os idosos, ao prescrever: alimentação saudável, prevenção da obesidade, acompanhamento e tratamento do excesso de peso, especial atenção às doenças crônicas, como hipercolesterolemia, hipertensão, diabetes, obesidade. Se for preciso, adotar orientações nutricionais e ação de equipe multidisciplinar. A falta de atividade física, com vida sedentária, é um dos fatores de maior risco às doenças crônicas, bem como uma dieta imprópria e o vício do fumo, ou do álcool. A atividade física, com alimentação adequada e a abstinência das drogas reduzem o risco de óbitos por doenças cardiovasculares, controlam a pressão arterial e a densidade mineral óssea, tornando os ossos e articulações saudáveis; influenciando também na boa postura e na saúde em geral do idoso.
REFERÊNCIAS
BÍBLIA SAGRADA CATÓLICA, A. T. Gênesis.; Provérbios. In: BÍBLIA.: Antigo e Novo Testamentos. Ed. Ave Maria. 21. ed.1975. p.53.; p.802.
Carvalho Filho ET, Papaléo Netto M. Geriatria: fundamentos, clínica e terapêutica. 2ª ed. São Paulo (SP): Atheneu; 2006.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072012000300004
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http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad19.pdf
FREITAS, E. V. de.; PY, L.; CANÇADO, F. A. X.: DOLL, J.; G.; LUIZ, M. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3. ed.
https://ftramonmartins.files.wordpress.com/2016/09/tratado-de-geriatria-e-gerontologia-3c2aa-ed.pdf
MENDES, E. M. As redes de atenção à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde, 2011.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf
Vilela ABA, Carvalho PAL, Araújo RT. Envelhecimento bem-sucedido: representação de idosos. Revista Saúde Com. 2006 Abr-Jun; 2(2):101-14.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072012000300004
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