INTRODUÇÃO: A Organização Mundial da Saúde -OMS dedicou esforços para a avaliação dos riscos que a presença de microplásticos pode acarretar no bem estar dos seres humanos do planeta. O presente estudo se baseia nas considerações e nos conceitos do relatório “Microplastics in drinking-water” (World Health Organization, 2019), ou, em tradução livre, “Microplásticos na ága potável”, e busca correlacionar estas informações à nutrição de pessoas de baixa renda no Brasil no contexto da terceira década do século XXI.OBJETIVO: Compreender o fenômeno dos microplásticos na cadeia alimentar humana, com investigação criteriosa das informações disponíveis. METODOLOGIA: É uma pesquisa de caráter qualitativo, com recurso ao método hipotético-dedutivo, a partir da análise de documentos e textos.RESULTADOS: Embora não haja consenso sobre o conceito de microplásticos, a sua ingestão traz riscos à saúde humana, dada a inexistência de acompanhamento longevo acerca do impacto de tais materiais nos organismos humanos. As definições mais aceitas, no entanto, indicam que os materiais classificados como plásticos, em diversas substâncias e densidades, composição química, formato e tamanho diferentes, abaixo de 5 mm, já são passíveis de diluição na água. Por conseguinte, pelos ciclos marítimos e lacustres, há a possibilidade de tais materiais ficarem em suspensão, e ingressarem na cadeia alimentar.No Brasil, estudo conduzido por Turra (2021) aponta que a literatura científica já identificou a presença dos microplásticos nas carcaças de caranguejos, anêmonas, e diversas espécies de aves marinhas. Ademais, o autor assevera que o consumo da biota marinha nativa das áreas costeiras do estado do Paraná leva à necessidade de pesca em mar profundo, o qual, pela física inerente às correntes de água, pode conter maior concentração de microplásticos. A população de baixa renda no Brasil que inclui pobres e extremamente pobres, de acordo com o IBGE (2022, p. 63), entre 2020 e 2021, subiu em termos absolutos em todas as regiões do país.CONCLUSÃO: A vulnerabilidade social brasileira está em curva ascendente, assim como a presença de microplásticos no ambiente da cadeia alimentar. Pessoas com menor poder aquisitivo não tem meios de adquirir produtos que escapem, de maneira alternativa, aos padrões de produção massificada de alimentos, muitos dos quais dependem da coleta de matéria-prima em locais fortemente expostos aos microplásticos.Descritores: Microplásticos; Alimentação; Baixa renda. REFERÊNCIAS INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2022. Rio de Janeiro: Coordenação de População e Indicadores Sociais, 2022. Disponível em: <>. Acesso em: 10 mar. 2023. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Relatório “Microplastics in drinkingwater”. Genebra: Edições WHO, 2019. Disponível em: < https://www.who.int/publications/i/item/9789241516198>. Acesso em: 10 mar. 2023. TOASSI, Fernanda Ceriotti; PETRY, Paulo Cauhy. Metodologia científica aplicada à área da Saúde. 2 ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2021. TURRA, Alexander. Projeto de pesquisa: Microplásticos em bivalves comerciais de cultivo e de bancos naturais no Complexo Estuarino de Paranaguá: uma análise na ocorrência e localização geográfica de micropoluentes. Protocolo integrado de projetos de pesquisa. Disponível em:
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