Introdução: O ácido ascórbico (vitamina C) é um micronutriente com capacidade antioxidante, que atua no sistema imune inato e adaptativo, podendo ser ingerido por meio da dieta ou suplementação. Por muitos anos, a vitamina C foi associada como um nutriente que previne contra o escorbuto, posteriormente sendo associada como tratamento de resfriados e gripes. Atualmente temos bases sólidas da atuação desse micronutriente e sua ação no sistema imunitário, sendo essencial no desfecho de inflamações e maturação de células participantes do sistema imune inato e adaptativo. Objetivo: Identificar, mediante busca na literatura, a eficácia e atuação da suplementação de ácido ascórbico no sistema imune. Método: Este trabalho refere-se a um estudo de revisão narrativa da literatura, realizado por meio de consulta à artigos científicos, revistas e livros relacionados à atuação do ácido ascórbico no sistema imunológico. Foi feito um levantamento de artigos nas bases de dados: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e PubMed, utilizando-se dos seguintes descritores e palavras chaves: Ácido Ascórbico; Eficácia; Sistema Imunitário. Foram selecionados artigos relativos ao conteúdo abordado, publicados nos anos de 2018 a 2023 em idioma inglês. Foram excluídos artigos que não atendiam ao objeto proposto pelo estudo. Resultados: Diferente das plantas e animais que possuem capacidade de sintetizar vitamina C a partir da D-glicose e D-galactose, nos seres humanos a ingestão de ascorbato é realizada estritamente pela dieta. Dessa forma, esse nutriente é imprescindível, uma vez que sua carência a longo prazo impacta negativamente a saúde do indivíduo, alguns dos principais sintomas desta deficiência, são as equimoses e petéquias, além de fadigas e letargia que podem ocorrer mais tardiamente. Dados da literatura mostram que no sistema imunitário, o ácido ascórbico se destaca regulando o metabolismo celular e utilizando o seu efeito antioxidante para atenuar os danos do estresse oxidativo. Nesse sentido, durante o processo de inflamação, os neutrófilos ativam sua resposta fagocitica, desencadeando a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO’s) para eliminar os micro-organismos patogênicos. A vitamina C atua protegendo os neutrófilos contra o estresse oxidativo. Quando extenuado o processo fagocítico, a regulação do mecanismo de apoptose é realizada pela vitamina C, estimulando as caspases e trazendo uma resolução mais satisfatória para a inflamação. Além disso, a diferenciação e proliferação dos linfócitos T, são estimulados e mediados pela vitamina C de uma forma dose-dependente. Conclusão: As evidências encontradas até o presente momento não são fortes o suficiente para apoiar uma suplementação de vitamina C para aumento da função imunológica, exceto em casos especiais como atletas, idosos e indivíduos submetidos a forte estresse físico. Mais estudos para entender como a suplementação de ácido ascórbico atua na função imunológica precisam ser feitos para entender melhor a relação entre ambos.
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