Introdução: A Atenção Primária à Saúde apresenta como uma de suas características a multiprofissionalidade de seus componentes, visto a necessidade do atendimento integral promovido pelo Sistema Único de Saúde. Essa demanda necessita da interação de cada profissional, proporcionando uma complementação das áreas. É importante que a Prática Interprofissional Colaborativa em Saúde seja exercitada constantemente, a fim de ser utilizada na prática os conceitos antes estabelecidos, deste modo, promovendo um atendimento completo e integral ao paciente usuário da saúde pública, o que, consequentemente. resulta na troca de saberes interprofissionais. Objetivo: Revisar aspectos relacionados às práticas colaborativas em saúde no Brasil. Método: Trata- se de uma revisão bibliográfica de caráter qualitativo, a partir de estudos publicados entre 2015 a 2022, que abordasse o tema interprofissionalidade e práticas colaborativas. A busca foi realizada na Biblioteca Virtual de Saúde, especificamente na base de dados “Lilacs” e “Medline”, com utilização dos descritores “Práticas Interdisciplinares”, “Equipe de Assistência ao Paciente” e “Atenção Primária à Saúde”, combinados. A busca resultou em 9 artigos publicados em língua portuguesa, dos quais apenas 5 foram utilizados nesta pesquisa. Foram excluídos 4 artigos por não terem dados conclusos ou por destoarem ou abordarem de maneira inespecífica o objetivo da revisão, além da exclusão de monografias e trabalhos de conclusão de curso. Resultados: As práticas colaborativas em saúde apresentam-se como uma necessidade, porém ainda carente de reforços e metodologias. Todos os centros de saúde estudados eram compostos por uma coordenação geral e a equipe que variou entre enfermeiros, psicólogos, nutricionistas. Algumas equipes ainda incrementaram o técnico em enfermagem e assistentes sociais. Contudo, observa-se uma centralidade das decisões no profissional médico. Práticas de palestras, reuniões e formações foram recorrentes em todos os estudos, porém, foi registrada resistência das práticas de integração profissional quanto aos profissionais mais velhos, o que evidencia um percalço frequente a ser enfrentado. Mesmo reconhecendo a importância da integração multiprofissional, não conseguiam dar efetividade na prática. Outro fator relatado como agravante ao distanciamento dos profissionais é a falta de estrutura fornecida pelos órgãos públicos para a execução das tarefas. A utilização de metodologias ativas como o registro de fotos dos trabalhos e visitas domiciliares, debates e troca de experiências, jogos e formações, mostraram-se como importantes meios de promoção à integração da equipe de saúde, sendo a dúvida um importante impulso para a aceitação de novas estratégias de trabalhado da equipe. Além disso, o incentivo a um trabalho que integre não somente a equipe, mas também a comunidade mostra-se como um importante foco de integração. Considerações Finais: A integração multiprofissional apresenta como principais barreiras o distanciamento entre os membros da equipe de saúde, a falta de diálogo e troca de experiências e a precária estrutura fornecida. Contudo, metodologias que integrem os profissionais, gerem dúvidas e, consequentemente, a busquem por conhecimento e promovam a escuta por parte dos líderes da equipe, tornando a tomada de decisões uma ação coletiva e recorrente mostra-se como uma alternativa promissora para o alcance do objetivo comum a todos e a consequente integração profissional.
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