Introduçao: Considerado como um distúrbio alimentar, o comer compulsivo é caracterizado pela ingestão exagerada de alimentos e são relatados sentimentos de vergonha e culpa devido à quantidade de comida ingerida, tal como a sensação de falta de controle no ato de comer. Ademais, é comum algumas pessoas começarem a repetir o padrão de comer excessivamente após uma crise de ansiedade, estresse ou um episódio de depressão. Portanto, esse distúrbio implica diversos fatores relacionados à saúde mental dos indivíduos, podendo provocar outros transtornos. Segundo Sptizer e Appolinário, na população geral, a prevalência de compulsão alimentar pode variar de 1,5% a 5% e, frequentemente, está associada à obesidade e a perturbações de imagem corporal que acomete em torno de 3,5% em mulheres. Desta forma, é necessária a compreensão desta experiência marcada por atos repetidos e intensos de comer. Objetivo:Compreender a relação entre a saúde mental e o comer compulsivo. Método: Trata-se de um estudo de revisão, do tipo bibliográfico, utilizando-se como base de dados Medline e Lilacs, com a utilização dos descritores “Hábitos alimentares”, “Compulsão alimentar”, “Tratamento”, “Saúde Mental”. Após a busca, foram selecionados seis artigos publicados no período de 2018 à 2022 em língua portuguesa e inglesa, excluindo-se trabalhos acadêmicos inconclusivos ou que não estivessem de acordo com o tema principal e o objetivo do estudo. Resultados: Em quatro dos seis estudos, a compulsão alimentar estava diretamente ligada ao desequilíbrio emocional, resultando no alto risco de desenvolver patologias como obesidade ou transtornos alimentares. A necessidade de intervenção nutricional foi evidente em todos os artigos. Um estudo clínico realizado na Noruega recrutou 149 mulheres, com características do comer compulsivo, depressão ou ansiedade, convocaram por 16 semanas para um protocolo de tratamento multifatorial que consistia em sessões de exercícios físicos, terapia dietética e terapia cognitivo-comportamental e ao final do tratamento, houve melhorias em todos os aspectos. Isto posto, compreende-se a ligação entre fatores comportamentais e nutricionais, o olhar multifatorial é de extrema relevância para a percepção precoce de desequilíbrios emocionais que desencadeiam comportamentos compulsivos. Considerações finais: Observa-se a partir do exposto a relação entre a compulsão alimentar e fatores psicológicos. Portanto, a inclusão do nível psicológico, terapêutico, físico e nutricional é de extrema importância para o tratamento do indivíduo, pois estes o conduzem para situações mentais e comportamentais favoráveis, além do estado nutricional estabelecido e atividades físicas bem direcionadas, evitando o ciclo vicioso e promovendo qualidade de vida.
Comissão Organizadora
Pesquisa Uninta Itapipoca
Comissão Científica