INTRODUÇÃO: A violência contra a mulher se configura como um problema de saúde pública, sendo uma das principais razões de morbimortalidade feminina. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, cerca de 35% das mulheres de todo o mundo são vítimas de violência doméstica e no Brasil ocorrem em média 13 feminicídios por dia. Dessa forma, compreender a prática assistencial às vítimas de violência requer prática baseada em evidências para intervenções oportunas para um cuidado integral e equânime em saúde, possibilitando a melhor e mais segura assistência à vítima. Sendo assim, o enfermeiro é o profissional que traça um dos primeiros contatos com a vítima, constituindo um papel importante no atendimento, a fim de suprir as necessidades do cliente. OBJETIVO: Refletir sobre a assistência de enfermagem a mulheres vítimas de violência, à luz da teoria do cuidado. METODOLOGIA: Estudo reflexivo com a seguinte questão norteadora: qual é assistência de enfermagem no cuidado de mulheres em situação de violência? Que abordou a estrutura de prática do cuidado e a prática assistencial que norteiam o cuidado de enfermagem, realizado a partir de trabalhos disponíveis nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde. Os critérios de inclusão foram: artigos disponíveis na íntegra, idioma português entre os anos de 2019 e 2022, a fim de sintetizar a literatura atualizada. RESULTADOS: A reflexão expôs a teoria do cuidado na construção do vínculo profissional-usuário indispensável na prática assistencial, dado sob enfoque pautado no acolhimento e no cuidado humanizado a partir da relação com o outro. O acolhimento entre quem cuida e é cuidado contribui para a construção da relação de confiança e comprometimento no serviço de saúde, visto a busca pela resolução de contratempos identificados por meio da escuta ativa e olhar integral, como prática assistencial voltada à mulher vítima de violência, sendo a base para o atendimento eficaz. Com base nisso, é importante destacar que o enfermeiro pode instruir a vítima sobre as possibilidades de denúncia do agressor, medidas protetivas bem como as formas de amparo, partindo do pressuposto que o profissional deve considerar e respeitar a decisão da mulher, sendo ela a única responsável em escolher seguir com as orientações. Sendo assim, o cuidado à vítima de violência frente a suas necessidades e no reconhecimento de suas dimensões físicas e psicológicas, faz parte da assistência de enfermagem integral, eficaz e resolutiva, alicerçada no cuidado humanizado, a fim de promover o vínculo entre o profissional e a mulher para romper com o ciclo de violência que deixam tantas vítimas no país. CONCLUSÃO: Sob essa perspectiva, a teoria do cuidado empregada à assistência de enfermagem à mulher vítima de violência torna-se uma abordagem com foco no cuidado integral e humanizado, frente a identificação, avaliação e prestação de assistência a vítima, vista a necessidade da construção de vínculos para ganhar a confiança e estabelecer a segurança da mulher.
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