Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) se caracteriza como uma síndrome neuropsiquiátrica, descrita por comportamentos de déficits na comunicação, interação social, padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados e um prescrito restrito de interesses e atividades. Compreende-se que a família desempenha um papel fundamental na vida das pessoas com autismo. Sabe-se ainda que associado ao diagnóstico, podem emergir reações diversas, como ansiedade, estresse, alteração no sono, sentimentos de baixa autoestima, culpa, negação, dentre outros. Desse modo, se faz relevante entender as vivências dessas famílias com o diagnóstico de TEA, os impactos emocionais desencadeados e as formas encontradas ou possíveis para dar contorno às experiências novas no campo experiencial destas pessoas. O campo de experiência, no estágio básico, e a vivência de uma das autoras enquanto mãe de uma criança autista mobilizaram o interesse na tentativa de compreensão das diversas possibilidades de vivenciar os desafios biopsicossociais, denominada contornos. Tais contornos são realizados pelos próprios artistas de suas vidas, isto é, cada familiar: para alguns, o suporte intrafamiliar; outros a elucidação por parte dos profissionais de saúde; há aquelas famílias que recorrem aos grupos de pessoas que vivem experiências similares; pode ainda ocorrer outros arranjos ou todos eles simultaneamente. Objetivo: analisar os impactos emocionais provocados na família a partir do diagnóstico do TEA. Método: O estudo foi realizado mediante revisão narrativa bibliográfica de natureza qualitativa. A busca do material se deu na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no SciELO (Scientific Electronic Library Online) a partir dos descritores: família, transtorno autístico, enfrentamento, estresse. Foram identificados 7 artigos publicados entre 2013 e 2023, em língua portuguesa, que balizaram os critérios de inclusão e exclusão. Após a leitura dos resumos foram selecionados 3 artigos na produção deste material. Resultados: Cada sistema familiar é singular. Sua organização e configuração diante das situações novas e desafiadoras podem variar. O impacto emocional gerado pelo diagnóstico do TEA e as vicissitudes que sucedem esse momento, marcado pelas incertezas e frustrações familiares, encontram na sensação de apoio e segurança contornos para a experiência inaugurada com o ato médico que de certo modo elucida e condena o indivíduo e sua família. Nesse sentido, defende-se a importância do suporte fornecido pelos profissionais de saúde e grupos de familiares que facilitem o processo de assimilação desta condição recém inaugurada no momento do diagnóstico. A novidade diagnóstica gera aflitivos emocionais na família. Assim, a rede de suporte e formação de grupos sociais podem favorecer os contornos do estranho vivido, possibilitando aos familiares melhores formas de compreensão e cuidado. As famílias ganham uma perspectiva menos sombria e laboriosa na criação dos filhos. Conclusão: Acredita-se, então, que as particularidades do diagnóstico do TEA afeta o contexto emocional, exigindo dos familiares uma adequação a uma nova rotina. Para isso, o contorno à vivência das famílias, possibilitado pelos grupos de familiares de pessoas com TEA que compartilham medos, desafios, conquistas, etc., associados a orientações profissionais e equipamentos públicos capazes de acolher as diversas camadas sociais são fundamentais na nova rotina familiar que inicia com o diagnóstico.
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