INTRODUÇÃO: O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil, apresenta-se como um grande avanço, desde a sua criação, na cobertura vacinal de imunobiológicos, no qual implementou um amplo calendário vacinal para toda a população em todos os ciclos de vida. Entretanto, nos últimos anos, principalmente em decorrência da pandemia da COVID-19, percebeu-se a hesitação por parte da população no processo de imunização. Desse modo, o impacto causado pela queda vacinal é preocupante. OBJETIVO: Avaliar a cobertura vacinal no município de Itapipoca-CE, durante o período de pandemia da COVID-19, e os impactos resultantes à saúde pública relacionados ao PNI. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico de vigilância sanitária realizado em período pandêmico, no município de Itapipoca-CE. Apresentando dados secundários, obtidos no banco de dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), conforme a cobertura vacinal dos imunobiológicos, disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e presentes no calendário nacional de imunização da criança e do adolescente. Foram apresentados números absolutos e frequências relativas à cobertura vacinal e taxas brutas de abandono, suavizadas pela diferença entre a quantidade de D1 e quantidade de doses que finalizou o esquema vacinal, dividido pelo total de D1, multiplicados por 100. RESULTADOS: A pandemia da Covid-19 apresentou consequências visíveis de forma negativa no controle das doenças imunopreveníveis. Se comparados os anos de 2017 a 2019 com os anos de 2020 a 2022, nota-se uma queda significativa nos índices da população vacinada, o que culminou para baixa na cobertura vacinal de 87% para 59%, respectivamente, na população. Dentre os imunizantes analisados, destacam-se as vacinas contra o HPV, a DTP, a tríplice viral e pneumocócica com taxas expressivas de abandono, com foco no imunizante da hepatite B que apresentou nos anos de 2017-2019 alcance de aproximadamente 50% das crianças que receberam a primeira dose completando o esquema vacinal, enquanto em 2020-2022, apenas 7%, aproximadamente, receberam as três doses preconizadas pelo Ministério da Saúde, constituída no esquema básico vacinal. Visto que, as vacinas de rotinas foram interrompidas ou suspensas durante a pandemia houve rápido declínio nas taxas de cobertura de vacinação. CONCLUSÃO: A vacinação constitui um dos métodos mais eficazes de promoção e prevenção da saúde. Desta forma a não adesão e a queda na cobertura vacinal resulta em consequências preocupantes à saúde pública, uma vez que a diminuição da porcentagem populacional imunizada ocasiona risco de reaparecimento de doenças antes consideradas sob controle ou erradicadas.
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