INTRODUÇÃO: Ainda é incipiente o estudo da injustiça epistêmica em razão de seu surgimento recente. Assim, os impactos por ela causados no aprendizado, principalmente, em relação às interlocutoras do gênero feminino, ainda são pouco estudados. OBJETIVOS: Este trabalho tem a finalidade de investigar o impacto da injustiça epistêmica na interlocução realizada por docentes do gênero feminino e apresentar uma análise crítica dessa investigação. METODOLOGIA: A aplicação metodológica deste resumo fundamenta-se em pesquisas bibliográficas, de forma qualitativa, por meio dos conceitos expostos. Por conseguinte, o presente estudo considera elementos contidos em artigos, sites e publicações científicas que dispõem da temática apresentada. RESULTADOS: Em busca de compreender como a injustiça se comporta diante da produção do conhecimento, o termo "injustiça epistêmica" emergiu através de Miranda Fricker (2007). De acordo com a autora, esse tipo de injustiça se manifesta quando se desvaloriza e desqualifica o conhecimento de outrem com base em algum preconceito ou estereótipo, a priori é compreendida em duas categorias, a injustiça epistêmica testemunhal e a injustiça epistêmica hermenêutica. A primeira consiste em um "déficit de credibilidade", expressão cunhada por Fricker (2007), decorrente de determinado preconceito social, tornando o testemunho do agente epistêmico inferior e incapaz de ser produzido como conhecimento. Por sua vez, a injustiça epistêmica hermenêutica acontece quando há uma lacuna nos conceitos construídos socialmente em determinado lugar, desfavorecendo alguém devido ao desconhecimento da atitude preconceituosa. No meio acadêmico as professoras possuem seus conhecimentos colocados à prova constantemente e, por vezes, seu testemunho não é levado a sério nas mesmas situações em que com os professores ocorre de forma diversa. Segundo Marim e Castro (2021), a injustiça ocorre com as mulheres devido ao preconceito de gênero. As autoras abordam três fatores que influenciam na construção da injustiça epistêmica, a primeira trata-se do não reconhecimento do conhecimento, este prevalece nas estruturas epistêmicas dominantes. A segunda, restringe-se na opressão epistêmica social e política construída dentro das universidades nas relações interpessoais. E por último, a negação da autoridade feminina resultando na perda de poder. Infelizmente, a doutrina patriarcal tem sido entregue e transferida às gerações de uma forma que a capacidade racional pertence ao ideal masculino, enquanto as características associadas ao feminino, como natureza, corpo, sentimento, emoção e sexualidade não se encaixam nessa racionalidade (PLUMWOOD, 1993. apud. DECOL, 2021). No que concerne à produção científica sob o viés de gênero, é escassa no decorrer da história referências femininas. Santos, Figueiredo, Hage (2019, p. 5) afirmam que “o que se tinha de produção era produzido por homens. E não havia um questionamento sobre este conhecimento.” CONCLUSÕES: Diante do exposto, percebe-se quão preocupante são as questões de injustiça no âmbito acadêmico, o prejulgamento é uma das principais causas que resultam na injustiça epistêmica. Destarte, em defesa do direito ao conhecimento e, principalmente, aos direitos humanos, é louvável as discussões sobre essa temática dentro da universidade, especificamente nos cursos de Direito onde a matéria é de suma importância, para que possa ser desenvolvida e potencializada, caso contrário acarretará em processos ineficientes de aprendizagem.
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