SÍFILIS EM GESTANTES NO OESTE DO PARANÁ: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS NOTIFICADOS PELO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN) DE 2010 A 2018

SÍFILIS EM GESTANTES NO OESTE DO PARANÁ: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS NOTIFICADOS PELO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN) DE 2010 A 2018

• Autor
• Victoria Castello Branco Iwakami de Mattos
• Co-autores
• Amanda Alencar dos Anjos , Gabriel Peteno Magnusson , Giovanna Dias Escarante , Sadana Hillary Dal’Negro , Patrícia Leen Kosako Cerutti
• Resumo

• A sífilis, doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, é transmitida, na maioria dos casos, sexualmente, mas apresenta também transmissão transplacentária. Quando a infecção ocorre durante a gestação, pode resultar em óbitos neonatais, óbito fetal, abortamentos, prematuridade, entre outros desfechos negativos. Para evitar consequências graves, como a sífilis congênita, deve ser feita a triagem sorológica durante o pré-natal. Nos casos positivos para a doença, a gestante deve receber tratamento adequado com penicilina, evitando maiores danos. Considerando a importância do diagnóstico de sífilis em gestantes a fim de evitar complicações fetais, este estudo objetivou demonstrar a relação entre o número de casos de sífilis em gestantes notificados nas principais cidades do Oeste do Paraná, no intervalo de 2010 a 2018, evidenciando o município em que o aumento foi mais significativo. Trata-se de um estudo analítico transversal que explorou dados fornecidos pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), base de dados on-line alimentada pela notificação de doenças e agravos que constam na lista nacional de doenças de notificação compulsória. De 2010 a 2018, nas principais cidades da mesorregião Oeste Paranaense, houve um aumento de 277 casos de sífilis em gestantes. Tais valores totalizam, em relação a 2010, um aumento de cerca de 18 vezes. Individualmente, o município de Cascavel passou de 8 para 112 casos (aumento de 14 vezes), Toledo de 6 para 64 casos (aumento de 10 vezes) e Foz do Iguaçu de 2 para 117 casos (aumento de 58 vezes). Esse crescente de casos supera, em valores relativos, o observado no estado do Paraná, que passou de 339 casos de sífilis em gestantes em 2010 para 2.836 em 2018 (aumento de 7 vezes, aproximadamente). Paralelo a isso, houve também acréscimo relevante dos casos de sífilis congênita no Oeste do Paraná, que passou de 2 para 70 afetados. Desse contingente, enfatiza-se o município de Foz do Iguaçu, que possui em torno de 75% do total de casos dessa infecção congênita na região. O considerável aumento de casos de sífilis em gestantes no Oeste paranaense pode estar relacionado ao aumento da circulação do T. pallidum na população em geral ou à implementação de programas de estímulo à cobertura pré-natal, rastreamento e  notificação de casos em gestantes estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde e outras instituições responsáveis. A ampliação de casos de sífilis congênita observada principalmente no município de Foz de Iguaçu sugere tratamento inadequado em gestantes ou ausência de tratamento em parcerias sexuais, pois uma terapêutica apropriada impediria que houvesse esse desfecho prejudicial em neonatos.

• Palavras-chave
• Cuidado pré-natal, Gestação de alto risco, Perfil epidemiológico, Saúde Pública, Sífilis.
• Área Temática
• Pesquisa

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