ÓBITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES VÍTIMAS DE AGRESSÃO: ESTUDO DESCRITIVO DE 2015 A 2018

  • Autor
  • Gabriela Rodrigues Moreira Florêncio
  • Co-autores
  • Bruna Fernandes , Dagna Karen de Oliveira , Dyayne Carla Banovski , Paula Bragato Fugatami , Renata Bragato Fugatami
  • Resumo
  •  

    A violência na infância e na adolescência engloba qualquer abuso físico, sexual, psicológico, abandono, negligência e/ou privação de cuidados. Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente considere esse grupo como sujeitos de direitos, garantindo-lhes prioridade absoluta, ainda há índices elevados dessa agressão no país. Objetiva-se descrever os óbitos decorrentes da agressão na infância e na adolescência (CID-10 X85 a Y09), no Brasil, entre os anos de 2015 a 2018. Trata-se de um estudo descritivo, transversal e retrospectivo dos óbitos, em menores de 14 anos vítimas de agressão, segundo dados do Ministério da Saúde, de 2015 a 2018. Para a análise, foram selecionados os diagnósticos por agressão, conforme CID-10 (X85 a Y09). Os dados foram planilhados e analisados por estatística descritiva. Na amostra, observou-se 3614 registros de óbitos infantis por agressão, com redução de 2015 (957) para 2018 (803) de mais de 16%.  O sexo masculino predomina em todas as idades com destaque entre 10 a 14 anos (80%), faixa etária que configura 66,93% dos registros de óbitos ocorridos entre menores de 14 anos. As quatro principais causas de óbitos infantojuvenis (79,33%) são representadas pela agressão por disparo arma de fogo ou não especificada (1952), agressão por objeto cortante ou penetrante (386), agressão por meios não especificados (290) e agressão por meio de objeto contundente (239). O sexo masculino segue como predominante, também, ao avaliar as causas do óbito, com exceção da agressão sexual por meio de força física, que prevalece no sexo feminino (73,52%).  Embora os dados reflitam uma redução de 16% dos casos de óbitos decorrentes de agressão entre os anos de 2015 a 2018, o Brasil ainda está classificado entre os cinco países, sem conflito armado, com as maiores taxas de homicídio entre as crianças e adolescentes. A clínica do abuso ainda é um desafio aos profissionais de saúde, de acordo com a literatura, uma vez que é um tema pouco explorado durante a formação, com falta de treinamento continuado e adequado para a identificação da agressão, o que pode gerar uma invisibilidade da violência infantojuvenil, e consequentemente baixa de notificação. O predomínio do sexo masculino no número de casos, corrobora com outros estudos observacionais que identificaram esse sexo como fator de risco para a agressão. No entanto, ao investigar o abuso sexual, o sexo feminino é o mais acometido também em outros estudos, com uma porcentagem de até 81%. Assim, nota-se a necessidade de aprimoramento de políticas de conscientização da população quanto às ações de rastreio, denúncias e capacitação de equipes de saúde, na identificação e manejo desse público vítima de agressão.

     

  • Palavras-chave
  • Violência, Notificação, Abuso Físico
  • Área Temática
  • Pesquisa
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Anais do VI Congresso Médico do Oeste do Paraná

Apresentação

VI COMOP, através de suas apresentações - palestras, apresentações de trabalhos e submissões - se propôs a informar e atualizar estudantes e profissionais; promover a integração entre a arte de cuidar e as áreas de informação, comunicação e tecnologia; divulgar trabalhos científicos e estimular a participação de jovens pesquisadores. Este evento científico, voltado para estudantes e profissionais da área da Saúde, ocorre na região oeste do Paraná e atrai estudantes e profissionais de diversas regiões do país. É organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves (CAMPOA), centro acadêmico do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) de Cascavel.

O evento ocorreu entre os dias 04 a 07 de novembro de 2020, e teve como tema: “A arte de cuidar: informação, comunicação e tecnologia”.

  • Pesquisa
  • Relato de caso
  • Relato de experiência

Comissão Organizadora do evento

Coordenação Docente:

Profª. Dra. Juliana Gerhardt

Coordenação Discente:

Gabriel Yudi Higashi Braga
João Otávio Assis Lopes
Nicole Jansen Rabello
Sthefanny Josephine Klein Ottoni Guedes
Thais de Oliveira Busarello

Victória Ribeiro de Medeiros

Comissão Científica

Equipe Coordenadora Docente:

Profa Dra. Graziela Braun
Prof. Dr. Erwin Solina Junior

Equipe Coordenadora Discente:

Nicole Jansen Rabello
Eduardo Waldir Rothbarth
Elaine Moi
Eline da Rós Moro
Monique Evelyn Venturin
Sarah Regina Farina
Taynara Cristine da Paixão
Thaís Kaori Katsumata

Equipe Avaliadora Docente:

Prof. Dr. Abenor Moreira Minare Filho
Prof. Dr. Ademar Dantas da Cunha Junior
Prof. Dr. André Pereira Westphalen
Prof. Dr. Cássio Franco
Profª. Dra. Célia Cristina Leme Beu
Prof. Dr. Fabiano Sandrini
Profª. Dra. Gisele Toyama
Profª. Dra. Ligia Aline Centenaro
Prof. Dr Marcos Antonio da Silva Cristovam
Prof. Dr. Paulo Carrilho
Profª. Dra. Phallcha Luízar Obregón
Profª. Dra. Rafaela Maria Moresco
Profª. Dra. Rose Meire Costa

Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves: unioestecampoa@gmail.com

VI Congresso Médico do Oeste do Paraná: unioestecomop@gmail.com