Anos Potenciais de Vida Perdidos por Acidentes de Trânsito no Paraná, em 2018

  • Autor
  • Maria Luisa Kechichian Lucchini
  • Co-autores
  • Marina Ferronato Dalla Vecchia , Gabriele Montipó , Lucas Bado , Kaio Luís Puntel , Patrícia Engelmann
  • Resumo
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    No Brasil, os Acidentes de Transporte Terrestre (ATT) se destacam como a segunda causa mais recorrente de mortalidade. Os acidentes são um problema complexo, visto que envolvem desde hábitos e comportamento dos condutores até condições de infraestrutura das vias. Além da grande quantidade de óbitos, é preciso compreender que as mortes representam perdas econômicas e sociais (PEIXOTO e SOUZA; 1999). Assim, o presente estudo tem como objetivo quantificar os Anos Potenciais de Vida Perdidos (APVP) por ATT no Paraná em 2018, além de verificar as faixas etárias mais atingidas por essa causa de mortalidade externa. Trata-se de um estudo descritivo exploratório, desenvolvido a partir da busca por registros no Sistema de Informação de Mortalidade do DATASUS. Os óbitos foram considerados por local de residência e classificados pelo CID-10 entre V01 e V89, correspondentes a acidentes terrestres de trânsito. As faixas de idade foram organizadas segundo critérios da Organização Pan Americana de Saúde e 17 óbitos foram descartados da análise por não incluírem informações etárias. Para o cálculo dos APVP, seguiu-se o método proposto foi calculada a idade média de cada grupo etário. Posteriormente, a idade média de cada grupo foi subtraída da idade limite (75 anos), multiplicando-se o número de óbitos de cada grupo pelo número de anos que faltavam para alcançar a idade limite. Assim, a soma desses produtos forneceu o total de anos potenciais de vida perdidos (ROMEDER e MCWHINNIE,  1977). Como o cálculo dos APVP utilizou 75 anos como idade limite, os óbitos acima dessa idade foram computados com peso zero. No ano de 2018, 2428 pessoas morreram devido a ATT no Paraná -  dentre as quais 2311 tinham idade inferior a 75 anos. Ao total, foram calculados 83.136 APVP por mortes em acidentes terrestres, com média de 34,24 APVP para cada óbito ocorrido no período. A faixa etária de 15 a 44 anos correspondeu a 59,58% dos óbitos, com 62.305 APVP perdidos. A análise dessa faixa etária incluiu a morte de 568 motociclistas jovens, de 15 a 44 anos de idade, cujos óbitos estavam inseridos nas categorias V20 a V27, somando  26.240 anos de vida perdidos. A partir do estudo, foi possível verificar que a magnitude dos óbitos por ATT no Paraná envolve a perda de pessoas jovens, especialmente de motociclistas de 15 a 44 anos. Em comparação com o estado do Rio Grande do Sul - cuja população de 11.329.605 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, assemelha-se à quantidade do Paraná – percebeu-se que houve 274 mais mortes de motociclistas jovens em território paranaense, representando quase o dobro dos óbitos que envolveram motociclistas no RS. Assim, conclui-se que o impacto social de 83.136 APVP por ATT no estado do Paraná é significativo, visto que a maior parte das mortes são precoces e envolvem condutores jovens.

     

  • Palavras-chave
  • Anos Potenciais de Vida Perdidos, Acidentes de Trânsito, Mortalidade
  • Área Temática
  • Pesquisa
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Anais do VI Congresso Médico do Oeste do Paraná

Apresentação

VI COMOP, através de suas apresentações - palestras, apresentações de trabalhos e submissões - se propôs a informar e atualizar estudantes e profissionais; promover a integração entre a arte de cuidar e as áreas de informação, comunicação e tecnologia; divulgar trabalhos científicos e estimular a participação de jovens pesquisadores. Este evento científico, voltado para estudantes e profissionais da área da Saúde, ocorre na região oeste do Paraná e atrai estudantes e profissionais de diversas regiões do país. É organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves (CAMPOA), centro acadêmico do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) de Cascavel.

O evento ocorreu entre os dias 04 a 07 de novembro de 2020, e teve como tema: “A arte de cuidar: informação, comunicação e tecnologia”.

  • Pesquisa
  • Relato de caso
  • Relato de experiência

Comissão Organizadora do evento

Coordenação Docente:

Profª. Dra. Juliana Gerhardt

Coordenação Discente:

Gabriel Yudi Higashi Braga
João Otávio Assis Lopes
Nicole Jansen Rabello
Sthefanny Josephine Klein Ottoni Guedes
Thais de Oliveira Busarello

Victória Ribeiro de Medeiros

Comissão Científica

Equipe Coordenadora Docente:

Profa Dra. Graziela Braun
Prof. Dr. Erwin Solina Junior

Equipe Coordenadora Discente:

Nicole Jansen Rabello
Eduardo Waldir Rothbarth
Elaine Moi
Eline da Rós Moro
Monique Evelyn Venturin
Sarah Regina Farina
Taynara Cristine da Paixão
Thaís Kaori Katsumata

Equipe Avaliadora Docente:

Prof. Dr. Abenor Moreira Minare Filho
Prof. Dr. Ademar Dantas da Cunha Junior
Prof. Dr. André Pereira Westphalen
Prof. Dr. Cássio Franco
Profª. Dra. Célia Cristina Leme Beu
Prof. Dr. Fabiano Sandrini
Profª. Dra. Gisele Toyama
Profª. Dra. Ligia Aline Centenaro
Prof. Dr Marcos Antonio da Silva Cristovam
Prof. Dr. Paulo Carrilho
Profª. Dra. Phallcha Luízar Obregón
Profª. Dra. Rafaela Maria Moresco
Profª. Dra. Rose Meire Costa

Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves: unioestecampoa@gmail.com

VI Congresso Médico do Oeste do Paraná: unioestecomop@gmail.com