PANORAMA GERAL DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO PARANÁ: ANÁLISE DOS CASOS NOTIFICADOS PELO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN) DE 2009 A 2018

PANORAMA GERAL DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO PARANÁ: ANÁLISE DOS CASOS NOTIFICADOS PELO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN) DE 2009 A 2018

• Autor
• Giovanna Dias Escarante
• Co-autores
• Amanda Alencar dos Anjos , Gabriel Peteno Magnusson , Sadana Hillary DalNegro , Victoria Castello Branco Iwakami de Mattos , Patrícia Leen Kosako Cerutti
• Resumo

• A violência contra a mulher é definida como qualquer ação, baseada no gênero, que cause morte ou sofrimento físico, sexual ou psicológico. Com sua integridade biopsicossocial destruída, a mulher que sofre violência está mais sujeita a desenvolver distúrbios psiquiátricos, com queda de autoestima e de qualidade de vida, além de estar mais vulnerável às Infecções Sexualmente Transmissíveis e à gestação indesejada, em caso de violência sexual. Sabendo-se que a notificação dos casos de violência contra a mulher é de extrema importância na luta contra esse grave problema de saúde pública, este estudo objetivou analisar o aumento dos casos de violência física e sexual entre os anos de 2009 a 2018, relacionando-o com suas características e especificações mais prevalentes. Trata-se de um estudo analítico transversal que utilizou dados fornecidos pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), base de dados alimentada, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos da lista nacional de doenças de notificação compulsória. Os casos de violência sexual contra a mulher, no período de 2009 a 2018, totalizam 17.626 casos, com uma taxa de crescimento anual de 61,28%. A maioria dos casos notificados está localizada na segunda regional de saúde do Paraná (8969 casos), que compreende a região metropolitana de Curitiba, seguida da nona regional, correspondente à região de Foz do Iguaçu (1488 casos). Em relação às características populacionais, temos, em maioria, a faixa etária entre 10-14 anos de idade (29,85%) e a raça branca (65,61%). A maioria das agressões acontecem na residência da vítima (61,12% dos casos) e são praticadas por indivíduos desconhecidos (cerca de 24% dos casos) ou amigos/conhecidos (20,71%). As notificações de estupro seguem o mesmo perfil epidemiológico, com prevalência de faixa etária entre 10 e 14 anos (30,45%), a raça branca (64,48%), a ocorrência na residência da vítima (58,11%) e agressor desconhecido (29,25%). Ainda foram notificados 4572 casos de assédio sexual e 600 de exploração sexual à mulher no Paraná, no mesmo período de tempo. A violência contra a mulher caracteriza-se por uma incessante epidemia, como pode ser observado a partir do aumento anual expressivo de casos (61,28%) no estado, que pode estar relacionado ao aumento do número absoluto de ocorrências ou a mecanismos de proteção e defesa como a Lei Maria da Penha (2006), que encoraja a denúncia e, consequentemente, a notificação. O fato de que a maioria dos casos acontece em população vulnerável (10-14 anos), em suas respectivas residências e por indivíduos desconhecidos sugere que a identidade real dos agressores vem sendo mascarada.

• Palavras-chave
• Abuso sexual, Estupro, Perfil Epidemiológico, Violência contra a mulher, Violência sexual.
• Área Temática
• Pesquisa

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