Insuficiência cardíaca no intercurso gestacional: relato de caso

  • Autor
  • Fernanda Carolina Menechini Rocha
  • Co-autores
  • Maria Luiza Fucuta de Moraes , Mariana Schmitt Pereira Cardoso , Carolina Ferrari , Vanessa Sarto Soares Bergamasco
  • Resumo
  • O período gestacional engloba alterações hemodinâmicas, sobretudo aumento do volume plasmático, elevação do débito cardíaco em até 50% e hipercoagulabilidade. Gestantes saudáveis se adaptam e toleram bem essas mudanças, sem repercussões clínicas importantes. Algumas grávidas cardiopatas, porém, por alterações na estrutura ventricular e diminuição da reserva cardíaca, podem descompensar. Isso pode se agravar quando descontinuam suas medicações por conta própria, com medo de efeitos tóxicos ao feto, piorando o prognóstico materno e fetal. O objetivo deste relato é mostrar o acompanhamento de pré-natal de uma gestante cardiopata, com agravo do quadro clínico durante a gestação e necessidade de manejo de medicações para controle sintomatológico. ITL, 38 anos, gestante G6P4A1, portadora de insuficiência cardíaca congestiva grau 2 e hipertensão arterial crônica compensada iniciou o acompanhamento pré-natal de alto risco com 9 semanas e 4 dias, calculado pelo ultrassom de primeiro trimestre. Apresenta histórico de infarto agudo do miocárdio com supra de segmento ST em parede inferior (2 anos antes), tentativa falha de angioplastia transluminal coronariana e oclusão total de artéria circunflexa. Em ecocardiogramas subsequentes, foi demonstrado fração de ejeção reduzida (44% em 2017 e 53% em 2018 e 2019) e disfunção sistólica. Inicialmente, ao uso de hidralazina 50 mg/dia, metoprolol 50 mg/dia e ácido fólico 5 mg/dia, referia dispneia aos pequenos esforços, associada posteriormente, à ortopneia, dor torácica e edema em membros inferiores. Fez uso de furosemida 40 mg/dia por duas semanas para melhora da dispneia e, posteriormente, AAS 100mg/dia, metoprolol 200mg/dia, hidralazina 50 mg/dia e nitrato de isossorbida 40 mg/dia. Embora alguns desses medicamentos pertençam à classe C de segurança para uso na gestação, foram prescritos pois, naquele momento, os benefícios superavam os riscos, tendo sido a paciente previamente informada. O último ecocardiograma (34 semanas e 3 dias) demonstrou fração de ejeção de 49%. Após discussão multidisciplinar e avaliação pré-anestésica, a paciente foi submetida à cesariana eletiva, sob raquianestesia, na 37ª semana. O recém-nascido nasceu com 2685 gramas e apresentou Índice Apgar 9/9 (10 e 50 minutos de vida). O caso mostra a complexidade da assistência pré-natal de alto risco em gestante cardiopata, a necessidade de cuidado multidisciplinar e os desafios no manejo das complicações. Nesse contexto, foi fundamental a realização de consultas com maior frequência, exames complementares periódicos, manejo adequado das medicações essenciais para o tratamento da insuficiência cardíaca congestiva e realização do parto no momento oportuno. Não houve complicação perinatal mesmo usando alguns medicamentos não seguros na gestação, porém indispensáveis para o controle da doença cardíaca de base da paciente. 

  • Palavras-chave
  • Cardiopatias, Comunicação Multidisciplinar, Furosemida, Gestação de Alto Risco, Insuficiência Cardíaca Congestiva.
  • Área Temática
  • Relato de caso
Voltar Download

Anais do VI Congresso Médico do Oeste do Paraná

Apresentação

VI COMOP, através de suas apresentações - palestras, apresentações de trabalhos e submissões - se propôs a informar e atualizar estudantes e profissionais; promover a integração entre a arte de cuidar e as áreas de informação, comunicação e tecnologia; divulgar trabalhos científicos e estimular a participação de jovens pesquisadores. Este evento científico, voltado para estudantes e profissionais da área da Saúde, ocorre na região oeste do Paraná e atrai estudantes e profissionais de diversas regiões do país. É organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves (CAMPOA), centro acadêmico do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) de Cascavel.

O evento ocorreu entre os dias 04 a 07 de novembro de 2020, e teve como tema: “A arte de cuidar: informação, comunicação e tecnologia”.

  • Pesquisa
  • Relato de caso
  • Relato de experiência

Comissão Organizadora do evento

Coordenação Docente:

Profª. Dra. Juliana Gerhardt

Coordenação Discente:

Gabriel Yudi Higashi Braga
João Otávio Assis Lopes
Nicole Jansen Rabello
Sthefanny Josephine Klein Ottoni Guedes
Thais de Oliveira Busarello

Victória Ribeiro de Medeiros

Comissão Científica

Equipe Coordenadora Docente:

Profa Dra. Graziela Braun
Prof. Dr. Erwin Solina Junior

Equipe Coordenadora Discente:

Nicole Jansen Rabello
Eduardo Waldir Rothbarth
Elaine Moi
Eline da Rós Moro
Monique Evelyn Venturin
Sarah Regina Farina
Taynara Cristine da Paixão
Thaís Kaori Katsumata

Equipe Avaliadora Docente:

Prof. Dr. Abenor Moreira Minare Filho
Prof. Dr. Ademar Dantas da Cunha Junior
Prof. Dr. André Pereira Westphalen
Prof. Dr. Cássio Franco
Profª. Dra. Célia Cristina Leme Beu
Prof. Dr. Fabiano Sandrini
Profª. Dra. Gisele Toyama
Profª. Dra. Ligia Aline Centenaro
Prof. Dr Marcos Antonio da Silva Cristovam
Prof. Dr. Paulo Carrilho
Profª. Dra. Phallcha Luízar Obregón
Profª. Dra. Rafaela Maria Moresco
Profª. Dra. Rose Meire Costa

Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves: unioestecampoa@gmail.com

VI Congresso Médico do Oeste do Paraná: unioestecomop@gmail.com