OS EFEITOS DA PANDEMIA DA COVID-19 NO RASTREAMENTO DE CÂNCER DE MAMA NO ESTADO DO PARANÁ

OS EFEITOS DA PANDEMIA DA COVID-19 NO RASTREAMENTO DE CÂNCER DE MAMA NO ESTADO DO PARANÁ

• Autor
• Dyayne Carla Banovski
• Co-autores
• Lara Frangiotto Lopes , Larissa Panatta , Morgana Pereira , Ana Paula Carneiro Brandalize
• Resumo

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  O câncer de mama, neoplasia maligna mais incidente em mulheres, é a principal causa de morte oncológica no sexo feminino. A mamografia é o método preconizado para rastreamento deste tipo de tumor, utilizando a classificação BIRADS (do inglês, Breast Imaging Reporting and Data System), que demonstrou ser eficaz na redução da mortalidade. No entanto, com o atual cenário provocado pela pandemia do novo coronavírus, o rastreio e consequente diagnóstico de câncer de mama foram retardados em nosso país. Este trabalho teve como objetivo analisar a frequência de exames de mamografia realizados no estado do Paraná, no período de janeiro a setembro dos anos de 2019 e 2020, suas principais características, associando-os aos efeitos da pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com análise retrospectiva do número de mamografias registradas no Sistema de Informação do Câncer - SISCAN, segundo dados do Ministério da Saúde. As informações foram tabuladas e analisadas com base em estatística descritiva. Observou-se que durante o período estudado foram realizados 358.317 exames. Foi identificada uma redução de 51,28% no número de mamografias no ano de 2020, quando comparados ao mesmo período de 2019. Quanto a classificação de BIRADS, quando somadas, as categorias 4,5 e 6 tiveram um aumento da incidência de 27,31% no ano de 2020 em relação a 2019. Tal redução na frequência de realização de exames de mamografia evidenciada no estudo pode estar relacionada, em parte, aos efeitos da pandemia. Esta associação pode ocorrer tanto em relação as respostas psicológicas negativas associadas ao medo da contaminação pelo vírus, quanto pela realocação de recursos (humanos, físicos e monetários) dos centros de atenção à saúde que realizam tais exames. Esta evidência é corroborada pelo fato de que durante os 9 meses de 2020 não foram realizados nem 50% dos exames de mamografia efetuados no ano de 2019 e que, provavelmente, esses índices não serão alcançados até o final do ano. Os efeitos da pandemia levaram ao atraso do diagnóstico de câncer de mama, visto que houve um aumento da gravidade dos casos categorizados no BIRADS (4,5 e 6), com pior prognóstico e sobrevida dos pacientes. Estes resultados também foram relatados em estudos similares realizados em outros países. Assim, apesar das dificuldades encontradas, é importante que seja ponderado o risco/benefício da realização da mamografia em tempos de pandemia, uma vez que o diagnóstico precoce tem importante impacto na redução de mortalidade, podendo chegar a 30% dos pacientes com câncer de mama.

   

• Palavras-chave
• COVID-19, Câncer de mama, Mamografia, Diagnóstico Precoce
• Área Temática
• Pesquisa

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