PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE INFECÇÕES DE TRATO URINÁRIO ASSOCIADAS A CATETERISMO VESICAL DE DEMORA EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

  • Autor
  • Leonardo Ribeiro
  • Co-autores
  • Leticia de Abreu Wiedmer de Siqueira , Jackson Danrlei Balbinot , Laura Beatriz Baldovino de Melo , Winicius Gomes Valadão , Juliana Gerhardt Moroni
  • Resumo
  • A infecção de trato urinário associada a cateterismo vesical (ITU-AC) é a infecção nosocomial mais prevalente, compreendendo aproximadamente 40% destas. Nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), até 66% dos pacientes recebem cateterismo vesical de demora. O objetivo desta pesquisa é descrever o perfil epidemiológico das ITU-AC, bem como o perfil de resistência a antimicrobianos. Este é um estudo descritivo, retrospectivo e unicêntrico, que analisou o prontuário eletrônico de todos os pacientes internados na UTI geral de um hospital terciário que foram diagnosticados com ITU-AC. Dos 73 pacientes notificados com ITU-AC no período analisado (janeiro de 2014 a janeiro de 2019), 54,7% (40) eram homens e 45,3% (33) eram mulheres, com média de idade de 54,4 anos (± 16,96). As causas mais comuns de internamento na UTI foram sepse – principalmente de causa pulmonar -, politraumatismo e acidente vascular encefálico. O tempo médio de internação na UTI foi de 32,2 dias (± 23,64). As principais comorbidades associadas foram diabetes melitus tipo 2 (DM2), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), dislipidemia, doença arterial coronariana (DAC) e fibrilação atrial (FA). A maior parte dos pacientes estudados apresentou infecção de outro sítio que não urinário previamente ao diagnóstico de ITU-AC, principalmente pneumonia nosocomial (32 pacientes). A antibioticoterapia previamente ao diagnóstico da ITU-AC foi expressivo, com 83,56% dos pacientes recebendo mais de um antibiótico, 8,45% recebendo um antibiótico e apenas 8,45% não recebendo antibióticos. A média de dias de cateterismo vesical de demora até o diagnóstico de ITU-AC foi de 22,78 dias (± 18,41). Foram realizadas hemoculturas pareadas em 41 pacientes, sendo que das 8 hemoculturas positivas, quatro demonstraram resultado concordante ao da urocultura. As uroculturas demonstraram: 50,7% de leveduras (Candida spp.) e enterobactérias (39,7%). Das 36 uroculturas com identificação de bactérias, em 27,7% houve identificação de produção da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC); em outras 27,7%, identificação de beta-lactamase de espectro estendido (ESBL). Todos estes dados, no entanto, devem ser interpretados com cautela, pois na UTI os pacientes se apresentam de maneira mais grave, comumente portando múltiplas comorbidades prévias à internação, com necessidade de monitorização de débito urinário (justificando a necessidade de cateterização vesical de demora). Além disso, microrganismos multirresistentes são mais comuns neste ambiente. A partir dos resultados, podemos concluir que as taxas de ITU-AC por patógenos multirresistentes estão em níveis alarmantes. Estes microrganismos, por serem de difícil tratamento, geram maior morbimortalidade e custos. Por isso, precisa-se investir de maneira mais robusta nos métodos de prevenção

  • Palavras-chave
  • Infecção Hospitalar, Controle de Infecção, Sistema Urinário
  • Área Temática
  • Pesquisa
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Anais do VI Congresso Médico do Oeste do Paraná

Apresentação

VI COMOP, através de suas apresentações - palestras, apresentações de trabalhos e submissões - se propôs a informar e atualizar estudantes e profissionais; promover a integração entre a arte de cuidar e as áreas de informação, comunicação e tecnologia; divulgar trabalhos científicos e estimular a participação de jovens pesquisadores. Este evento científico, voltado para estudantes e profissionais da área da Saúde, ocorre na região oeste do Paraná e atrai estudantes e profissionais de diversas regiões do país. É organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves (CAMPOA), centro acadêmico do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) de Cascavel.

O evento ocorreu entre os dias 04 a 07 de novembro de 2020, e teve como tema: “A arte de cuidar: informação, comunicação e tecnologia”.

  • Pesquisa
  • Relato de caso
  • Relato de experiência

Comissão Organizadora do evento

Coordenação Docente:

Profª. Dra. Juliana Gerhardt

Coordenação Discente:

Gabriel Yudi Higashi Braga
João Otávio Assis Lopes
Nicole Jansen Rabello
Sthefanny Josephine Klein Ottoni Guedes
Thais de Oliveira Busarello

Victória Ribeiro de Medeiros

Comissão Científica

Equipe Coordenadora Docente:

Profa Dra. Graziela Braun
Prof. Dr. Erwin Solina Junior

Equipe Coordenadora Discente:

Nicole Jansen Rabello
Eduardo Waldir Rothbarth
Elaine Moi
Eline da Rós Moro
Monique Evelyn Venturin
Sarah Regina Farina
Taynara Cristine da Paixão
Thaís Kaori Katsumata

Equipe Avaliadora Docente:

Prof. Dr. Abenor Moreira Minare Filho
Prof. Dr. Ademar Dantas da Cunha Junior
Prof. Dr. André Pereira Westphalen
Prof. Dr. Cássio Franco
Profª. Dra. Célia Cristina Leme Beu
Prof. Dr. Fabiano Sandrini
Profª. Dra. Gisele Toyama
Profª. Dra. Ligia Aline Centenaro
Prof. Dr Marcos Antonio da Silva Cristovam
Prof. Dr. Paulo Carrilho
Profª. Dra. Phallcha Luízar Obregón
Profª. Dra. Rafaela Maria Moresco
Profª. Dra. Rose Meire Costa

Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves: unioestecampoa@gmail.com

VI Congresso Médico do Oeste do Paraná: unioestecomop@gmail.com