MICROCIRURGIA PARA ANGIOMA CAVERNOSO PONTINO, COM USO DE NEURONAVEGAÇÃO E MONITORIZAÇÃO ELETRONEUROFISIOLÓGICA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA

  • Autor
  • Gabriela Zimmermann
  • Co-autores
  • Gabriel Baram dos Santos , Gabriel Santos de Almeida , Letícia Marieli Schmitz , Luiza Cardoso de Lima Passoni , Marcius Benigno Marques dos Santos
  • Resumo
  • Introdução: Angiomas cavernosos, também conhecidos como malformações cavernosas ou cavernomas, são malformações vasculares raras, que ocorrem em qualquer local do sistema nervoso, sendo o segundo tipo mais comum de lesão cerebrovascular, representando 10%-15% de todas as malformações vasculares intracranianas e podem provocar sangramentos espontaneamente. À histopatologia, são caracterizados por canais vasculares sinusoidais, de paredes finas, com ausência de camadas muscular e elástica, preenchidos por trombos em diferentes estágios. São circundados por hemossiderina e gliose e não há parênquima nervoso de permeio. A prevalência dos angiomas cavernosos no tronco encefálico varia de 4% a 35%, a hemorragia é mais comum se comparada à dos supratentoriais e impõem um desafio ao seu manejo cirúrgico, haja vista a morbidade pertinente à eloquência da área. Apresentamos o caso de uma paciente que sofreu duas hemorragias pontinas em decorrência de um angioma cavernoso - tendo evoluído para o coma após o segundo episódio - o qual foi removido microcirurgicamente. Objetivo: Descrever o manejo clínico e cirúrgico de uma paciente com duas hemorragias pontinas secundárias a um angioma cavernoso, à luz da literatura científica. Relato de caso: Mulher, 57 anos, admitida com cefaleia intensa e diplopia, cujo exame físico demonstrou paralisia facial periférica e esotropia à direita, além de ataxia da marcha e hemiparesia à esquerda. A tomografia computadorizada do crânio exibiu uma volumosa hemorragia no aspecto lateral direito da ponte e a ressonância magnética foi compatível com sangramento por angioma cavernoso. Indicou-se tratamento cirúrgico dentro de 4 a 8 semanas, para que houvesse liquefação do hematoma. Houve uma segunda hemorragia, cerca de 4 semanas após a primeira, e a paciente evoluiu progressivamente para hemiplegia e coma ao longo de uma semana. Mediante craniotomia retrossigmóide à direita, sob auxílio da neuronavegação e monitorização eletroneurofisiológica contínua, o hematoma foi aspirado e o angioma cavernoso removido, via uma das chamadas zonas de entrada segura, ou seja, a zona pontina lateral. A paciente recuperou completamente o sensório e está em processo de reabilitação, com significativa melhora funcional. A ressonância magnética pós-operatória mostrou remoção completa da lesão. Conclusão: O manejo cirúrgico dos angiomas cavernosos pontinos, mesmo nos casos de hemorragia, ainda é controverso e representa um desafio. Aliando-se a técnica meticulosamente microcirúrgica à neuronavegação e à monitorização eletroneurofisiológica, a morbidade pode ser bastante reduzida, bem como evitar o risco de novas hemorragias. O presente caso exemplifica a combinação de tais elementos para um resultado pós-operatório aceitável.

     

     

  • Palavras-chave
  • Angioma Cavernoso, Ponte, Microcirurgia, Neuronavegação, Monitorização Neurofisiológica Intraoperatória
  • Área Temática
  • Relato de caso
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Anais do VI Congresso Médico do Oeste do Paraná

Apresentação

VI COMOP, através de suas apresentações - palestras, apresentações de trabalhos e submissões - se propôs a informar e atualizar estudantes e profissionais; promover a integração entre a arte de cuidar e as áreas de informação, comunicação e tecnologia; divulgar trabalhos científicos e estimular a participação de jovens pesquisadores. Este evento científico, voltado para estudantes e profissionais da área da Saúde, ocorre na região oeste do Paraná e atrai estudantes e profissionais de diversas regiões do país. É organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves (CAMPOA), centro acadêmico do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) de Cascavel.

O evento ocorreu entre os dias 04 a 07 de novembro de 2020, e teve como tema: “A arte de cuidar: informação, comunicação e tecnologia”.

  • Pesquisa
  • Relato de caso
  • Relato de experiência

Comissão Organizadora do evento

Coordenação Docente:

Profª. Dra. Juliana Gerhardt

Coordenação Discente:

Gabriel Yudi Higashi Braga
João Otávio Assis Lopes
Nicole Jansen Rabello
Sthefanny Josephine Klein Ottoni Guedes
Thais de Oliveira Busarello

Victória Ribeiro de Medeiros

Comissão Científica

Equipe Coordenadora Docente:

Profa Dra. Graziela Braun
Prof. Dr. Erwin Solina Junior

Equipe Coordenadora Discente:

Nicole Jansen Rabello
Eduardo Waldir Rothbarth
Elaine Moi
Eline da Rós Moro
Monique Evelyn Venturin
Sarah Regina Farina
Taynara Cristine da Paixão
Thaís Kaori Katsumata

Equipe Avaliadora Docente:

Prof. Dr. Abenor Moreira Minare Filho
Prof. Dr. Ademar Dantas da Cunha Junior
Prof. Dr. André Pereira Westphalen
Prof. Dr. Cássio Franco
Profª. Dra. Célia Cristina Leme Beu
Prof. Dr. Fabiano Sandrini
Profª. Dra. Gisele Toyama
Profª. Dra. Ligia Aline Centenaro
Prof. Dr Marcos Antonio da Silva Cristovam
Prof. Dr. Paulo Carrilho
Profª. Dra. Phallcha Luízar Obregón
Profª. Dra. Rafaela Maria Moresco
Profª. Dra. Rose Meire Costa

Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves: unioestecampoa@gmail.com

VI Congresso Médico do Oeste do Paraná: unioestecomop@gmail.com