AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO NEONATAL E ENCEFÁLICO DE RATOS EXPOSTOS AO PIRIPROXIFEM DURANTE O PERÍODO GESTACIONAL

  • Autor
  • Bianca Villanova
  • Co-autores
  • Gabrielle Batista de Aguiar , Katriane Endiel Pereira , Letícia Camille Lourini , Nicole Jansen Rabello , Lígia Aline Centenaro
  • Resumo
  • No Brasil, entre os anos de 2015 e 2016, foi registrado um aumento significativo dos números de casos de microcefalia. Postula-se que esse aumento ocorreu devido ao contágio materno pelo Zika vírus durante o período gestacional. Todavia, existem divergências entre os dados de contaminação das mães por esse vírus e a incidência de microcefalia nos bebês. Assim, outros possíveis agentes teratogênicos vêm sendo investigados para explicar o aumento nos índices de microcefalia nesse período. O piriproxifem, larvicida utilizado no Brasil para controlar o mosquito Aedes aegypti, possui uma estrutura química semelhante à do ácido retinoico que, por sua vez, é uma biomolécula essencial para o desenvolvimento normal do embrião. Devido a semelhança molecular entre o piriproxifem e o ácido retinoico, é possível que este larvicida interfira na sinalização dessa biomolécula. Nesse contexto, este estudo avaliou os efeitos do piriproxifem sobre o desenvolvimento neonatal e encefálico da prole de ratas expostas a esse larvicida durante a gestação. Filhotes de ratas Wistar foram divididas em três grupos experimentais: controle negativo (CT-) – prole de mães que ingeriram água potável durante a gestação (n=12); controle positivo (CT+) – prole de mães que ingeriram ácido retinoico durante a gestação (n=13) e piriproxifem (PIR) – prole de mães que ingeriram piriproxifem durante a gestação (n=15). Do 1º até o 21º dia pós-natal, os filhotes foram submetidos diariamente a avaliações da aquisição dos marcos do desenvolvimento neonatal. Aos 45 dias de idade, os animais foram eutanasiados para dissecação dos encéfalos e mensuração do comprimento, largura e volume do encéfalo, comprimento do hemisfério cerebral, comprimento do verme do cerebelo e largura do cerebelo. Em relação aos resultados, o grupo PIR apresentou um atraso apenas na aquisição da habilidade de agarrar com as patas anteriores quando comparado aos grupos CT- e CT+ (p<0,05 e p<0,001; respectivamente). Em contrapartida, no grupo CT+ houve um atraso na observação do comportamento de reação ao estímulo sonoro em comparação ao CT- e PIR (p<0,01 e p<0,01; respectivamente) e o reflexo de colocação das patas posteriores foi verificado precocemente em relação ao CT- e PIR (p<0,05 e p<0,01; respectivamente). Quanto às medidas encefálicas, uma redução significativa na largura máxima do encéfalo foi observada nos filhotes dos grupos CT+ (p<0,01) e PIR (p<0,05) em comparação ao CT-. Apesar das alterações comportamentais não terem sido similares entre o grupo PIR e CT+, a diminuição da largura do encéfalo vista nesses dois grupos indica que a exposição materna ao piriproxifem pode ter repercussões negativas sobre o desenvolvimento encefálico da prole. Estudos complementares são necessários para confirmar essa correlação entre o uso do piriproxifem e o surto de casos de microcefalia ocorrido no país.

  • Palavras-chave
  • teratogênese, microcefalia, Zika vírus
  • Área Temática
  • Pesquisa
Voltar Download

Anais do VI Congresso Médico do Oeste do Paraná

Apresentação

VI COMOP, através de suas apresentações - palestras, apresentações de trabalhos e submissões - se propôs a informar e atualizar estudantes e profissionais; promover a integração entre a arte de cuidar e as áreas de informação, comunicação e tecnologia; divulgar trabalhos científicos e estimular a participação de jovens pesquisadores. Este evento científico, voltado para estudantes e profissionais da área da Saúde, ocorre na região oeste do Paraná e atrai estudantes e profissionais de diversas regiões do país. É organizado pelo Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves (CAMPOA), centro acadêmico do curso de Medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) de Cascavel.

O evento ocorreu entre os dias 04 a 07 de novembro de 2020, e teve como tema: “A arte de cuidar: informação, comunicação e tecnologia”.

  • Pesquisa
  • Relato de caso
  • Relato de experiência

Comissão Organizadora do evento

Coordenação Docente:

Profª. Dra. Juliana Gerhardt

Coordenação Discente:

Gabriel Yudi Higashi Braga
João Otávio Assis Lopes
Nicole Jansen Rabello
Sthefanny Josephine Klein Ottoni Guedes
Thais de Oliveira Busarello

Victória Ribeiro de Medeiros

Comissão Científica

Equipe Coordenadora Docente:

Profa Dra. Graziela Braun
Prof. Dr. Erwin Solina Junior

Equipe Coordenadora Discente:

Nicole Jansen Rabello
Eduardo Waldir Rothbarth
Elaine Moi
Eline da Rós Moro
Monique Evelyn Venturin
Sarah Regina Farina
Taynara Cristine da Paixão
Thaís Kaori Katsumata

Equipe Avaliadora Docente:

Prof. Dr. Abenor Moreira Minare Filho
Prof. Dr. Ademar Dantas da Cunha Junior
Prof. Dr. André Pereira Westphalen
Prof. Dr. Cássio Franco
Profª. Dra. Célia Cristina Leme Beu
Prof. Dr. Fabiano Sandrini
Profª. Dra. Gisele Toyama
Profª. Dra. Ligia Aline Centenaro
Prof. Dr Marcos Antonio da Silva Cristovam
Prof. Dr. Paulo Carrilho
Profª. Dra. Phallcha Luízar Obregón
Profª. Dra. Rafaela Maria Moresco
Profª. Dra. Rose Meire Costa

Centro Acadêmico de Medicina Professor Orival Alves: unioestecampoa@gmail.com

VI Congresso Médico do Oeste do Paraná: unioestecomop@gmail.com