Introdução: Rotulagem nutricional é toda inscrição destinada a informar ao consumidor sobre as propriedades nutricionais de um alimento. Os fabricantes devem fornecer informações confiáveis, claras e objetivas para não confundir o consumidor. As mudanças no estilo de vida em busca de mais praticidade, leva o consumidor a modificar a alimentação, consumindo mais alimentos industrializados. O aumento do consumo desses produtos pode acarretar em um maior índice de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, além de alergias e obesidade. A maionese é um exemplo de produto que pode ser industrializado. É um alimento cremoso em forma de emulsão estável, preparado a partir de óleo vegetal, água e ovos, podendo ser adicionado de outros ingredientes desde que não descaracterizem o produto e deve ser acidificado. Para a produção da maionese, cada ingrediente tem uma função especifica e a quantidade de cada um deve ser determinada e controlada. A indústria alimentar faz a adição de substâncias, como os aditivos alimentares, que atuam sobre as propriedades de um alimento. Eles são ingredientes adicionados intencionalmente aos alimentos, sem o propósito de nutrir, e tem como objetivo modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais de um produto. A quantidade de aditivos adicionados nos alimentos, devem obedecer à legislação vigente, para não ocasionar efeitos de complicação a saúde no indivíduo. Muitas vezes as informações nos rótulos dos produtos não são entendidas de maneira clara e objetiva, o que pode gerar dificuldades para os consumidores. Objetivos: Verificar os tipos de aditivos alimentares presentes em rótulos de diversas marcas de maionese comercializadas em Caucaia – Ceará e se os rótulos se adequam à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº. 259/2002 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre o Regulamento Técnico para Rotulagem de Alimentos Embalados Métodos: Trata-se de um estudo observacional, descritivo de abordagem quantitativa. As amostras foram adquiridas em modo de consumidor nos supermercados da cidade de Caucaia-Ceará, no mês de fevereiro de 2021. Foram coletadas amostras de maionese com denominações tradicionais ou com sabores, sendo excluídas as marcas estrangeiras. Contabilizou-se e organizou-se os dados sobre os aditivos utilizando o programa Microsoft Word® e contabilizou-se a média de inadequação quanto à RDC nº. 259/2002 da ANVISA que discorre sobre o Regulamento Técnico para Rotulagem de Alimentos Embalados, utilizando o programa Microsoft Excel®. Resultados: Foram avaliados 23 rótulos de maionese. As classes dos aditivos encontrados foram sequestrantes, estabilizantes, aromatizantes, corantes, acidulantes, antioxidantes e conservadores. Todas as 23 amostras apresentaram aditivos em sua composição. O aditivo mais frequente, presente em 100% das amostras foi o sequestrante EDTA Cálcio dissódico. O estabilizante goma xantana esteve presente em 20 amostras (86,95%). Para a classe de aromatizantes, o natural prevaleceu em 19 amostras (82,61%) em detrimento dos sintéticos. Da classe dos corantes, o natural páprica esteve presente em 18 amostras (78,26%). Dos acidulantes, o ácido cítrico esteve em 14 amostras (60,87%). Dos antioxidantes, o BHA e o BHT encontravam-se em 14 amostras. Dos conservadores, o sorbato de potássio foi o mais frequente, presente em14 amostras (60,87%). De acordo com a RDC n° 259/2002 da ANVISA, das 23 amostras, três (13,04%) não obedeceram a pelo menos um quesito dessa RDC. As inadequações encontradas se referiam a utilização de vocábulos, que podiam induzir o consumidor ao erro e ao não cumprimento da denominação correta da validade. Conclusão/Considerações finais: Diante da quantidade de aditivos alimentares presentes nas amostras, percebe-se a necessidade de as indústrias adaptarem seus produtos para que fiquem mais naturais e a necessidade da educação nutricional contínua para que as pessoas evitem o consumo excessivo de produtos ultraprocessados, como a maionese. As inadequações ainda encontradas perante à RDC 259 de 2002 da ANVISA reforçam que as autoridades em vigilância precisam intensificar fiscalizações para que as indústrias cumpram com o que a legislação exige e o consumidor seja respeitado.
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Unifametro
Alane Nogueira Bezerra
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