OBTENÇÃO DE MEMBRANAS DE POLIAMIDA (PA-6) RESPONSIVAS À LUZ POR ELETROFIAÇÃO PARA POTENCIAL APLICAÇÃO EM TERAPIA FOTODINÂMICA

OBTENÇÃO DE MEMBRANAS DE POLIAMIDA (PA-6) RESPONSIVAS À LUZ POR ELETROFIAÇÃO PARA POTENCIAL APLICAÇÃO EM TERAPIA FOTODINÂMICA

• Autor
• Juliana Piraja
• Co-autores
• Aline Florêncio Teixeira , Barbara Bianca Gerbelli
• Resumo

• Os constantes avanços da ciência aliado as crescentes necessidades da investigação científica estimularam o desenvolvimento de novas metodologias, dentre elas a eletrofiação. Nanofibras poliméricas preparadas por eletrofiação são amplamente utilizadas em aplicações biomédicas, como por exemplo, para cicatrização de feridas, administração de fármcos, imobilização de enzimas, e implantes vasculares de pequeno calibre. As características que tornam a eletrofiação atrativa para a produção de nanofibras são sua relativa simplicidade tecnológica, versatilidade, e baixo custo. As fibras produzidas por esse método possuem boas propriedades mecânicas, alta porosidade, e grande área superficial. A eletrofiação também permite a produção de fibras responsivas a estímulos, que são sensíveis a fatores externos em função de suplementos incorporados a elas. A adição de moléculas fotossensíveis às matizes de eletrofiação é uma opção promissora, podendo ser útil na terapia fotodinâmica (TFD) de várias patologias tanto de caráter dermatológico como microbiológico.  

  Na terapia fotodinâmica um fármaco ou corante não tóxico conhecido como fotossensibilizador é administrado sistematicamente, localmente ou topicamente a um paciente com lesão, seguido pela iluminação da lesão com luz visível (geralmente luz vermelha), que na presença de oxigênio, leva à geração de espécies citotóxicas e, como consequência a morte celular e a destruição do tecido doente. O azul de metileno (AM) é um fotossensibilizador (FS) com grande potencial para aplicações clínicas. Esse corante pertence à classe dos compostos benzofenotiazínicos e sua cor característica é produzida pela forte banda de absorção na região de 500 a 700nm. A absorção máxima desse composto ocorre em 665 nm, correspondendo a uma absortividade molar de 7x104 mol-1 cm-1. Atualmente, o AM é considerado um fotossensibilizador bioativo padrão, pois fornece um rendimento de oxigênio singlete razoável e é absorvido por células tumorais (pelo menos em cultura).

  Diversos polímeros podem ser utilizados na eletrofiação como: poliamida- 6, poliuretano, poli(álcool vinílico), poli(ácido lático), poli(ácido glicólico), fibroína, entre outros. A poliamida-6 possui como características a biocompatibilidade, a porosidade, e a ausência de imunogenicidade. Assim, o presente trabalho tem como objetivo a obtenção e a caracterização de membranas (scaffolds) a base de poliamida-6 preparadas por eletrofiação para avaliar o seu potencial na TFD após a incorporação do fotossensibilizador azul de metileno. Inicialmente, o decréscimo de 1O2 provocado pelo fotossensibilizador foi monitorado utilizando o DPBF (1,3-difenilisobenzofurano) como supressor químico padrão. Para isso, soluções de DPBF na concentração 50 micromolar foram preparadas e a excitação do fotossensibilizador foi feita pela irradiação da solução com LED emitindo em 650nm. O desaparecimento do supressor foi monitorado por meio do declínio da banda em 412 nm no espectro de absorção óptico. Como os dados estão relacionados a um decaimento exponencial de primeira ordem, foram feitos gráficos de logaritmo neperiano (ln) da absorbância pelo tempo, mostrando o decaimento da absorbância do DPBFproduzido pela reação com 1O2 pelo FS em todas as condições experimentais analisadas, sugerindo que o AM é um bom gerador de oxigênio singlete. 

  Em seguida, a fototoxicidade induzida pela interação de scaffolds nanofibrosos contendo FS foi avaliada em experimentos de cultura celular utilizando um modelo de linhagem celular tumoral (SW480) e um modelo não tumoral (HEK293). Em resumo, 1x104 células/poço foram cultivadas em placas de 96 poços e incubadas na estufa a 37 graus contendo 5% de por 24 horas. No dia seguinte, células foram expostas por 1h aos scaffolds preparados com duas concentrações de FS. Após esse período, uma placa foi submetida a irradiação por 30 minutos e uma outra placa foi incubada no escuro pelo mesmo período. Ambas as placas foram incubadas por um período adicional de 24horas e a viabilidade celular medida pela redução do reagente MTT. Resultados preliminares mostram que não houve diferença no número de células viáveis entre a placa submetida à irradiação e a placa incubada no escuro, sugerindo que talvez o tempo de exposição da membrana não tenha sido suficiente para incorporação do FS pelas células.

  [1] (a) Cipitria,A.; Skelton, A.; Dargaville, T. R.; Dalton, P. D.; Hutmacher, D.W., Design, fabrication and characterization of PCL electrospun scaffolds-a-review. Journal of Materials Chemistry 2011, 21 (26),9419-9453; (b) Persano, L.; Camposeo, A.; Tekmen, C.; Pisignano, D., Industrial Upscaling of Electrospinning and Applications of Polymer Nanofibers: A Review. Macromolecular Materials and Engineering 2013, 298 (5), 504-520.      

     

• Palavras-chave
• Eletrofiação, Poliamida, Terapia fotodinâmica, azul de metileno, Scaffold.
• Modalidade
• Pôster
• Área Temática
• Materias Funcionais Avançados