Cotidianamente, a sociabilidade humana tem sido transversalmente constituída por meio da mediação tecnológica. Seja na geolocalização monitorada por aplicativos de mobilidade urbana, seja pela utilização de plataformas digitais nas quais publicizamos nosso cotidiano, estão presentes ferramentas para monitoramento automatizado das nossas experiências privadas. Nessa perspectiva, o capitalismo de vigilância emerge como atualização do modelo econômico atual, no qual os dados pessoais são utilizados como uma fonte de valor para grandes empresas de tecnologia, as chamadas Big Techs, que os coletam, analisam e comercializam as informações mais íntimas dos seus usuários, muitas vezes sem o seu conhecimento ou o consentimento prévio. Discutir o conceito de capitalismo de vigilância, a partir dos impactos da invasão da privacidade de usuários das redes sociais virtuais como produto mercadológico na atualidade. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório, articulado por meio de uma Revisão Narrativa da literatura científica. A busca foi realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no SciELO (Scientific Electronic Library Online) em março de 2024, a partir dos descritores: Capitalismo de Vigilância, Privacidade e Redes Sociais. Enquanto chaves de busca, destacam-se: “Capitalismo de vigilância AND Privacidade”; “Privacidade AND Redes sociais”; “Capitalismo de Vigilância AND Redes Sociais. Os critérios de inclusão foram: artigos em português, revisados por pares, publicados entre 2014 e 2024. Enquanto critérios de exclusão, foram excluídos os estudos que não que discutiram especificamente a relação entre capitalismo de vigilância e privacidade. Ao todo, foram identificados oito artigos publicados entre 2015 e 2023, em língua portuguesa, que balizaram os critérios de inclusão e exclusão. Após a leitura dos títulos e resumos, foram selecionados três artigos para produção deste estudo. Em nossas análises da literatura, as práticas de vigilância apontam para o estreitamento da relação entre agências de defesa e segurança dos Estados Unidos e as Big Techs desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Sob esse contexto sociopolítico, o mercado de tecnologia se consolidou ancorado na coleta e tratamento de dados pessoais. Nesse sentido, o surgimento do marketing direcionado promovido pela Google teve como fundamento uma vantagem mercadológica incontestável: o conhecimento prévio sobre a forma com que as pessoas realizavam buscas em sua ferramenta. Em outra perspectiva, a tecnologia móvel torna-se representante de uma nova fase do capitalismo de vigilância, caracterizada pelo aumento da capacidade de armazenamento, processamento e tratamento de informações, conhecido como Big Data. Esse segundo momento representa a consolidação do monitoramento automatizado das experiências privadas, realizado por algoritmos inteligentes, com a intenção de induzir ou direcionar certos comportamentos. A cultura do compartilhamento aparece na segunda fase do capitalismo de vigilância, onde a publicização das experiências privadas se torna "voluntária". Por fim, o debate sobre o conceito de capitalismo de vigilância, a partir dos impactos da invasão da privacidade de usuários das redes sociais virtuais como produto mercadológico na atualidade, nos auxilia à compreensão da conjuntura social, envolvendo formas de se relacionar, considerando a tecnologia como parte fundamental do nosso cotidiano e construção dos modos de subjetivação na atualidade.
O desenvolvimento de atividades de cunho científico-acadêmico no Centro Universitário Inta (UNINTA) Campus Itapipoca possibilita contextualizar o ensino superior em meio aos diversos discursos que se constroem na atualidade, mostrando sua identidade, originalidade e contribuição para as ciências e a sociedade entre as diversas instituições que compõem o cenário acadêmico cearense. Para tanto, a VII SEMANA ACADÊMICA DO CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA (UNINTA) CAMPUS ITAPIPOCA visa promover debates relacionados à relação entre Conhecimento e Prática, bem como divulgar as produções científicas da comunidade acadêmica da referida IES e áreas afins das cidades circunvizinhas de Itapipoca.
Realização: Coordenação de Pesquisa do Centro Universitário Inta (UNINTA) Campus Itapipoca
Apoio: Direção do Centro Universitário Inta (UNINTA) Campus Itapipoca