Os estudos textuais, baseados numa concepção de língua/linguagem como lugar de ação/interação entre os sujeitos, procuram verificar como os atores sociais organizam linguisticamente os seus textos. Esses textos (orais e/ou escritos) são materializados nos mais diversos gêneros e esferas/ou domínios discursivos. Diante disso, esse estudo tem como principal objetivo realizar uma análise acerca dos aspectos textuais que organizam um gênero específico, a Carta pessoal. Esse gênero textual é entendido como uma prática comunicativa, que envolve pelo menos dois sujeitos: um remetente e um destinatário (locutor e interlocutor). Durante a pesquisa, criaram-se alguns questionamentos: o que faz do texto um texto? Quais aspectos textuais efetivam o gênero Carta pessoal? Com o intuito de responder essas perguntas, buscou-se subsídio nos pressupostos teórico-metodológicos da Linguística Textual, numa perspectiva sociocognitiva. Algumas categorias textuais foram analisadas, tais como: dêixis, referenciação, repetição, tópico discursivo, articuladores textuais, dentre outras. Partindo de uma abordagem qualitativa, esse trabalho ampara-se em autores como Custódio Filho (2011), Koch (2017), Marcuschi (2008), Scheuwly e Dolz (2004), dentre outros. Os resultados mostram que o gênero Carta pessoal exibe aspectos da textualidade, os quais fazem com que esse gênero seja efetivado enquanto produção de sentido entre os interlocutores (remetente e destinatário) do evento comunicativo.
Comissão Organizadora
José Crisólogo de Sales Silva
Comissão Científica