Marcadas por um forte vinculo e identidades territoriais, as comunidades tradicionais de pescadores artesanais são construídas a partir de um conjunto de elementos místicos, que marcam a cultura nessas comunidades. Em Alagoas, situada à margem do maior açude do estado, encontra-se a comunidade de pescadores artesanais São Pedro, no município de Jaramataia, que é fruto de um hibridismo cultural que aconteceu após as estiagens que ocorreram entre as décadas de 1960 a 70 do século XX, e fizeram emergir das lênticas águas do Açude fortes tradições, como a festa em devoção a São Pedro. Frente a esse cenário, surgiram no território pesqueiro, práticas culturais que merecem ser destacadas no cenário alagoano, que é fruto do sentimento de devoção à divindade católica e a história de vida do santo pescador que se reflete como condição de existência na vida dos colonos. Assim, a presente pesquisa buscou analisar a festa de São Pedro, considerando o enlace indissociável entre fé, terra e água no território da comunidade de São Pedro, no semiárido alagoano. Para isso, tornou-se necessário ancorar esta pesquisa nos pressupostos teóricos e metodológicos da Geografia Cultural. Nosso olhar sobre a comunidade tradicional pesqueira encontra-se orientado pelo viés da pesquisa qualitativa, e tem como instrumental os trabalhos de campo, descrições, entrevistas semiestruturadas e revisão de literatura. A pesquisa qualitativa aqui pensada envolve vivências na comunidade à luz de uma aproximação com os sujeitos em estudo, valorizando os modos de vida e de luta, de fé e de identidade no sertão de alagoano.
Comissão Organizadora
José Crisólogo de Sales Silva
Comissão Científica