Introdução: A avaliação da composição corporal é uma parte importante da Avaliação Nutricional, pois proporciona, ao profissional nutricionista, a possibilidade de dividir o corpo do paciente avaliado em compartimentos, como a divisão de Massa Magra e Massa Gorda, o que oferece um aprofundamento de estados corporais como sobrepeso ou eutrofia. É através da composição corporal que o profissional poderá identificar pacientes, a exemplo, sobrepesados, porém com grande acúmulo de massa magra; ou eutróficos que contam com muito mais gordura corporal que outros de mesmo Índice de Massa Corporal. Há vários métodos para determinação de Composição corporal, o melhor deles, porém, é o da Absorciometria de Raios-X de dupla energia (DEXA), procedimento que fornece informações sobre três compartimentos: massa de gordura, massa livre de mineral e de gordura e massa de mineral ósseo total do corpo. A DEXA, a despeito de ser um bom método, exige um investimento demasiado elevado, não sendo tão utilizado na prática clínica, dando lugar a métodos mais simples e baratos, como a Antropometria – utilizando avaliação por dobras cutâneas – e a Bioimpedância Elétrica (BIA), que oferecem um resultado de Composição corporal, mas são métodos duplamente indiretos e, assim, passíveis de equívocos quanto ao real resultado do paciente. Objetivos: O presente estudo objetivou revisar a literatura a fim de determinar se a Antropometria e a BIA seriam métodos comparáveis à DEXA no sentido de avaliação de composição corporal. Métodos: Foi realizada uma revisão integrativa, com base em literatura nacional e internacional, buscando responder à pergunta norteadora: “A bioimpedância e a antropometria possuem validade de resultado na análise de composição corporal quando comparadas ao método da DEXA?”. Para tal, foi realizada pesquisa nas bases de dados Scielo e Google Scholar com artigos dos últimos 15 anos. Para realizar a busca dos artigos foram utilizados os descritores “bioimpedância, antropometria e DEXA”, “composição corporal”, “comparação bioimpedância e DEXA”, “comparação antropometria e DEXA”, “validação bioimpedância”, e suas combinações nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa. Os critérios de inclusão dessa pesquisa foram: estudos realizados com humanos, de qualquer faixa de idade e sexo, que comparassem BIA e/ou Antropometria com DEXA para obtenção de resultados composição corporal, fosse com atletas ou com indivíduos sedentários. Resultados: No primeiro momento, foram encontrados um total de 20 artigos sobre o tema. Após leitura dos títulos e resumos, um quantitativo final de 5 artigos foi selecionado para leitura completa e elaboração da discussão da revisão. Estudos mostraram que a bioimpedância pode ter uma boa aplicação na estimativa da composição corporal, quando comparada à DEXA, com ressalva apenas para o seguimento de protocolo específico antes da avaliação. Já em relação às dobras cutâneas, existe a ressalva quanto às equações e protocolos utilizados para determinação de densidade corporal – com posterior determinação de percentual de gordura por meio de equação de Siri. As várias equações acabam por resultar em uma variabilidade de populações de indivíduos cujas características parecem contribuir para diferenças de super ou subestimação de resultados quando comparados à DEXA e à BIA.
Conclusão/Considerações finais: Concluímos que tanto a bioimpedância quanto a antropometria por dobras cutâneas possuem resultados validados, quando comparados com o método da DEXA, desde que seguidos protocolos prévios à avaliação, bem como escolhidas equações adequadas e validadas para a população alvo da avaliação.
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Unifametro
Isadora Nogueira Vasconcelos
Leonardo Furtado de Oliveira
Alane Nogueira Bezerra
Camila Pinheiro Pereira
Roberta Freitas Celedonio
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