Investigação da ictiofauna dos ambientes de fundo arenoso do baixo rio Xingu com técnicas de vídeo subaquático (BRUV)

Investigação da ictiofauna dos ambientes de fundo arenoso do baixo rio Xingu com técnicas de vídeo subaquático (BRUV)

• Autor
• Silva, Rosana Conceição Lobato¹; Silva, Fábio Renan Miranda¹; Santos, Bárbara Janaína Vieira¹; Schmid, Kurt²; Giarrizzo, Tommaso².
• Resumo

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  A Amazônia apresenta a maior diversidade de peixes de água doce do planeta. Estudos relacionados à ecologia da ictiofauna amazônica, como por exemplo, associações peixe-habitat, são escassas. Destaca-se o difícil acesso terrestre, a navegação duradoura ou perigosa, além dos riscos de perda de equipamentos em ambientes lóticos e presença de animais perigosos. O estudo visou investigar, de forma comparativa, a composição da ictiofauna dos ambientes de praia entre os trechos montante e jusante das cachoeiras de Jericoá e Belo Monte, que formam em conjunto uma barreira biogeográfica para a distribuição da fauna aquática no baixo rio Xingu, no Pará. Os poucos estudos ictiológicos desenvolvidos no rio enfocaram em peixes reofílicos que habitam habitats espacialmente mais dominantes de corredeiras e pedrais, deixando uma lacuna de conhecimento sobre os peixes associados aos hábitats de fundo arenosos, espacialmente menos representativos e mais isolados. Entre os anos 2014 e 2017, no período da seca, foram adquiridas 78 amostras de vídeo subaquático com BRUV (Baited Remote Underwater Video) nos ambientes de praia no trecho entre a confluência com o rio Irirí (montante) e Vitória do Xingu (jusante). 3577 indivíduos de peixes de 143 taxam pertencentes a 13 famílias e cinco ordens foram registrados. A ordenação MDS (Multidimensional Scaling) visualizou um padrão de dois grupos horizontalmente separados para as amostras de montante e jusante, confirmando o resultado da PERMANOVA multivariada. Ainda, a correlação de Pearson revelou que houve espécies responsáveis pelas assembleias distintas, entre os trechos, foram encontradas quatro taxa na montante e duas na jusante. Os resultados confirmam o papel fundamental da barreira biogeográfica como fator condicionante da composição da ictiofauna nos ambientes de praia, nos trechos à montante e jusante do baixo rio Xingu. A maior riqueza de espécies na jusante é uma provável consequência da maior disponibilidade de fundos não consolidados neste trecho.

   

• Palavras-chave
• Amazônia, peixes reofilicos, Métodos não-invasivos BRUV.
• Área Temática
• Ecologia e Biodiversidade