BRIÓFITAS DE MANGUEZAIS DO MUNICÍPIO DE SALVATERRA, ILHA DE MARAJÓ, PARÁ

BRIÓFITAS DE MANGUEZAIS DO MUNICÍPIO DE SALVATERRA, ILHA DE MARAJÓ, PARÁ

• Autor
• Paulo Weslem Portal Gomes
• Co-autores
• Carolina Ayumi Umezaki Maciel , Marcelo Coelho Simões , Marli Cardoso dos Reis , Priscila Sanjuan Medeiros Sarmento , Rita de Cássia Pereira dos Santos , Ana Cláudia Caldeira Tavares Martins
• Resumo

• Os manguezais são ecossistemas únicos e especializados, possuem grande quantidade de água, elevada salinidade, baixas taxas de oxigênio, muita matéria orgânica e sulfeto de hidrogênio. O estrato arbóreo formado por plantas halófilas e heliófilas adaptadas a este ambiente e com grande importância ecológica, assim como as epífitas, que são frequentemente omitidas nas descrições das florestas de mangue. Desse modo, o presente trabalho teve por objetivo identificar a brioflora presente nos manguezais do município de Salvaterra-PA. As coletas foram realizadas em outubro de 2018, nos manguezais do Guajará e da Reserva Ecológica do Bacurizal, onde delimitou-se duas parcelas de 400m² nas quais coletou-se deste a base até a copa dos forófitos. O material foi identificado por meio de literaturas específicas. Analisou-se a riqueza, substratos e as guildas de tolerância a luz solar. Foram analisadas 12 amostras das duas parcelas, com 35 ocorrências (seis musgos e 29 hepáticas) e cinco espécies nas quais as hepáticas predominam com quatro espécies e os musgos com uma, a saber: Acrolejeunea torulosa (Lehm. & Lindenb.) Schiffn. (sete), Calymperes palisotii Schwägr. (seis), Cheilolejeunea oncophylla (Aongström) Grolle & E.Reiner. (quatro), Cheilolejeunea rigidula (Mont.) R.M.Schust. (seis) e Lejeunea laetevirens Nees & Mont (12), sendo Calymperaceae (uma espécie) e Lejeuneaeceae (quatro espécies) as famílias mais representativas. A ocorrência por substrato foi corticícola (60%), cupinzeiro e epíxila com 20% cada. A guilda predominante foi generalista com quatro espécies (80% das ocorrências) e apenas A. torulosa como epífitas de sol (20%). Além disso, todos os espécimes coletados nos forófitos estavam acima da última ramificação dos caules especializados na sustentação das árvores, o que possivelmente seja uma estratégia de permanência neste ecossistema, já que não resistiriam a alta salinidade do manguezal nos períodos de influência das marés. Com isso, a baixa riqueza de espécies pode estar relacionada com os fatores abióticos dos manguezais.

• Palavras-chave
• Musgos, Hepáticas, Brioflora
• Área Temática
• Biodiversidade