SOCIOECONOMIA E ASPECTOS PRODUTIVOS DA COLETA DE Hancornia speciosa G. (APOCYNACEAE) EM COMUNIDADES RURAIS DO MUNICÍPIO DE SALVATERRA, ILHA DE MARAJÓ, PARÁ

SOCIOECONOMIA E ASPECTOS PRODUTIVOS DA COLETA DE Hancornia speciosa G. (APOCYNACEAE) EM COMUNIDADES RURAIS DO MUNICÍPIO DE SALVATERRA, ILHA DE MARAJÓ, PARÁ

• Autor
• Edimara Lima dos Santos
• Co-autores
• Igor dos Santos Soares , Rosineide Lima dos Santos , Sara Eva de Almeida
• Resumo

• A mangaba (Hancornia speciosa Gomes) é considerada uma frutífera do futuro devido seu potencial gastronômico, agroindustrial e biotecnológico. Entretanto, conflitos pela posse de terra e pressões ambientais nas áreas de ocorrência têm desencadeado a erosão genética e influenciando a exploração extrativa da espécie. Este estudo objetivou caracterizar os aspectos socioeconômicos e produtivos da coleta do fruto da mangaba nas comunidades rurais de Água Boa e Joanes, município de Salvaterra, Pará, visando verificar se há contribuição positiva da atividade com a geração de renda local. Mediante a apresentação das intenções do estudo e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aplicou-se um formulário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas para uma amostra não probabilística de 11 famílias com características julgadas representativas do universo a ser estudado. Os dados foram abordados por meio de estatística descritiva. Dos resultados preliminares, a maioria são nativos (100,0%), em união estável (72,7%), com idade entre 23 e 63 anos, apresentam baixo grau de instrução (63,6%), pescadores (81,8%) e com renda inferior a 1 salário mínimo mensal (90,9%). O trabalho é de base familiar, dependente de estoques de campo natural e quintais, com produção de polpa comercializada para vilarejos circunvizinhos e sede municipal a preços variando entre R$ 5,00 a R$ 10,00/kg. A baixa lucratividade da atividade (< a 1 salário mínimo) a configura como fonte de renda complementar à pesca, juntamente com recursos de programas sociais, limitando o poder aquisitivo da maioria (81,8%). Não há organização de classe nem incentivo governamental à cadeia produtiva. As constatações levantadas revelam que a coleta da mangaba possivelmente ainda não é capaz de contribuir positivamente com os índices socioeconômicos locais, haja visto seu caráter sazonal, pouco lucrativo e complementar de renda, dependente de estoque natural disperso e ameaçado, impossibilitando assim, o aproveitamento sustentado e satisfatório da espécie.

• Palavras-chave
• Extrativismo vegetal. Mangaba. Comunidades rurais.
• Área Temática
• Sociologia Rural