Introdução e objetivo: A microhidranencefalia é uma combinação de microcefalia com hidranencefalia. A hidranencefalia é um distúrbio congênito pós-neurulação, com perda bilateral do córtex cerebral em graus variados, substituindo por líquido cefalorraquidiano, tecido glial e epêndima. É uma anormalidade rara, que afeta cerca de 1 em 5.000 gestações. Geralmente associada à macrocrania, por aumento da pressão liquórica, e em raros casos com microcefalia. O diagnóstico pode ser realizado mediante ultrassonografia (USG) fetal, e complementado por ressonância magnética (RM). Neste estudo, objetiva-se relatar um caso de hidranencefalia em maternidade de alto risco. Descrição do caso: Trata-se de uma paciente de 16 anos, G1P0A0, com 36 semanas de gestação encaminhada ao Pré-Natal de Alto Risco do Hospital Universitário Alberto Antunes da Universidade Federal de Alagoas (HUPAA-UFAL) com suspeita de malformação de Dandy-Walker no feto. USG realizada no final da gestação evidenciou dificuldade de visualização do parênquima cerebral fetal, com importante área anecoica na região occipital fetal, microcefalia (-4DP para idade gestacional) e restrição de crescimento grave (abaixo do percentil 3), com Dopplervocimetria normal. Mediante RM aventou-se a hipótese de esquizencefalia / porencefalia. Devido restrição de crescimento grave, realizou-se cesárea com 37 semanas, sexo masculino, Apgar 8/8, peso 1680 gramas. Tomografia pós-natal indicou microcefalia e malformação de hemisférios cerebrais, parcialmente substituídos por líquor e tecido remanescente em hemisfério temporo-parietal bilateral, fusão dos núcleos da base e coleção hipodensa extra axial frontal com maior espessura de 0,8 cm. A triagem sorológica (rubéola, herpes vírus, citomegalovírus e toxoplasmose) foram negativas. Discussão e considerações finais: Apesar dos avanços na imaginologia, continua controverso a patogênese, espectro e prognóstico dos casos de hidranencefalia. Pode estar associada à distúrbio bilateral da artéria carótida interna, infecções congênitas, isquemia, hemorragia, infarto ou trauma. A microcefalia poderia ser explicada pela sequência de ruptura cerebral fetal, o não desenvolvimento cerebral diminuiria a pressão intracraniana, colapsando e acumulando líquido no crânio. O prognóstico da microhidranencefalia é reservado, chegando até 2 anos de sobrevida em muitos casos. O bebê atualmente apresenta 1 mês de vida, bom estado geral, amamentação exclusivamente em seio materno em livre demanda e em seguimento ambulatorial com neuropediatria.
É com muito prazer que apresentamos os ANAIS da V Jornada Alagoana de Ultrassonografia e Medicina Fetal da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia e da Sociedade Alagoana de Ultrassonografia. Evento que tem se consolidado como um espaço importante de discussão científica, apresentações de trabalhos, negócios e troca de conhecimentos. Um puro Saber, Sabores e Lazer.
Nessa edição, a Jornada recebeu trabalhos nas nove áreas estabelecidas, que após a avaliação de nosso comitê científico, abrilhantaram nosso evento e resultaram na constituição desses anais. Foram aprovadas 23 pesquisas divididas entre os eixos temáticos.
Agradecemos a todos os participantes, organizadores, empresas, avaliadores e convidados, pela contribuição! Continuemos ainda mais engajados na produção do conhecimento e na consolidação dessa importante JORNADA para o SBUS/SAUS, para a Maceió/Alagoas e para a sociedade de um modo geral!
Comissão Científica
Md. Gustavo Cantarelli
Md. Adilson Cunha Ferreira
Md. Antônio Carlos Moraes
Md. Rejane Maria Ferlin
Md. Leonardo Piber
Md. Marcos Cintra
Me. Victor Lemos Tenório
contato@jornadasbus.com.br