Ocupação de área a biologia reprodutiva da lontra-neotropical (Lontra longicaudis – Olfers, 1818) em uma unidade de conservação insular ao sul do Estado De São Paulo

  • Autor
  • Carolina Mazepa Simião
  • Co-autores
  • Emygdio L. A. Monteiro-Filho
  • Resumo
  •  

    A lontra-neotropical (Lontra longicaudis) é um mamífero da família Mustelidae, com hábito semiaquático, que ocorre em setores aquáticos de ambientes de florestas, rios e regiões litorâneas ao longo da Região Neotropical.  Dificilmente avistada em vida livre, é uma espécie de hábitos solitários e com uma dieta composta principalmente por peixes, mas também crustáceos, outros invertebrados e, por vezes, mamíferos e aves, dependendo do hábitat utilizado, que varia entre muitos biomas devido a sua ampla distribuição. A espécie foi extremamente caçada, sofrendo ameaças por redução das matas ciliares, construção de barragens e contaminação da água e atualmente está classificada como “Quase ameaçada”. A maioria dos estudos com a espécie se refere à distribuição e alimentação, concentrando-se em rios continentais. No entanto, demais temas, como biologia reprodutiva, comportamento e interações dos indivíduos são menos estudados. Com base nessas informações preliminares, este estudo tem como proposta avaliar as áreas de ocupação da lontra-neotropical em um rio insular, na Ilha do Cardoso, litoral sul do estado de São Paulo, assim como a sua biologia reprodutiva. As hipóteses são: a) que a distribuição das lontras ao longo do rio é desigual dependente da geofisionomia marginal e consequentemente dos recursos alimentares disponíveis; e b) que os territórios sejam defendidos primariamente pelas fêmeas visto que os cuidados diretos à prole e necessidades de recursos são providos por elas. Os procedimentos para testar as hipóteses serão 1) registrar as áreas de ocorrência de L. longicaudis, através da procura da espécie e por seus abrigos e indícios de sua utilização, como pegadas e fezes. Todos os dados de presença serão submetidos a uma análise de Kernel (50% e 95%) que fornecerá diferentes graus de utilização das áreas. 2) analisar o hábito alimentar através de vestígios fecais, identificando os itens alimentares em duas estações climáticas, o que permitirá medir a largura de nicho trófico. A estratégia utilizada pela lontra no consumo de recursos alimentares, se especialista ou generalista, será aferida com o Índice padronizado de Levins. Será também testada a similaridade do hábito alimentar entre as estações utilizando um índice de similaridade binário - Coeficiente de Jaccard - para avaliação da presença ou ausência de espécies consumidas nas duas estações do ano. E, por fim, 3) analisar os hormônios, extraídos das fezes com o objetivo de testar se existe estação reprodutiva sazonal ou se os nascimentos podem ocorrer ao longo de todo o ano. Além disso, esperamos responder se ambos os sexos estão presentes ao longo do curso do rio nos mesmos períodos, ou se determinados setores são usados com exclusividade, havendo sobreposição do uso somente em período de reprodução. Também serão avaliados os hormônios sexuais dos indivíduos cativos, afim de constituir um controle para análises hormonais em indivíduos de vida livre seguindo a mesma metodologia. Como resultados parciais, houve instalação de quatro armadilhas fotográficas em locais com base em outros vestígios, entre eles uma amostra fecal, ao longo do rio.

  • Palavras-chave
  • Área de vida, dieta, hormônios
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  • Conservação da Fauna
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