DO ESTUÁRIO AO ALTO MAR: COMPARAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO SOCIAL E COMPORTAMENTAL DO BOTO-CINZA (Sotalia guianensis) EM DIFERENTES REGIÕES DA COSTA BRASILEIRA

  • Autor
  • Julia Cavalli Pierry
  • Co-autores
  • Emygdio Monteiro-Filho
  • Resumo
  • O boto-cinza (Sotalia guianensis) é comumente observado ao longo da costa brasileira em baías, enseadas e estuários. A única exceção conhecida para o uso de habitat ao longo da distribuição da espécie é sua ocorrência no Arquipélago dos Abrolhos (BA), cerca de 70km distante da costa. Apesar dos avanços no conhecimento da espécie em nível populacional, pouco pudemos aprofundar na comparação de dados entre populações, especialmente comportamentais. Neste estudo, nosso objetivo é acessar informações sobre a organização social (i.e., tamanho, composição e coesão dos grupos) e comportamental do boto-cinza na região do Arquipélago dos Abrolhos e comparar com dados de outras duas populações da mesma espécie: Cananéia (SP) e Baía Norte (SC). Nossas hipóteses centrais são 1) que grupos de botos-cinza utilizam as águas de entorno das ilhas do Arquipélago dos Abrolhos de forma frequente, tanto para alimentação quanto para reprodução e 2) que a comparação dos dados obtidos em Abrolhos com os das populações de Cananéia e Baía Norte pode evidenciar a variação na organização social e comportamental da espécie em diferentes populações, possivelmente em resposta às características ambientais e ecológicas específicas de cada local. Parte do primeiro objetivo será alcançado via entrevistas vocacionadas para pessoas que trabalham no Arquipélago dos Abrolhos somado a um esforço de ciência cidadã e colaborativa com as empresas de turismo da região. Para complementar as informações e alcançar o segundo objetivo, realizaremos expedições sistemáticas para as três regiões que compõem a área de estudo, com coleta de dados aéreos via uso de drone para acessar a organização social e comportamental dos grupos registrados. Até o momento foram realizadas doze expedições de campo, sendo oito delas em Cananéia e quatro na Baía Norte – ambos os locais tendo sido amostrados no verão e no inverno. Do total de seis horas de sobrevoos realizados, pouco mais de três horas foram de registros de comportamento de superfície. Além disso, dados cedidos por parcerias somam duas horas de comportamento de superfície registrados em Cananéia e 12 minutos no Arquipélago dos Abrolhos. A análise preliminar dos dados evidencia a realização de comportamentos reprodutivos, de cuidado parental e de forrageio pelos botos registrados no Arquipélago dos Abrolhos, fortalecendo nossa primeira hipótese. O tempo de duração de cada estado comportamental e a descrição e quantificação de frequência dos eventos estão em análise via software Boris, bem como os valores de tamanho, composição e coesão dos grupos via software ImageJ e todas estas métricas estão em análise para os três locais de estudo para posterior comparação. A aplicação dos questionários vocacionados e dos esforços iniciais de ciência cidadã estão previstos para realização até novembro deste ano (2024), enquanto as expedições de campo para as três áreas devem ocorrer no próximo verão e inverno (2025). 

  • Palavras-chave
  • drone-monitoramento; comportamento; cetáceos; Abrolhos.
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  • Comportamento Animal
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