EVOLUÇÃO DO NICHO CLIMÁTICO DO GÊNERO Favia EM FACE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DO ÚLTIMO MÁXIMO GLACIAL.

  • Autor
  • Henrique José Schipanski
  • Co-autores
  • Marcos Soares Barbeitos
  • Resumo
  •  

    Mudanças climáticas passadas sempre impulsionaram a diversificação e a extinção de diferentes táxons.

    Embora as causas e consequências dessas mudanças no ambiente terrestre sejam amplamente estudadas, 

    o ambiente marinho ainda carece de pesquisas, apesar de sua vasta biodiversidade, especialmente em áreas 

    costeiras. No Brasil, sabe-se que as oscilações no nível do mar, causadas por mudanças climáticas, moldaram

    as taxas de endemismo da fauna coralínea brasileira, restringindo sua distribuição a pequenos arquipélagos 

    conhecidos como refúgios. Com a subsequente elevação do nível do mar, as espécies coralíneas voltaram a 

    habitar a costa. Essas constantes retrações e expansões do nível do mar resultaram em uma alta taxa de 

    endemismo na fauna coralínea e geraram uma miríade de possíveis hipóteses de colonização. Neste estudo, 

    utilizamos como modelo o gênero de coral simbiótico Favia para testar essas hipóteses. Inicialmente, 

    simulamos espécies virtuais para identificar padrões associados a diferentes classes de métodos preditivos 

    e avaliar se esses métodos tendem a superestimar ou subestimar a distribuição de uma espécie. 

    Utilizamos atributos abióticos de publicações existentes e as funções generateSpFromFun e

    generateSpFromPCA do pacote virtualspecies no R para gerar distribuições de espécies simuladas. 

    Em seguida, convertemos a adequabilidade ambiental dessas espécies em dados de presença-ausência 

    utilizando a função convertToPA. Ao aplicar os parâmetros ambientais de Sofaer et al. (2019) e 

    Meyer & Pebesma (2021) com diferentes taxas de prevalência, observamos que os algoritmos Gower, 

    Maxent e Mahalanobis tendem a superestimar a ocorrência das espécies simuladas fora das regiões de 

    adequabilidade. Quando a prevalência é alta,  Gower e Mahalanobis produzem mapas preditivos menos 

    enviesados. Por outro lado, o BioClim tende a subestimar as espécies, enquanto métodos estatísticos como

    GAM, GLM e MARS geram mapas preditivos mais precisos quando os limites geográficos  das espécies são 

    bem conhecidos. No entanto, quando a distribuição das espécies é pouco conhecida, esses métodos tendem a

    subestimar sua ocorrência. Com esse conhecimento prévio sobre o funcionamento dos métodos, mapearemos 

    possíveis refúgios no Atlântico Sul durante o último máximo glacial. Isso será feito utilizando 145 registros 

    fósseis e 230 registros contemporâneos obtidos de literatura primária, cinza e repositórios online, enquanto as

    camadas bioclimáticas passadas e atuais serão obtidas no repositório MARSPEC. Inicialmente, usaremos os

    métodos GAM, GLM, MARS, Maxent e Gower para as previsões. Com os refúgios mapeados, delimitaremos

    cenários bio/filogeográficos para a recolonização da costa brasileira usando a Aproximação Bayesiana Computacional

    (ABC), implementada no programa DIYABC, com dados genéticos de SNPs já coletados, genes mitocondriais e 

    nucleares. Além de testar rigorosamente a principal hipótese biogeográfica que explica a colonização de corais

    na costa brasileira, este projeto produzirá um comparativo inédito de desempenho entre métodos de modelagem 

    aplicados a ambientes marinhos, atraindo a atenção de uma audiência além dos estudiosos dos corais pétreos.

  • Palavras-chave
  • Scleractinia, Refúgio, Biogeografia, Macroecologia
  • Modalidade
  • Pôster
  • Área Temática
  • Evolução e Sistemática
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