MARIPOSAS FRUGÍVORAS DO BRASIL: DIVERSIDADE E RESPOSTA ECOLÓGICA DAS COMUNIDADES À ESTRATIFICAÇÃO VEGETAL E FRAGMENTAÇÃO DE HABITAT

  • Autor
  • Claudiele Carus
  • Co-autores
  • Eduardo Carneiro
  • Resumo
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    Estudos de metacomunidades e monitoramento de fauna de borboletas frugívoras já são muito comuns no Brasil, oferecendo suporte a diferentes planos de conservação. Em contraste, as mariposas frugívoras (Lepidoptera, Noctuoidea) têm sido amplamente negligenciadas, embora um recente estudo tenha encontrando diferenças marcantes na comunidade de mariposas com relação à estratificação vegetal, quando comparadas às já bem estudadas borboletas frugívoras. Dessa forma, o presente estudo visou: I) realizar revisão da literatura já publicada para elaboração do primeiro checklist de espécies de mariposas frugívoras do Brasil, fomentando a inclusão destas em estudos de conservação e monitoramento de fauna, em especial em áreas prioritárias para a conservação, como a Mata Atlântica e a Amazônia; II) identificar as espécies e conhecer a composição das comunidades de mariposas frugívoras que ocorrem em oito Unidades de Conservação (UCs) da Amazônia brasileira bem como em três áreas distintas (duas UCs e uma área rural) do bioma Mata Atlântica; III) comparar as comunidades quanto aos diferentes estratos verticais (dossel e sub-bosque) e quanto aos diferentes tipos de fragmentação de habitat (borda, mata nativa, plantio); IV) propor um guia de identificação para as espécies mais representativas amostradas nos dois biomas. As mariposas utilizadas neste estudo foram coletadas por pesquisadores colaboradores, em 11 localidades distintas: oito Unidades de Conservação da Amazônia brasileira durante expedições de coleta do "Programa Monitora" do ICMBio; duas UCs e uma área rural no bioma Mata Atlântica. Todas as amostragens foram realizadas utilizando armadilhas (Van Someren-Rydon) e protocolos padronizados, embora com esforços amostrais diferenciados (e.g. amostras na Mata Atlântica com mais réplicas mensais). As amostras foram enviadas ao Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná, onde foram preparadas, identificadas, fotografadas e depositadas na coleção DZUP da UFPR. Análises de riqueza e diversidade foram comparadas entre as amostras dos diferentes estratos florestais e entre tipos de habitat (fragmento x borda), a fim de verificar se as mariposas frugívoras respondem a estes fatores ecológicos, similarmente às borboletas. Além disso, também foram calculados os índices de frequência de ocorrência para as unidades amostrais para verificação da distribuição espacial das espécies e efetividade da amostragem em capturá-las. No Brasil, a família de mariposas frugívoras mais capturada em armadilhas frugívoras é Erebidae, sobretudo exemplares das subfamílias Erebinae e Eulepidotinae. Entretanto, Calpinae, Arctiinae, Herminiinae e Boletobiinae também são amostradas, mas menos frequentemente e de forma menos representativa. Dentre as tribos, destacaram-se Thermesiini e Omopterini. Ainda estão sendo analisados os dados comparativos entre biomas, estratificação vegetal e fragmentação de habitat. Preliminarmente, é possível sugerir a inclusão destes organismos em estudos de biomonitoramento e conservação, uma vez que eles podem ser utilizados para complementar e detalhar informações sobre mudanças ambientais, nem sempre bem amostradas com borboletas. O guia de identificação de espécies já possui ilustrações de 45 espécies de Thermesiini do Brasil e está em fase de diagramação.

     

  • Palavras-chave
  • Lepidoptera; Mariposas perfuradoras de frutos; Erebidae; Monitoramento de fauna; Conservação da biodiversidade.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
  • Área Temática
  • Evolução e Sistemática
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