DIVERSIDADE TAXONOMICA E HISTÓRIA NATURAL DO GÊNERO PERO HERRICH-SCHÄFFER, 1855 NO BRASIL (LEPIDOPTERA: GEOMETRIDAE)

  • Autor
  • Matheus H. De F. Barbosa
  • Co-autores
  • Eduardo Carneiro
  • Resumo
  • A Região Neotropical tem a maior diversidade da família de Geometridae do mundo, com cerca de 23 mil espécies catalogadas. No entanto, no Brasil, há uma total ausência de taxonomistas no grupo culminando em uma grande lacuna no conhecimento da diversidade dessas espécies, seu ciclo de vida e distribuição geográfica. Dentro de Geometridae, o gênero Pero se destaca por apresentar 310 espécies válidas, um dos gêneros mais especiosos de mariposas no mundo, das quais 99 estão presentes em diversos ecossistemas brasileiros. Entretanto, não há relato da sua história natural no Brasil. Em função da escassez de conhecimento sobre o gênero, este estudo buscou revisar a taxonomia das espécies de Pero que ocorrem no Brasil, ampliar o conhecimento de sua diversidade morfológica e fenotípica, descrever o ciclo de vida de espécies selecionadas, relacionar suas plantas hospedeiras, coligir dados mais compreensivos de distribuição geográfica. Com este intuito foram analisados exemplares depositados no DZUP, exemplares obtidos por meio de novas coletas (Paraná, Amazonas, Amapá, Pará, Maranhã, Minas Gerais, Santa Catarina) e dados de literatura, sobretudo da revisão do gênero de Poole (1987). Os ovos obtidos de fêmeas capturadas em campo foram acondicionados para criação de imaturos. Durante a criação, cada larva foi individualizada, sendo feita a reposição da planta hospedeira. À medida que ocorreram as trocas de instares, as larvas foram fotografadas e foram guardadas as cápsulas cefálicas, para a realização da quetotaxia. As espécies de Pero (machos e fêmeas de acordo com a sexo disponível na coleção) foram fotografadas nas posições dorsal e ventral, bem como as genitálias dissecadas dos machos e fêmeas de cada espécie. As imagens foram utilizadas para a confecção de pranchas que constituirão na próxima etapa, uma chave pictórica para as espécies. Foram obtidos dois ciclos de vida completos e inéditos para a América do Sul, assim como a identificação das plantas hospedeiras para estas duas espécies. Além disso, mais quatro ovos e primeiro instar de espécies diferentes. Até o momento, foram analisados 1.025 espécimes, sendo 308 destes dissecados para diagnose das espécies, resultando em 66 espécies de Pero do Brasil. e ampliação da área de distribuição, com quatro novas ocorrências registradas para o país. Além disso, observou-se a presença de 13 espécies que possivelmente ainda não foram descritas para o gênero. O presente trabalho traz os primeiros registros de imaturos e plantas hospedeiras utilizadas por espécies de Pero brasileiras, além de contribuir para o preenchimento da distribuição geográfica das espécies, e chamar atenção para a presença potencial de 13 espécies ainda desconhecidas da ciência. 

  • Palavras-chave
  • Quetotaxia; Ciclo de vida; Estágios Imaturos; Lepidoptera Neotropical.
  • Modalidade
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