Estudo morfológico e molecular de Botryllinae (Tunicata: Ascidiacea) encontrados na costa brasileira

  • Autor
  • Júlia Maria Junkes Serenato
  • Co-autores
  • Rosana Moreira da Rocha
  • Resumo
  • A subfamília Botryllinae, pertencente à classe Ascidiacea, apresenta espécies com ampla distribuição geográfica, incluindo a costa brasileira. A identificação dessas espécies, muitas vezes morfologicamente semelhantes, é desafiadora, entretanto fundamental no desenvolvimento de estudos ecológicos e evolutivos. Em pesquisas moleculares algumas espécies de Botryllinae se destacam, como Botryllus schlosseri, um organismo modelo para alorreconhecimento e regeneração. Os dois gêneros, entretanto, já possuem uma base sólida de sequências do gene COI disponíveis em bancos de dados: 64% das espécies de Botrylloides e 60% das espécies de Botryllus, o que se revela como um grande potencial para investigações da diversidade filogenética. Na costa brasileira já foram registradas duas espécies de Botrylloides e seis de Botryllus. Entretanto, devido à similaridade morfológica das espécies e a dificuldade no seu diagnóstico, esta diversidade parece ser subestimada. Já foram levantados questionamentos sobre a real presença da espécie Botryllus primigenus, que possui sua localidade tipo no litoral japonês. Além disso, B. primigenus já foi tratada como sinônima de Botryllus tuberatus, outra espécie com registro no Brasil. Estas espécies formam sistemas circulares com não mais que dez zooides menores de 1 mm e com quatro fileiras de fendas na faringe. Já no caso de Botryllus planus, as colônias encontradas no litoral brasileiro possuem coloração em tons de alaranjado e marrom, em outras localidades do Atlântico Oeste são possuem coloração roxa. Esta variação de coloração associada às discordâncias nas descrições de diferentes autores levantam a possibilidade de estarmos trabalhando com um complexo de espécies. Se faz, então, necessário complementar as descrições existentes e compreender a delimitação das espécies no litoral brasileiro. Para tal, foram coletadas amostras em diversas localidades ao longo da costa brasileira, em ambientes naturais e artificiais. No total foram analisadas morfologicamente 82 amostras de 8 coletas (Pontal do Paraná, Ilha do Mel, São Sebastião,  Cabo Frio, Maceió (2019 e 2022), Santo Agostinho, e Natal). Destas amostras, 31 correspondiam com as descrições na literatura e foram identificadas: seis B. planus; três B. humilis; 11 B. niger; e 11 B. giganteus. Além destas, sete amostras ainda estão sendo analisadas por possuírem a morfologia correspondente às espécies B. primigenus e B. tuberatus. Entre as demais amostras encontram-se oito que podem ser agrupadas para descrever possíveis três novas espécies, e 36 amostras com as características divergentes de B. planus. Para auxiliar no diagnóstico foram realizadas extrações de DNA de 86 amostras armazenadas em álcool 96%. Estas estão sendo submetidas a reações de amplificação para o fragmento citocromo oxidase I alongado (860-COI) com o par de primers dinF/Nux1R, desenvolvidos especificamente para Botryllinae. Os resultados parciais parecem corroborar com a hipótese de uma maior diversidade de Botryllinae do que a previamente conhecida. As análises filogenéticas em andamento auxiliarão na delimitação de espécies e na compreensão das relações evolutivas entre elas. Espera-se que este estudo contribua para um melhor entendimento da diversidade de Botryllinae na costa brasileira, elucidando questões taxonômicas e fornecendo informações sobre a distribuição geográfica dessas espécies.

  • Palavras-chave
  • Análise filogenética; Ascidiacea; Biodiversidade brasileira; Distribuição geográfica; Taxonomia.
  • Modalidade
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  • Evolução e Sistemática
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