Os primatas da região de Curitiba: um levantamento das espécies nativas e exóticas em vida livre

  • Autor
  • Maria Augusta Sukow
  • Co-autores
  • Lucas de Moraes Aguiar
  • Resumo
  • A Mata Atlântica possui diversas espécies endêmicas de primatas. No Estado do Paraná, é expressiva a coocorrência de bugios-ruivos (Alouatta guariba clamitans) e macacos-prego-pretos (Sapajus nigritus) e, mais pontualmente, os muriquis-do-sul (Brachyteles arachnoides) na Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com Araucária. Além disso, há a ocorrência de espécies introduzidas no Estado, como as espécies de sagui-do-tufo-preto (Callithrix penicillata) e sagui-do-tufo-branco (Callithrix jacchus). Diante disso, este estudo visou levantar a ocorrência das espécies de primatas em vida livre na cidade de Curitiba e região metropolitana (RMC), com o objetivo de elaborar mapas de ocorrências para as espécies, com a hipótese de que as nativas se encontrem nas áreas com remanescentes florestais significativos, enquanto que as exóticas estejam mais próximas às áreas onde foram introduzidas, como os parques urbanos. Para o estudo foi delimitada a capital do Estado e RMC, com o limite à leste sendo a Serra do Mar. Para o levantamento de dados foram realizadas revisões bibliográficas em estudos de Primatologia, visitas às coleções científicas locais, como o Museu de História Natural Capão da Imbuia (MHNCI) e Coleção Científica de Mastozoologia da UFPR (DZUP/CCMZ), consultas às autarquias de saúde e de meio ambiente, consultas na base de dados do SISS-GEO, e consultas às plataformas de ciência cidadã, como iNaturalistTáxeus, GBif, Specieslink, entre outras. Para a delimitação do período amostral, foram considerados os registros entre os anos de 2000 até 2024. Foram utilizados os softwares de acesso livre (Google Earth e QGis) para a confecção dos mapas, obtenção de coordenadas mais precisas, entre outras análises. Como resultados, foram encontrados 515 registros de primatas na região, sendo 315 para Alouatta g. clamitans, 179 para Callithrix penicillata, 17 para Sapajus nigritus e quatro para Brachyteles arachnoides. Do total, 68% foram provenientes da plataforma SISS-GEO, 22% do iNaturalist, 6% de observações diretas, 1% de artigos científicos e 5% de outros (outras plataformas). Quanto às localidades, têm-se 30% dos registros em Curitiba, 13% em São José dos Pinhais, 13% em Araucária, 12% em Piên e 32% nas demais cidades da RMC. O bugio-ruivo é a espécie nativa mais facilmente observada na região, principalmente em fragmentos florestais ao sul da cidade, sendo um excelente motivo para conservação dessas áreas. Além disso, a ocorrência de saguis-do-tufo-preto, majoritariamente em parques e praças urbanas, também é expressiva, o que demonstra que a espécie introduzida conseguiu se estabelecer efetivamente nas cidades, principalmente no norte da capital do Paraná. São necessários mais estudos e pesquisas para encontrar outros registros das demais espécies nativas, tanto dos macacos-prego que parecem estar virtualmente ausentes dentro das cidades, quanto dos muriquis, cujas populações são relictuais. Dessa maneira, fica clara a ocorrência de primatas na região de Curitiba, podendo ser útil para estudos sobre monitoramento em longo prazo dessas populações, como ecologia comportamental, ecologia da paisagem, demografia, conservação e manejo.

  • Palavras-chave
  • Distribuição geográfica; Platyrrhini; Mapeamento; Mata Atlântica; Primatologia.
  • Modalidade
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  • Conservação da Fauna
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