A família Polyclinidae inclui um grupo diverso de ascídias que apresentam desafios taxonômicos significativos, principalmente devido à presença de espécies crípticas, que são morfologicamente indistinguíveis, mas geneticamente distintas. Essa característica dificulta a correta identificação e classificação das espécies, resultando em uma taxonomia confusa e, por vezes, equivocada. A detecção e identificação de espécies crípticas são essenciais para a compreensão da real diversidade biológica e para a aplicação adequada de medidas de conservação. Este estudo visa revisar a diversidade de espécies da família Polyclinidae ao longo da costa brasileira, empregando tanto métodos morfológicos tradicionais quanto abordagens moleculares avançadas.O estudo envolve a análise detalhada de amostras morfológicas coletadas em diversos pontos da costa brasileira, utilizando técnicas de taxonomia, como a observação de características externas e a dissecação para análise interna. Entretanto, para superar as limitações impostas pela morfologia tradicional na detecção de espécies crípticas, a pesquisa se apoia fortemente em técnicas moleculares, utilizando a citocromo oxidase I (COI), com uma região mais longa obtida por primers desenvolvidos pela Universidade de Bari. As amostras para este estudo estão depositadas na coleção do Laboratório de Sistemática e Ecologia de Invertebrados Marinhos da UFPR (Labimar).Além disso, a análise molecular será complementada por técnicas de sequenciamento de nova geração, que possibilitam uma análise mais aprofundada das relações filogenéticas entre as espécies e a identificação de potenciais novos táxons. Esses métodos proporcionam uma visão mais acurada da diversidade genética e ajudam a esclarecer questões taxonômicas que permanecem obscuras quando se baseia exclusivamente na morfologia.Os resultados esperados incluem a identificação de novas espécies e uma revisão mais precisa da taxonomia da família Polyclinidae no Brasil. Também se espera revelar a presença de espécies crípticas e de espécies exóticas que possam ter sido introduzidas recentemente na costa brasileira. Esses achados serão fundamentais para uma melhor compreensão da biodiversidade de ascídias no Brasil e terão implicações significativas para a conservação dessas espécies, bem como para o entendimento dos processos evolutivos que geram e mantêm a diversidade genética em ambientes marinhos.
Comissão Organizadora
PPGZOO
Júlia Maria Junkes Serenato
Comissão Científica
Lucas Mantelo Cruz
André da Costa Tavares
Maria Clara Itoh Nascimento
Murilo dos Reis Araújo
Daniel Rivadeneira
Naiane Arantes Silva