MEDIDAS CORPORAIS DE SAGUIS (CALLITHRIX PENICILLATA) INTRODUZIDOS EM UM PARQUE URBANO DE MATA COM ARAUCÁRIA

  • Autor
  • Mário Retondo
  • Co-autores
  • Kauê Cachuba de Abreu , Valquiria Roberta do Rocio Souza , Raissa Visentin Rosa , Samuel Luis Namur Kluck , Bianca Barbara Fonseca Silva , Jessica Damiano Marinho Valente , Patricia Weckerlin e Silva , Lucas M. Aguiar
  • Resumo
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    Callithrix penicillata é um pequeno primata monomórfico endêmico do Brasil central, particularmente do Cerrado, que obteve sucesso reprodutivo em regiões de Floresta Ombrófila Mista, onde o gênero é alóctone, o que gera perguntas quanto à biologia da espécie e sua capacidade de adaptação. A exposição dos animais às condições de temperatura e recursos distintos de sua área de ocorrência natural pode influenciar caracteres morfológicos nos indivíduos em regiões introduzidas. Dessa forma, estudar fenótipos morfológicos pode elucidar a facilidade de estabelecimento de populações de C. penicillata em áreas tão distintas de sua origem, bem como gerar insights sobre sua história natural. Diante disso, o presente trabalho se prontificou coletar medidas morfométricas de saguis de vida livre, introduzidos no Parque Municipal do Barigui (25°25'33"S 49°18'07"O), no município de Curitiba, Paraná. O estudo abrangeu 39 animais, capturados e sedados para a coleta de dados, que foram liberados ao ambiente imediatamente após constatado o desaparecimento dos efeitos da sedação. As medidas corporais foram coletadas usando fita métrica e paquímetro, sendo elas comprimento do corpo, da cauda e dos membros; altura da cernelha; perímetro cranial, toráxico e abdominal. As classes etárias foram delimitadas com base no peso de cada indivíduo, obtido por meio de balanças de precisão. Do total de indivíduos, 22 foram machos (M) e 17 fêmeas (F), sendo 22 adultos (A) e 17 imaturos (I). Foi encontrada diferença significativa entre o peso das classes etárias (A=386,63g DV=±40; I=296,76 DV=±45,25), entretanto, não foi encontrada diferença entre o comprimento total do corpo, sugerindo que o crescimento atinge o limite antes da fase adulta e, após ela, há um ganho de massa. Também foram observadas diferentes proporções de membros entre jovens e adultos, sendo aproximadamente iguais nos jovens, enquanto nos adultos os membros posteriores são significativamente maiores que os anteriores, o que indica que o desenvolvimento das pernas se dá posteriormente à emancipação dos indivíduos imaturos, quando começa a se desenvolver o comportamento de salto. Com exceção do peso, que é maior nas fêmeas (F=412g DV=±44,32; M=365,5g DV=±19,36), nenhuma das medidas corporais apresentou diferença significativa quanto ao sexo nos indivíduos. Nossos resultados sugerem que, embora as diferenças morfológicas entre os sexos sejam mínimas, o peso pode ser um fator relevante na diferenciação entre fêmeas e machos e um indicativo de boa adaptação ao ambiente e os novos recursos alimentares. Além disso, as variações na massa entre as diferentes classes etárias indicam que, apesar da ausência de diferenças significativas no comprimento do corpo, o desenvolvimento corporal em termos de peso continua a ocorrer de maneira distinta entre subadultos e adultos. Isso pode refletir uma adaptação ao novo ambiente, destacando a capacidade de C. penicillata em se ajustar morfologicamente às condições de hábitats introduzidos, o que pode facilitar seu sucesso em ambientes fora de sua área de distribuição original.

     

  • Palavras-chave
  • Desenvolvimento ontogenético, Espécie exótica, Fenótipo, Massa corpórea, Mata Atlântica.
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