Introdução: Considerando as diferenças raciais, vulnerabilidades sociais e dificuldades no acesso aos serviços de saúde, evidências mostram que os negros apresentam maior incidência de doenças e óbitos mais precoces em diferentes faixas etárias. Objetivo: Descrever a frequência da utilização dos serviços de saúde e a ocorrência de comorbidades na população negra. Metodologia: Estudo descritivo conduzido na regional Norte de Belo Horizonte, MG. Foi aplicado um questionário a 382 pessoas autodeclaradas pardas ou pretas, no período de dezembro de 2018. A análise dos dados ocorreu com auxílio do software SPSS. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da UFMG (CAAE 71509317.0.0000.5149; Parecer nº 2.285.857 UFMG). Resultados: Dos entrevistados, 99% utilizam os serviços de saúde pública, dos quais 61,5% afirmaram procurar o Centro de Saúde em casos de doenças. Dentre as pessoas que procuram os serviços de saúde, 54,7% que realizam tratamento para alguma doença, 97,6% afirmaram ser medicamentoso e 78% adquirem os medicamentos gratuitamente na unidade de saúde pública. As comorbidades mais relatadas foram: 33,8% Hipertensão Arterial, Diabetes 11,3%, Doenças Respiratórias 10,2% e 7,1% transtornos mentais. Conclusão: O acesso aos serviços de saúde públicos e o tratamento para as comorbidades são fatores que podem determinar ações importante para a garantia da equidade. Os dados fornecidos nesse estudo evidenciam desafios na implementação de políticas públicas para uma assistência voltada para a promoção da saúde com vistas à redução das desigualdades raciais.
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