Introdução: A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) propõe ações para a promoção da saúde integral da população negra, visando o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do Sistema Único de Saúde. Embora a PNSIPN tenha sido instituída, ainda existem inúmeros desafios para que ocorra a efetiva desconstrução do racismo. Objetivo: Compreender o conhecimento dos profissionais da Atenção Primária à Saúde sobre a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo multicêntrico, composto por equipes de saúde da família pertencente Região Metropolitana de Belo Horizonte e no município de Sete Lagoas, localizados em Minas Gerais. Os participantes do estudo foram profissionais da saúde. A análise dos dados foi baseada na técnica de Análise de Conteúdo. A pesquisa foi aprovada pelo comitê de ética da UFMG (CAAE 71509317.0.0000.5149; Parecer nº 2.285.857 UFMG). Resultados: Percebe-se que a maioria dos profissionais de saúde desconhece a PNSIPN. Mesmo alguns tendo o conhecimento sobre a composição negra majoritária na população atendida e/ou da sua situação de vulnerabilidade, não realizam uma assistência diferenciada ou não a veem sob a óptica da necessidade de realizá-la de forma direcionada para as singularidades da população negra. Conclusão: O conhecimento sobre a PNSIPN pelos profissionais da APS faz-se extremamente necessário para que ocorra a implementação efetiva dessa política, o que exige não só o reconhecimento do racismo como determinante social, mas também a construção de estratégias para combatê-lo na prática cotidiana assistencial.
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