Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) é a terceira neoplasia mais incidente no mundo e a quarta causa de morte, por câncer, entre as mulheres. Dentre os fatores de risco, destacam-se: infecção pelo HPV, idade avançada, baixo nível socioeconômico, desigualdade étnico-racial, não adesão a realização do exame de Papanicolau e dificuldade de acesso à saúde. Em mulheres negras, o diagnóstico é feito mais tardiamente, em relação às brancas, resultando, assim, em pior prognóstico e sobrevida. Objetivos: Caracterizar a mortalidade, por câncer de colo uterino, em mulheres negras, no Brasil. Metodologia: Estudo epidemiológico observacional descritivo e ecológico. Foram obtidos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), acerca do número de mortes, por CCU, em mulheres negras, no Brasil, de 2010 a 2018. Resultados: Foram registradas 3.286 mortes, por CCU, em mulheres negras, no Brasil, no período avaliado. Houve uma média de 365 casos por ano e coeficiente de variação, anual, de 11,8%. O maior número de óbitos foi constatado: nas regiões Sudeste (43,0%) e Nordeste (32,5%), em mulheres com 55 a 64 anos de idade (23,1%), e com 1 a 3 anos de estudo (32,8%). Conclusões: Torna-se necessário reforçar as políticas públicas voltadas para a adoção de medidas de atenção e promoção à saúde da mulher negra, no Brasil, por meio do diagnóstico precoce da doença, tratamento médico e assistência gineco-oncológica, adequada, como forma reduzir os índices de mortalidade, por CCU, em mulheres negras brasileiras.
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